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Pólipo endometrial: conheça melhor os sintomas

O útero é um órgão do sistema reprodutor feminino, sendo responsável por sustentar o desenvolvimento do feto desde o início de uma gestação até o nascimento. Ele tem formato de pera invertida e é constituído de três camadas principais (da mais interna à mais externa): o endométrio, o miométrio e o perimétrio.

O endométrio reveste a cavidade uterina, tendo uma função essencial para a fertilidade e a manutenção de uma gravidez. Nele, podem surgir algumas lesões, como o pólipo endometrial, que podem causar sintomas e complicações.

O ciclo menstrual normal de uma mulher começa quando o endométrio descama (menstruação) após ter sido estimulado no ciclo anterior. Ao final do sangramento, essa camada começa a se proliferar novamente devido ao estímulo do estrogênio.

Depois da ovulação, o ovário passa a produzir mais progesterona, um hormônio que promove ainda mais o espessamento e a secreção do endométrio, preparando para uma gestação.

Os pólipos endometriais benignos são lesões estrogênio-dependentes, isto é, surgem e se desenvolvem quando os níveis de estrogênio estão mais altos.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o nosso post!

O que é um pólipo endometrial?

Os pólipos endometriais surgem devido ao crescimento excessivo de células endometriais. Geralmente, são completamente benignos. Em casos raros, podem evoluir para lesões malignas. Ou seja, muitas mulheres podem ser diagnosticadas com eles ao longo da vida, mas pouquíssimas desenvolverão o câncer endometrial.

Eles podem ser classificados em:

  • únicos (apenas uma lesão dentro da cavidade) ou múltiplos;
  • sésseis (com bordas aderidas ao endométrio) ou pedunculares (o corpo da lesão fica preso por uma haste fina de tecido).

No entanto, por menor que esse risco seja, não podemos subestimá-los. Por isso, o acompanhamento periódico da condição com um ginecologista é essencial

Sintomas dos pólipos endometriais

Na maioria das vezes, os pólipos são assintomáticos. Em outras palavras, as mulheres não apresentam sintomas ou complicações da doença. Portanto, as lesões geralmente são descobertas na investigação de outras condições ginecológicas ou no acompanhamento de rotina da saúde da mulher.

Nas mulheres sintomáticas, os principais sintomas são alguma forma de sangramento uterino anormal, como:

  • fluxo menstrual aumentado;
  • sangramento entre os períodos menstruais;
  • sangramentos após as relações sexuais;
  • sangramento no pós-menopausa.

Como os pólipos são uma lesão muito prevalente entre as mulheres, eles são diagnosticados em 7% a 34% das mulheres com queixa de sangramento uterino anormal. Além disso, as lesões podem causar a dismenorreia (cólicas antes e durante o período de sangramento menstrual.

Os sintomas geralmente são leves, mas pode também ser desde moderados a incapacitantes. Normalmente, o surgimento e a intensidade das queixas estão relacionados ao tamanho das lesões e à extensão do endométrio acometidos pelos pólipos.

Além disso, algumas pacientes podem apresentar infertilidade ou abortamentos de repetição relacionados aos pólipos uterinos. Essa dificuldade para engravidar se deve:

  • tanto à obstrução que eles podem causar na cavidade uterina, impedindo que os espermatozoides atinjam as tubas uterinas. Em alguns casos, os pólipos podem levar à formação de aderências intrauterinas, aumentando as chances de obstrução;
  • quanto à redução da receptividade endometrial, que dificulta a implantação do embrião no endométrio e o desenvolvimento da placenta.

Tanto os sangramentos quanto os problemas reprodutivos são explicados principalmente pelo processo inflamatório causado pela lesão. As células do sistema imunológico têm dificuldade em distinguir o tecido endometrial normal dos pólipos uterinos, causando uma inflamação mais generalizada.

Portanto, na presença dos sintomas acima, é muito importante procurar um médico para iniciar uma investigação de possíveis doenças ginecológicas. Caso os pólipos sejam identificados, pode ser necessário biopsiá-los ou acompanhá-los periodicamente com exames de imagem. Assim, evitamos consequências sérias, como a infertilidade grave e tumores endometriais malignos em estágio mais avançado.

