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HPV

Por Dra. Cristiane Pacheco

HPV significa papilomavírus humano. É a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum durante a fase sexualmente ativa, frequentemente transmitida durante o sexo vaginal ou anal sem proteção, embora o contágio também possa ocorrer pelo contato oral-genital ou manual-genital com a mucosa infectada.

As pessoas com HPV tendem a ser assintomáticas. Quando há manifestação de sintomas, isso geralmente acontece muitos anos após a infecção, o que facilita a propagação do vírus e dificulta a definição do início da infecção.

Na maioria das vezes, as infecções por HPV não são prejudiciais e desaparecem sozinhas. No entanto, alguns tipos podem causar complicações para a saúde, como o surgimento de verrugas genitais ou câncer.

Quais complicações o HPV pode causar?

Existem mais de 200 tipos de papilomavírus humano (HPV). Cerca de 40 podem infectar a região genital: vulga, vagina, colo do útero, ânus, pênis e bolsa escrotal. Entre eles, dois, o 6 e o 11, são os principais responsáveis por causar verrugas genitais. Elas aparecem como uma saliência ou grupo de saliências na área genital: podem ser pequenas, grandes, elevadas, planas, aglutinadas em formato de couve-flor e são facilmente observadas durante os exames ginecológico e urológico de rotina.

Mulheres grávidas com verrugas podem transmitir o vírus para o bebê durante o parto, que pode resultar, muito raramente, em um crescimento não canceroso na laringe. No entanto, apesar de serem incômodas, as verrugas genitais são consideradas HPV de baixo risco e não causam câncer ou outros problemas de maior gravidade.

Ainda que uma variedade maior de HPV possa resultar no desenvolvimento de câncer, mais de uma dezena, dois tipos particularmente são responsáveis pela maioria dos casos e considerados de alto risco: o 16 e o 18.

O mais comumente associado à infecção por HPV é o de colo uterino, terceiro com maior prevalência entre as mulheres brasileiras. Porém, o vírus também pode causar câncer na vulva, vagina, pênis, ânus, boca e garganta.

Além da prática sexual sem proteção, alguns fatores aumentam o risco de contaminação por HPV:

  • Número de parceiros sexuais: quanto mais parceiros sexuais, maior a probabilidade de contrair o vírus, caso o sexo seja desprotegido;
  • Idade: as verrugas genitais ocorrem com mais frequência em adolescentes e adultos jovens;
  • Sistema imunológico enfraquecido: pessoas com o sistema imunológico enfraquecido pelo HIV, vírus da imunodeficiência humana e causador da Aids, ou por medicamentos supressores do sistema imunológico têm mais chances de contrair o vírus;
  • Lesões na pele: lesões na pele também aumentam as chances quando há contato com a mucosa infectada;

Como o HPV é diagnosticado e tratado?

O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, de acordo com o tipo de lesão. As lesões clínicas podem ser diagnosticadas pelos exames ginecológico e urológico: o ginecológico avalia detalhadamente regiões como vulva, vagina e colo uterino, enquanto o urológico, pênis e bolsas escrotais, normalmente com a utilização de aparelhos especiais, que possibilitam a ampliação dessas regiões, quando há suspeita e as lesões não estão visíveis a olho nu.

Já as subclínicas podem ser diagnosticadas por exames laboratoriais, como o papanicolaou de rotina (citopatologia ou esfregaço citológico), colposcopia, peniscopia e anuscopia. Podem, ainda, ser realizadas biópsias para a distinção das lesões benignas e malignas.

O tratamento tem como objetivo solucionar as possíveis complicações causadas pelo vírus. As verrugas são inicialmente tratadas com medicamentos tópicos, aplicados até que ocorra o retrocesso. Se não houver sucesso, podem ser removidas por diferentes procedimentos cirúrgicos.

As lesões subclínicas, por outro lado, se apresentarem risco de malignidade, são tratadas com a remoção da área afetada.

O tratamento é bem-sucedido em boa parte dos casos. No entanto, quando o HPV é tardiamente diagnosticado e as lesões evoluem para o câncer, além da abordagem cirúrgica, radioterapia e quimioterapia normalmente são realizadas, individualmente ou em associação, de acordo com cada caso.

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