HPV: diagnóstico e tratamento
HPV é uma sigla em inglês para se referir ao papilomavírus humano, um grupo de vírus capaz de infectar a pele e as mucosas do corpo humano. Existem mais de 200 tipos de HPV e a maioria deles causa lesões benignas nos seres humanos. No entanto, a grande preocupação com o HPV se deve ao fato de alguns tipos serem oncogênicos, isto é, podem causar lesões pré-cancerosas, principalmente no colo do útero. Em menor proporção, esses microrganismos também estão relacionados com o câncer no ânus, no pênis e na garganta.
O câncer do colo de útero é um dos tumores malignos mais frequentes entre as mulheres. Com isso, é responsável por uma boa parcela dos óbitos precoces na população feminina. Felizmente, contudo, é uma doença que pode ser evitada em grande parte com diversas estratégias de prevenção e tratamento precoce de lesões causadas pelos tipos oncogênicos do HPV.
Quer saber mais sobre como diagnosticar as lesões causadas pelo HPV e como tratá-las? Acompanhe nosso post até o final!
Quais são os sinais e sintomas do HPV?
Aproximadamente 40 tipos de HPV conseguem infectar a pele e a mucosa da região genital do homem e da mulher. Contudo, há alguns tipos que são muito mais frequentes do que os outros. Por exemplo, os tipos 6 e 11 são os principais agentes relacionados a verrugas genitais benignas, que podem se manifestar de diferentes formas.
Na maior parte dos casos, elas surgem como saliências isoladas ou agrupadas (aspecto de couve-flor) na região genital. Essas verrugas podem variar de tamanho, de lesões pequenas e de difícil visualização até condilomas volumosos e facilmente evidentes no exame ginecológico. Em alguns casos, as lesões podem ser planas, o que dificulta a identificação pelo paciente. Além disso, podem causar sangramento, dor e coceira na região afetada.
Por sua vez, os principais tipos oncogênicos de HPV são o 16 e o 18, os quais são geralmente assintomáticos. Em outras palavras, as lesões dos tipos mais preocupantes de HPV são mais discretas ou imperceptíveis a olho nu. Por esse motivo, suas alterações podem não ser identificadas no exame ginecológico, sendo necessário exames adicionais para identificar alterações, como o papanicolaou.
Como o HPV é diagnosticado?
As lesões de HPV são diagnosticadas a partir de critérios clínicos e laboratoriais. Por esse motivo, o diagnóstico se inicia com um exame ginecológico e/ou urológico minucioso. O médico vai examinar a região anogenital em busca de verrugas genitais, lesões planas, alterações na coloração, hemorragias e outros sinais que podem evidenciar que um tecido não está saudável. Para facilitar a visualização de lesões microscópicas, o profissional pode utilizar também aparelhos de ampliação óptica para a inspeção.
No entanto, muitas lesões podem não ser identificadas, mesmo com essa avaliação detalhada. Elas são chamadas de lesões subclínicas. Para diagnosticá-las, são indicados exames para complementar a avaliação clínica. Os mais frequentemente são:
- papanicolaou (citopatológico de rotina);
- colposcopia;
- peniscopia;
- anuscopia.
Rastreamento de lesões por HPV
Como o HPV é a causa de mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero, é feita prevenção ativa das lesões com o Papanicolaou em mulheres entre 25 e 59 anos. Esse exame é feito independentemente da suspeita ou não de lesão.
A partir dos 25 anos, toda mulher deve fazer seu primeiro papanicolaou, o qual é repetido em um ano. Caso esses dois primeiros resultados sejam negativos, a frequência passa a ser a cada três anos. Essa frequência será mantida, a menos que alguma alteração seja identificada. A seguir, listamos os principais resultados alterados e a conduta adotada em relação a cada um deles:
- células escamosas atípicas de significado indeterminado, possivelmente não-neoplásicas (ASC-US) — em mulheres entre 25 e 29 anos com esse resultado, é necessário repetir o papanicolaou em 12 meses. Acima dos 30 anos de idade, um novo exame é feito em 6 meses;
- lesão de baixo grau — repete-se o papanicolaou em 6 meses para todas as mulheres com 25 anos ou mais.
Os casos acima são considerados mais leves e, portanto, necessitam de um seguimento mais próximo com o papanicolaou. Contudo, o exame pode ainda indicar alguns tipos de lesões potencialmente mais preocupantes, como:
- células escamosas atípicas de significado indeterminado, não podendo afastar lesão de alto grau;
- células glandulares atípicas de significado indeterminado (AGC);
- células atípicas de origem indefinida (AOI);
- lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir microinvasão;
- carcinoma escamoso invasor;
- adenocarcinoma in situ (AIS) ou invasor.
Essas lesões demandam a realização da colposcopia, um exame mais detalhado e que envolve uma biópsia do tecido afetado.
Como é feito o tratamento?
O tratamento das lesões causadas pelo HPV (Vírus do Papiloma Humano) varia de acordo com a localização, o tipo de lesão e a gravidade. Não existe tratamento específico para o vírus em si, mas sim para as lesões que ele pode causar.
Verrugas genitais (condilomas)
Essas são as lesões causadas pelo HPV mais comuns e podem ser tratadas de várias maneiras:
- tratamento tópico, que podem ser aplicados diretamente nas verrugas. É geralmente o tratamento inicial no caso de lesões benignas;
- crioterapia, que utiliza nitrogênio líquido para congelar e destruir as verrugas;
- eletrocauterização cirúrgica, a qual envolve queima da verruga, pode ser feita com uma pequena cirurgia.
Lesões pré-cancerosas e cancerosas
Já as lesões subclínicas apresentam maior risco de malignidade, sendo tratadas com a remoção da área doente. As opções de tratamento incluem:
- crioterapia: assim como para as verrugas, o nitrogênio líquido pode ser usado para congelar e destruir as lesões;
- conização: procedimento cirúrgico que remove uma porção em formato de cone do colo do útero;
- eletrocauterização em alça (LEEP): usa uma alça elétrica para remover o tecido doente;
- remoção total ou parcial do colo do útero.
A escolha depende principalmente do estadiamento da lesão (invasão local, acometimento de linfonodos e metástases).
Por tudo que vimos, o HPV representa um desafio significativo na área da saúde devido à sua capacidade de causar lesões variadas, desde verrugas genitais benignas até lesões pré-cancerosas e cancerosas. A detecção precoce com o acompanhamento ginecológico é crucial, especialmente para os tipos oncogênicos, que frequentemente não apresentam sintomas visíveis.
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