O diagnóstico e tratamento dos pólipos uterinos

O diagnóstico dos pólipos geralmente é feito acidentalmente por meio de ultrassonografias de rotina em pacientes assintomáticas. No entanto, pode decorrer de uma investigação de queixas feitas ao médico.

Quando uma mulher apresenta queixas de sangramento uterino anormal ou de infertilidade, o primeiro exame solicitado é a ultrassonografia transvaginal. Afinal, ela apresenta uma boa capacidade de identificar diversas lesões uterinas associadas ao sangramento uterino anormal. Entre as doenças que podem ser identificadas, está o pólipo endometrial.

Quando houver o diagnóstico de imagem desse tipo de lesão, dois caminhos são possíveis:

  • aprofundar a investigação pela vídeo-histeroscopia diagnóstica, permitindo as biópsias para investigação anatomopatológica das lesões;
  • manter o acompanhamento da paciente com avaliações clínicas e ultrassonografias periódicas a fim de identificar o comportamento da lesão e abordá-la se houver alguma alteração preocupante.

O primeiro caminho tem sido considerado o padrão ouro para a confirmação do diagnóstico, sendo uma técnica minimamente invasiva que pode ser feita em ambiente ambulatorial. No entanto, em casos de baixo risco, pode-se adotar o segundo desde que a paciente tenha a segurança de que será capaz de ir às consultas periódicas.

O tratamento pode envolver esse acompanhamento periódico, a administração de medicações para reduzir o sangramento uterino anormal ou a retirada das lesões, principalmente nos casos de infertilidade.

Dentro da ginecologia humanizada, as decisões são feitas de forma compartilhada entre você e o seu médico. Portanto, o plano terapêutico para o pólipo endometrial é sempre individualizado a cada caso, cabendo à mulher o protagonismo das decisões sobre a própria saúde.

Quer saber mais sobre os pólipos endometriais? Não deixe de ler nosso artigo sobre o tema!

Endometriose: veja quais são os possíveis sintomas

A endometriose é o implante de células típicas do tecido endometrial em órgãos e estruturas que estão fora do útero. Geralmente, as lesões se implantam nos órgãos da cavidade pélvica (ovários, tubas uterinas, bexiga, entre outros).

O endométrio normal é o tecido que reveste a cavidade uterina. É nele que o embrião se implanta no início da gestação. Caso não haja uma gestação, ele se descama na forma da menstruação, a qual ocorre ciclicamente nas mulheres a cada 26 a 35 dias. Como veremos, isso também nos ajuda a compreender o funcionamento dos sintomas da endometriose.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o nosso post!

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença inflamatória crônica. Em outras palavras, seus sintomas e complicações se devem principalmente à inflamação persistente que ocorre nos órgãos afetados.

Essa reação imunológica é desencadeada pela presença de glândulas e estroma endometriais fora da cavidade uterina. Com isso, o corpo inicia uma tentativa de eliminá-lo para não prejudicar as funções normais do organismo.

Em grande parte dos casos, esse tecido fora do lugar (ectópico) se implanta na região pélvica, em estruturas, como:

  • ovários;
  • tubas uterinas;
  • bexiga;
  • intestino;
  • ligamentos uterossacros.

Sintomas da endometriose

A endometriose é uma doença cujo quadro clínico é muito variável de paciente para paciente. Há mulheres completamente assintomáticas e que descobrem as lesões acidentalmente quando realizam alguma cirurgia pélvica, como a cesariana. Por sua vez, há muitas pessoas que apresentam diversas queixas e, em alguns casos, elas são incapacitantes.

Um quadro assintomático, porém, não significa ausência de complicações. Por exemplo, a endometriose está ligada à infertilidade. Frequentemente, as pacientes somente começam a investigar a presença da doença quando não obtém sucesso após diversas tentativas de engravidar. Isso pode acontecer mesmo quando a paciente não notou nenhuma alteração nos últimos anos, — não sentiu dor nem nenhuma disfunção urinária/intestinal. Ou seja, a infertilidade foi um sintoma oculto por muitos anos.

Os estudos mostram que os principais sintomas da endometriose são:

  • dor pélvica crônica;
  • dismenorreia;
  • dificuldade para engravidar.

