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Yoga na gestação

Por Dra. Cristiane Pacheco

Durante a gravidez, o organismo feminino passa por diversas mudanças, o que reflete não apenas no corpo, mas também no emocional. A yoga na gestação tem como objetivo aumentar a força e flexibilidade, assim como o desenvolvimento de técnicas de respiração, fundamental no trabalho de parto, e de relaxamento, contribuindo para diminuir o estresse, a ansiedade ou mesmo a depressão, comuns ao período gestacional e que podem dificultar o parto.

Assim, além de manter mente e corpo saudáveis, a yoga na gestação está entre as opções que podem ajudar a mulher a preparar-se melhor para o parto, garantindo que ele seja mais tranquilo e confortável, uma vez que trabalha a respiração, a introspecção, o controle e a tranquilidade.

Quais são os benefícios da yoga no pré-natal?

Assim como outros tipos de aulas de preparação para o parto, a yoga pré-natal é uma abordagem multifacetada, com exercícios que incentivam o alongamento, a concentração mental e a respiração. São muitos os benefícios proporcionados pela técnica, incluindo:

  • Melhora do sono;
  • Redução do estresse e da ansiedade;
  • Menor risco de depressão pós-parto;
  • Maior força, flexibilidade e resistência;
  • Diminuição da dor lombar;
  • Diminuição das dores de cabeça;
  • Diminuição de enjoo e náuseas;
  • Diminui o risco de desenvolvimento da síndrome do túnel do carpo (muito comum na gravidez, tem como característica a compressão e inflamação do nervo mediano que passa pelo canal do carpo no punho, um espaço bastante estreito. As mudanças hormonais, próprias da gravidez, provocam maior retenção de líquidos, reduzindo ainda mais o espaço disponível para a circulação do nervo mediano);
  • Risco reduzido de trabalho de parto prematuro;
  • Risco reduzido de restrição de crescimento intrauterino (condição que retarda o crescimento do bebê).

Além desses benefícios, estudos sugerem, ainda, uma relação entre a yoga da gestação e a redução das complicações relacionadas à hipertensão (aumento da pressão arterial), assim como melhorias no desenvolvimento do bebê.

No entanto, é importante considerar diferentes fatores na hora de escolher a yoga na gestação. A maneira mais segura, por exemplo, são aulas voltadas para esse propósito, com instrutores certificados e familiarizados com as posturas corretas que deverão ser adotadas para proporcionar esses benefícios e não o contrário.

Nem todas as técnicas são seguras para mulheres grávidas. O método Bikram, por exemplo, ou outros praticados em ambientes pré-aquecidos, são totalmente desaconselhados, pois podem causar hipertermia, elevação de temperatura corporal.

A prática também não é recomendada para mulheres com risco de parto prematuro ou que sofrem com doenças cardíacas. Por isso, é necessário consultar seu obstetra antes de iniciar as aulas. Veja os principais pontos trabalhados durante a yoga na gestação:

  • Respiração: as técnicas de respiração da yoga na gestação podem ajudar a controlar o processo durante a gravidez, evitando a falta de ar, assim como a trabalhar as contrações durante o trabalho de parto: a respiração é uma das principais aliadas durante o processo. Além disso, respirar corretamente contribui para diminuir a secreção de cortisol, popularmente conhecido como hormônio do estresse, e para aumentar as de serotonina, endorfina e dopamina, hormônios que estabilizam naturalmente o humor, causando uma sensação de bem-estar;
  • Posturas e alongamento: diferentes posturas da yoga para gestantes contribuem para garantir maior força, flexibilidade e equilíbrio. Assim como a respiração, as posturas (asana) são fundamentais para a prática da yoga na gestação. Posturas em pé praticadas com adereços de apoio, por exemplo, podem ajudar a fortalecer as pernas, aliviar dores nas costas, aumentar a resistência e sensação de confiança para o nascimento e no pós-parto, enquanto o agachamento unilateral pode aumentar a flexibilidade da pelve antes do parto.

Para proteger a sua saúde e a do bebê durante a yoga na gestação, entretanto, é importante seguir algumas diretrizes:

  • Estabeleça metas: o período indicado para a prática de mulheres grávidas é de aproximadamente 30/40 minutos de atividade moderada, de três a cinco dias da semana. No entanto, mesmo os treinos mais curtos ou menos frequentes contribuem para facilitar o trabalho de parto e parto;
  • Evite o superaquecimento do corpo: opte por espaços mais ventilados, e durante as aulas beba muitos líquidos para manter a hidratação;
  • Evite certas posturas: evite deitar de barriga ou de costas, assim como flexões de maior intensidade ou posturas que pressionem a região abdominal;
  • Evite o exagero: comece devagar e evite posições que vão além do seu nível de experiência ou conforto. Uma boa dica é observar a respiração durante os exercícios: respiração muito ofegante pode ser um indicativo de esforço excessivo;
  • Fique atenta a alguns sinais: se durante a prática ocorrerem dores, sangramento vaginal ou diminuição dos movimentos do bebê, interrompa imediatamente e entre em contato com seu obstetra.

Quando praticada de forma correta, a yoga na gestação contribui bastante para tornar o parto mais tranquilo, confortável e seguro, além de ser uma ótima oportunidade para conhecer e se relacionar com outras mulheres grávidas.

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