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Nutrição (da mãe e do bebê)

Por Dra. Cristiane Pacheco

Toda mulher que pretende engravidar ou que já está grávida deve ficar atenta ao seu estado nutricional, fundamental para garantir uma gestação sem complicações e mais saúde para o bebê, não apenas durante o desenvolvimento intrauterino, mas na infância ou mesmo vida adulta.

Deficiências nutricionais durante o período gestacional aumentam o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e defeitos congênitos, por exemplo, assim como de o bebê desenvolver doenças crônicas no futuro.

Nutrição materna durante a gravidez

Uma nutrição adequada é consequência da alimentação balanceada, com os nutrientes necessários para garantir a saúde da mãe e a do bebê: as necessidades nutricionais das mulheres aumentam durante a gravidez e lactação.

Nutrientes são substâncias encontradas nos alimentos que possuem funções específicas no organismo. Por isso, durante a gravidez é importante consumir diariamente uma variedade de alimentos, considerando os principais grupos alimentares, como pães, cereais, grãos, verduras, legumes, frutas, leite e seus derivados (queijos, iogurte, kefir, leite fermentado), peixes, carnes, aves e castanhas.

É particularmente importante ficar atenta ao consumo de alimentos que contenham ácido fólico, cálcio, ferro, vitamina A e iodo, cuja deficiência pode provocar complicações na gravidez e no desenvolvimento físico e mental do bebê. A deficiência desses e de outros nutrientes pode resultar, ainda, em morte fetal e neonatal.

A forma correta de alimentar-se é, ao mesmo tempo, fundamental. Essa história que nossos avós contavam sobre comer por dois não é saudável e não garante saúde. O sobrepeso é um dos fatores de risco para a mãe e o bebê, ao mesmo tempo que não sugere a ingestão dos nutrientes necessários, ou seja, mesmo acima do peso pode haver carência nutricional. O ideal, portanto, é a elaboração de um cardápio bem equilibrado.

A dieta alimentar balanceada também deve continuar após o nascimento do bebê, durante o período de lactação. O bebê absorve os nutrientes pela ingestão do leite materno, fundamental para garantir o fortalecimento do sistema imunológico, da mesma forma que influencia na quantidade de leite.

Além disso, durante a lactação, é necessário manter-se sempre hidratada, uma vez que a parte líquida do leite é produzida a partir da hidratação da mãe.

As primeiras orientações sobre alimentação são fornecidas pelo obstetra nas consultas iniciais do pré-natal. No entanto, é possível contar com o auxílio de um nutricionista se houver dificuldades em elaborar um cardápio sozinha.

Nutrição do bebê

O bebê é inicialmente alimentado pelo leite materno, que fornece os nutrientes necessários para que ele cresça de forma saudável. Além disso, reduz o risco de diferentes doenças, pois fortalece o sistema imunológico. O tempo mínimo recomendado de amamentação para assegurar os benefícios necessários é de seis meses.

No entanto, algumas mães amamentam por menos tempo ou não podem amamentar. No primeiro caso, quando isso acontece, mesmo durante um tempo menor, o leite materno já contribuiu para melhorar a imunidade do bebê. Nas duas situações, por outro lado, é possível recorrer a fórmulas infantis semelhantes, preparadas de acordo com a necessidade de cada recém-nascido.

Elas contêm nutrientes como os ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa (AGPICL), ácido docosahexaenóico (DHA) e ácido araquidônico (AA), essenciais para o desenvolvimento neurológico e para a função visual do bebê, assim como os nucleotídeos, para a resposta imunitária, por exemplo.

As fórmulas infantis são desenvolvidas a partir do leite de outros mamíferos, como vaca ou cabra, e de ingredientes importantes para a alimentação do bebê nos primeiros meses de vida.

À medida que ele cresce, outros alimentos devem ser acrescentados. A recomendação é a de que geralmente a alimentação seja gradualmente suplementada a partir dos seis meses. Nessa etapa de desenvolvimento, a necessidade de energia e nutrientes começa a exceder o que é fornecido pelo leite materno, e os alimentos complementares são necessários para atender a essas necessidades.

Os alimentos devem ser introduzidos aos poucos, possibilitando, assim, a detecção de possíveis alergias e até aceitação do bebê. É importante que sejam bem higienizados e de consistência inicialmente pastosa, solidificando-se aos poucos: as frutas, por exemplo, podem ser raspadas ou amassadas, bem como os legumes, verduras e carnes cozidas.

Não é mais necessário serem peneirados ou processados no liquidificador. A consistência, assim com a introdução, é gradualmente aumentada e estimula a mastigação da criança.

Consulte sempre o pediatra do bebê para orientar essa introdução da melhor forma, bem como continuar com a amamentação, que ainda terá seu grau de importância, mesmo introduzindo demais alimentos. Ele também orienta as novas mães sobre a maneira correta de alimentar o bebê, incluindo, nesse caso, a amamentação e a ‘técnica de trava’, fundamental para que ele receba a quantidade adequada de leite.

Caso haja necessidade, um nutricionista também poderá ser consultado nesta jornada, que inclusive pode influenciar positiva ou negativamente toda a infância e a vida adulta.

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