Dependendo da localização da lesão, ainda podem surgir outras manifestações, como:

  • dor nas relações sexuais;
  • disfunção urinária cíclica (dor ou dificuldade para micção), a qual surge ou se intensifica no período menstrual;
  • disfunção intestinal cíclica (dor ou dificuldade para evacuar), com a mesma característica de periodicidade do sintoma anterior.

Vamos explicar cada uma delas a seguir!

Dor pélvica crônica

É a dor não relacionada ao ciclo menstrual que permanece por mais de seis meses. Ela pode variar de intensidade, indo de um leve desconforto até quadros incapacitantes. Isso ocorre, pois a presença de lesões de endometriose promove um estado inflamatório contínuo nos locais afetados. Uma das consequências da inflamação é a maior sensibilização para a dor.

Dismenorreia

Ela pode se expressar como cólicas intensas antes e durante o período menstrual. Ela pode ser também uma dor intermitente que piora ao longo do dia. No entanto, está sempre relacionada ao período de sangramento menstrual.

Esse sintoma acontece, pois o endométrio ectópico reage às variações hormonais, de forma semelhante ao tecido normal da cavidade uterina. Pouco antes do período de sangramento, o corpo produz baixas quantidades de progesterona e estrogênio. Consequentemente, isso leva o sistema imunológico a atacar o tecido endometrial para estimular a sua descamação.

Esse processo inflamatório, contudo, provoca a sensibilização dos locais afetados pelas lesões da endometriose. Consequentemente, as cólicas menstruais se tornam mais intensas.

Infertilidade

A inflamação também provoca um efeito negativo no endométrio normal. Com isso, esse tecido fica mais hostil aos espermatozoides e ao embrião. Portanto, a mulher pode enfrentar não apenas uma maior dificuldade para engravidar quanto ter um maior risco de perdas gestacionais (abortamentos e óbito fetal).

Dor nas relações sexuais

A penetração causa uma pressão sobre os órgãos pélvicos, os quais estão mais predispostos à dor devido à inflamação. Na endometriose, geralmente ocorre a dispareunia de penetração profunda em vez da dor no início do canal vaginal.

Disfunção urinária cíclica

Esse sintoma está relacionado à endometriose com acometimento das vias urinárias. Devido à intensificação da inflamação durante o período de sangramento menstrual, ele é normalmente cíclico.

Disfunção intestinal cíclica

É mais comum no acometimento do reto, do intestino grosso ou do íleo. Também pode ocorrer a presença de sangue nas fezes. O fenômeno da ciclicidade também acontece aqui pelos mesmos motivos das disfunções urinárias.

O diagnóstico da endometriose

O diagnóstico definitivo da endometriose exige a retirada da lesão pela videolaparoscopia e avaliação histopatológica. Contudo, por ser um procedimento mais invasivo, ele não é realizado de rotina.

Assim, o tratamento pode iniciar a partir do diagnóstico presuntivo (alta probabilidade da doença) com base nos sinais e sintomas, assim como nas alterações em exames de imagem (ultrassonografia pélvica ou ressonância magnética).

Tratamento da endometriose

O tratamento da endometriose dependerá dos objetivos da paciente:

  • se ela estiver assintomática, não desejar uma gestação ou não tiver infertilidade, pode ser feito apenas o acompanhamento clínico periódico;
  • se houver desejo de engravidar, mas a infertilidade estiver presente, a reprodução assistida e/ou a cirurgia de retirada das lesões pode ser feita;
  • nos casos de dor em mulheres sem desejo de engravidar em curto e médio prazos, a terapia com anti-inflamatórios e medicamentos hormonais é possível.

Por fim, é muito importante ressaltar a importância do acompanhamento dos sintomas da endometriose. A doença pode, inclusive, estar relacionada a complicações gestacionais em diversos momentos da gravidez. No parto humanizado, é feito acompanhamento criterioso da condição durante o pré-natal para reduzir riscos para a gestante e o bebê.

Quer saber mais sobre a endometriose e como ela surge? Confira este artigo institucional que temos sobre o tema!

