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Suplementação vitamínica para gestantes

Por Dra. Cristiane Pacheco

A mulher que está planejando ter filhos deve ficar atenta aos níveis de vitaminas no organismo. Na gravidez ocorrem diversas transformações no corpo para receber o bebê, por isso é fundamental o equilíbrio orgânico, o que pode ser comprometido por deficiências nutricionais.

No período preconcepção – ou periconcepcional – e durante a gravidez, é comum que os médicos aconselhem a ingestão de uma quantidade maior de vitaminas, principalmente por meio de uma alimentação saudável.

Vitaminas importantes

Além do ácido fólico, administrado desde o mês que antecede a gravidez até o final do primeiro trimestre, os suplementos durante o período devem apenas ser utilizados com a orientação do obstetra, após a avaliação de exames que comprovem a deficiência em determinado nutriente, com dosagens e tempo de uso de acordo com a necessidade de cada paciente.

Ácido fólico

O ácido fólico é uma vitamina do complexo B necessária para a formação de algumas proteínas estruturais e hemoglobina. Pode prevenir malformações fetais, especialmente os defeitos abertos do tubo neural, como a mielomeningocele, encefalocele, acrania e anencefalia.

A administração deve preferencialmente iniciar mais cedo, pois o tubo neural, estrutura importante para o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê, começa a se formar no primeiro mês, período que muitas vezes a gravidez ainda não foi confirmada.

Também contribui para a prevenção de doenças cardíacas, anemia materna, para a formação da placenta e desenvolvimento do DNA.

Vitamina D

O controle de outra vitamina antes da concepção também tem sido considerado necessário por diferentes estudos: a vitamina D, responsável por regular o sistema imunológico, evitando, nesse caso, que os anticorpos combatam a gravidez, prevenindo abortamentos. Além disso, ajuda a regular a absorção de cálcio e fosfato, essenciais para o desenvolvimento dos ossos e dentes do bebê.

Nutrição balanceada

Existem muitos outros nutrientes fundamentais para uma gestação saudável. Na maioria das vezes, uma alimentação balanceada pode garantir esses nutrientes necessários, embora, em alguns casos, os suplementos ajudem a compensar eventuais deficiências, eles não devem ser utilizados como substitutos. Um nutricionista pode ajudar a elaborar o cardápio mais adequado para as necessidades e preferências de cada futura mãe. Veja os mais importantes durante a gravidez, benefícios que eles proporcionam e alimentos em que estão presentes:

  • Ácido fólico: contribui para a prevenção defeitos do tubo neural, doenças cardíacas, anemia materna, para a formação da placenta e desenvolvimento do DNA ajuda. É recomendado até a 12ª semana de gestação. Alimentos que contêm ácido fólico incluem vegetais verde-escuros, como couve, rúcula, espinafre e brócolis, fígado de galinha, peru ou boi cozidos, levedo de cerveja, feijão preto, massas, ervilhas ou lentilhas;
  • Vitamina D: regula o sistema imunológico e a absorção de cálcio e fosfato, essenciais para o desenvolvimento dos ossos e dentes do bebê. Os alimentos que mais apresentam vitamina D são os de origem animal, como peixes, ovos e derivados do leite;
  • Ômega 3: contribui para o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso do bebê, assim como para a saúde do coração. Os peixes de águas frias são uma das principais fontes de ômega 3, entre eles o arenque, o salmão, o atum e a sardinha, além de crustáceos, incluindo o camarão, oleaginosas, como castanha de caju, do Pará, nozes, amêndoas e pistache, sementes como chia e linhaça, vegetais verde-escuros e leguminosas: soja, ervilha e grão de bico, por exemplo;

  • Ferro: necessário para suportar o aumento do volume sanguíneo e reduzir o risco de anemia. Embora alguns vegetais, leguminosas e frutas possam conter ferro, o que está presente nas carnes vermelhas é melhor absorvido pelo organismo;
  • Vitamina C: a vitamina C pode ajudar a evitar parto prematuro e danos no sistema cognitivo. Pode ser encontrada em frutas cítricas como laranja e limão, na acerola, caju, goiaba, kiwi, mamão, morango e em vegetais verde-escuros;
  • Vitamina E: ajuda a evitar o retardo do crescimento fetal e de condições como asma no bebê. As principais fontes de vitamina E são os óleos de soja, milho ou girassol, azeite de oliva, oleaginosas, sementes, em especial a de girassol, trigo e grãos integrais;
  • Zinco: o zinco é um mineral essencial para a gravidez. A deficiência aumenta o risco de abortamento, retardo no crescimento fetal, nascimento prematuro, pré-eclâmpsia e danos imunológicos. É encontrado principalmente nas carnes de frango e bovina, mas também está presente no arroz e pão integrais e nas ostras;
  • Vitamina K: ao mesmo tempo que é necessária para o desenvolvimento saudável dos ossos e formação de proteínas no fígado, a vitamina K desempenha um papel fundamental na coagulação sanguínea. Por isso, é particularmente importante durante e logo após o parto, quando o corpo da mulher está se recuperando e começando a cicatrizar. Vegetais e legumes como acelga, espinafre, brócolis, alface e aspargo possuem boas quantidades, crus ou cozidos.

Os benefícios proporcionados pelos nutrientes encontrados nos alimentos são suficientes para garantir uma gravidez saudável para a mãe e para o bebê, salvo em situações ou dosagens que se apresente deficiências. Quando o obstetra não orienta o uso de suplementos, eles devem ser evitados. O excesso de algumas vitaminas ou minerais pode, ao contrário, ser prejudicial à gravidez.

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