PTGI: saiba identificar os sintomas

Você já ouviu falar das patologias do trato genital inferior, as PGTI? São doenças que acometem o colo uterino, a vagina e a vulva, — a porção inferior do sistema reprodutor feminino. Elas são agrupadas dentro da PGTI, pois apresentam um quadro clínico e causas semelhantes.

Possivelmente, você já deve ter ouvido falar sobre HPT, tumores malignos, tumores benignos e outras lesões na vulva, na vagina e no colo uterino. Então, todas essas condições nada mais são do que PGTI. Elas geralmente estão relacionadas a infecções pelo papilomavírus humano (HPV), que é transmitido sexualmente, principalmente quando as relações sexuais são feitas sem proteção.

O HPV infecta as células do trato genital inferior e provoca alterações celulares que levam a diversos tipos de lesões. As mais benignas, as verrugas genitais parecidas com uma couve-flor, podem causar bastante desconforto nas mulheres.

Por sua vez, há também tipos de HPV que desencadeiam microlesões pré-malignas, que não são visíveis a olho nu, mas podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer do colo de útero. Por esse motivo, as mulheres precisam realizar o Papanicolaou periodicamente para a prevenção dessa condição mais grave.

Quer saber mais sobre as PGTI e quais são os seus sintomas? Confira nosso post!

O que é o PTGI?

As PTGI são lesões que podem se transformar em câncer nas estruturas do trato genital inferior, geralmente causadas pelos tipos oncogênicos do HPV.

O HPV é um grupo de vírus com mais de 100 tipos que infectam a pele e as mucosas dos seres humanos. A maioria deles causa lesões benignas, como as verrugas. Contudo, existem alguns que são capazes de alterar bastante o DNA das nossas células, o que pode levar ao surgimento de lesões mais sérias, as displasias, que apresentam um comportamento disfuncional.

Normalmente, as lesões têm uma evolução lenta. Ou seja, elas começam com alterações pouco significativas e com baixo potencial de transformação em câncer, — é a displasia de baixo grau.

Por sua vez, à medida que não são tratadas e se modificam ao longo do tempo no colo do útero, podem evoluir para displasias de alto grau (lesões pré-malignas). Da mesma forma, quando não são tratadas, essas lesões podem evoluir para um tumor maligno do colo do útero, o câncer.

O câncer causado pelo HPV geralmente começa nas regiões mais superficiais do colo. Quando ele não invade uma região mais profunda chamada de “camada basal”, sua retirada traz um prognóstico excelente, com altas chances de cura. Contudo, se ultrapassar a camada basal, ele adquire um comportamento mais agressivo e é mais difícil de tratar. Por isso, o exame preventivo também é importante para o diagnóstico precoce.

Sintomas das PGTI: quais são?

Um dos pontos mais importantes sobre as PGTI é que elas geralmente são assintomáticas nos estágios iniciais. Em outras palavras, quando apenas são displasias ou carcinomas in situ, a mulher tende a não manifestar nenhuma queixa ou alteração visível. Com isso, elas podem ter a falsa sensação de que está tudo bem com a saúde ginecológica.

No entanto, à medida que avança, a lesão maligna invade outras estruturas ao seu redor e pode ainda provocar metástases. Nessa situação, começam a se tornar mais sintomáticos com manifestações, como:

  • Sangramento vaginal no período entre as menstruações;
  • Dor pélvica;
  • Dor (dispareunia) ou sangramento (sinusorragia) durante as relações sexuais;
  • Sangramento vaginal após a menopausa;
  • Sangramento entre os períodos menstruais, usualmente em pequeno volume (spotting);
  • Emagrecimento;
  • Sangramento uterino anormal;
  • Corrimento vaginal anormal (aguado, com sangue visível ou odor intenso);
  • Náuseas, vômitos e perda de apetite;
  • Massa abdominal palpável;
  • Úlceras vaginais e vulvares que não cicatrizam, mas apresentam um crescimento constante (que pode ser lento ou rápido).

Essas alterações podem surgir ainda nos estágios pré-malignos, mas isso é mais incomum.

Neoplasia intraepitelial cervical

A NIC é a displasia cervical, isto é, alterações teciduais que ainda não se transformaram em câncer. Contudo elas apresentam um alto potencial de evoluírem caso não sejam tratadas adequadamente.

Ela pode ser assintomática por vários meses ou anos, sendo causada principalmente pela infecção pelo HPV. Na maioria dos casos, permanece completamente assintomática por vários meses e anos.

É mais comumente identificada em mulheres entre 25 e 35 anos, que coincide com a idade fértil da mulher e um período de maior atividade sexual (em geral). Apesar de raramente sintomática, pode se expressar com:

  • Um pequeno escape de sangue no período intermenstrual;
  • Dor ou sangramento nas relações sexuais com penetração;
  • Dor pélvica devido ao processo inflamatório que o corpo pode montar para eliminar a lesão.

Neoplasia intraepitelial vulvar (NIV)

São lesões pré-malignas que acometem a pele da vulva, uma estrutura que abrange o púbis, os grandes e pequenos lábios, o clitóris e o períneo. Para ser considerada NIV, a displasia precisa ser de alto grau. Ela pode apresentar dois tipos, a NIV usual e a NIV diferenciada.

A NIV usual geralmente está associada a infecções por HPV, sendo geralmente assintomática, como nos demais casos. Por sua vez, a diferenciada está relacionada a doenças prévias não relacionadas ao HPV, como o líquen escleroso, cujo principal sintoma é o surgimento de manchas brancas e finas na região genital externa.

O câncer da vulva se manifesta, como:

  • Alterações na coloração da pele da vulva (regiões brancas, rosas, cinzas ou marrom-escuras);
  • Espessamento da localizado da pele da vulva;
  • Lesões que se assemelham a uma verruga;
  • Fissuras ou úlceras na vulva;
  • Sensação de comichão ou queimação.

Neoplasia intraepitelial vaginal

A NIVA pode ser classificada em leve, moderada ou grave à medida que acumula alterações que podem evoluir para o câncer vaginal. Esse tipo de tumor é mais raro e normalmente ocorre em pacientes com histórico positivo para NIC e NIV. É mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos, apesar de ocorrer em qualquer idade.

Também pode ser assintomático na maior parte do seu curso na maioria das pacientes. Como sintomas, a mulher poderá apresentar:

  • Um pequeno escape de sangue no período intermenstrual;
  • Dor ou sangramento nas relações sexuais;
  • Dor pélvica devido ao processo inflamatório que o corpo pode montar para eliminar a lesão.

O tratamento envolve o acompanhamento e a retirada das lesões. Os métodos dependem do estágio em que a PGTI se encontra. Caso evoluam para o câncer, a quimioterapia e a radioterapia podem ser necessárias.

No entanto, a mensagem mais importante é a da prevenção! Com o exame ginecológico e o Papanicolaou periódicos, é possível evitar a evolução para tumores malignos. Essas medidas devem ser feitas independentemente dos sintomas, — de acordo com a orientação do seu médico.

Quer saber mais sobre a PGTI? Confira nosso post sobre o tema!

Spinning babies e a gestação: como a técnica pode facilitar o nascimento?

A gestação muda a mulher, tanto física como psicologicamente. Com isso, podem surgir pontos de vulnerabilidade que se expressam até mesmo durante o processo de nascimento do bebê. Por isso, o parto humanizado é tão importante, pois traz o acolhimento que a mulher necessita, assim como as técnicas mais seguras para evitar complicações futuras tanto para a mãe quanto para seu filho. Uma delas é o spinning babies, um método que facilita o trabalho de parto.

Há muitas técnicas e recursos para minimizar os problemas durante a gestação e o parto. Algumas delas, porém, deveriam ser reservadas para situações excepcionais, — para os momentos em que há risco para a mãe e para o bebê. Esse é o caso dos procedimentos mais invasivos como a assistência ao parto normal com a episiotomia e a cesariana. Nos partos de baixo risco, que são a grande maioria, é importante adotar medidas menos invasivas. Afinal, elas apresentam um risco de complicações muito menores

Esse é o caso do spinning babies, em que a mulher realiza uma sequência de exercícios com o objetivo de facilitar o alinhamento uterino e a liberação da pelve. Com isso, aumentam-se as chances de o bebê adotar uma posição adequada para o parto normal e a passagem dele pela pelve ser mais tranquila. A prática pode ser iniciada tão logo na 24ª semana de gestação com periodicidade diária ou semana — com a assistência de uma doula, fisioterapeuta pélvica, do companheiro e/ou de outros entes queridos da mulher.

Quer saber mais sobre ele? Acompanhe nosso post!

O que é spinning babies?

É uma série de exercícios para trabalhar a região pélvica e movimentar o bebê para que as melhores condições de parto sejam obtidas. Vejam alguns deles a seguir:

Rebozo

É uma técnica milenar originada no México, em que se utiliza um xale longo para ajudar o bebê a se encaixar na pelve da mãe. Ela também pode ser utilizada para estimular o trabalho de parto. Ela promove um relaxamento muscular, que traz mais flexibilidade aos músculos que atuam na região pélvica. Além disso, ela tem um efeito analgésico importante, aliviando as dores da contração uterina.

Inversão inclinada para frente

O objetivo desse exercício é estimular o bebê a se movimentar dentro do útero para adotar a posição mais adequada para o parto. Ele é feito com a mulher em joelhos em uma poltrona ou sofá. Os antebraços devem ficar apoiados sobre o chão e a cabeça bem relaxada. Isso ajuda no relaxamento e no alinhamento dos músculos pélvicos importantes para a evolução do trabalho de parto.

Liberação lateral

É um alongamento que busca trazer mais flexibilidade para os músculos da pelve e do períneo, ampliando o canal pélvico temporariamente. O efeito pode durar entre 1 e 4 horas, podendo ser repetido sempre que necessário.

Quando realizados durante a gravidez, preparam a pelve para o trabalho e reduzem as chances de precisarmos realizar manobras manuais para girar o bebê durante o parto normal.

Como o spinning babies pode ajudar no nascimento?

No processo normal de evolução da gestação, o bebê vai mudando de posição dentro do útero à medida que o momento do parto se aproxima. Caso tudo ocorra bem, ele vai se encaixar progressivamente na pelve, curvando-se para frente e com a cabeça em direção à vagina. Ao final, espera-se que ele esteja na apresentação cefálica (também conhecida como vértice) próximo à data provável do parto.

Essa é a posição em que a progressão do bebê durante o parto natural é mais fácil e com menor risco de complicações. Então, o objetivo do spinning babies é proporcionar melhores condições para que o bebê esteja na seguinte posição intrauterina:

  • Cabeça voltada para a direção do canal da vagina (apresentação de vértice ou cefálica);
  • Virado para trás em relação ao abdômen da mãe;
  • Rosto e corpo com uma maior angulação à direita ou à esquerda;
  • Pescoço flexionado (curvado para a frente do corpo do bebê e queixo recolhido para dentro);
  • Braços flexionados sobre o próprio peito.

Com essa posição, o corpo do bebê assume um formato semelhante ao de um projétil (“bala”) de revólver. Essa é a forma mais propícia para facilitar a passagem pelo canal vaginal.

Quais podem ser as dificuldades no parto que o spinning babies pode ajudar?

Ao ampliar o canal de parto vaginal e liberar a musculatura da região pélvica, a técnica facilita a progressão do parto. Com isso, pode ter inclusive efeitos analgésicos. A técnica também evita que o bebê adote apresentações anormais, como:

  • Apresentação defletida;
  • Apresentação pélvica;
  • Apresentação de face;
  • Apresentação de testa;
  • Posição transversa.

Spinning babies, parto normal e cesariana

Os maiores benefícios do spinning babies é evitar que problemas na evolução do parto ou no posicionamento do bebê tornem necessárias a cesariana ou as intervenções invasivas no parto normal. Isso é importante para evitar as diversas complicações que podem ocorrer quando esses procedimentos são realizados. Portanto, devem ser reservados para situações em que os benefícios superam os riscos de executá-los.

O spinning babies tem sido cada vez mais utilizado, pois é uma das ferramentas que nos auxiliam a oferecer um parto humanizado para as gestantes. Isso significa que estamos individualizando as medidas médicas para as individualidades biopsicossociais dela, tornando-a protagonista da sua gestação e adotando as melhores práticas baseadas em evidências científicas.

Quer saber mais sobre o spinning babies? Confira nosso post sobre o tema!