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Papanicolaou

Por Dra. Cristiane Pacheco

O papanicolaou é um exame muito conhecido das mulheres. É feito de rotina, de forma preventiva ao câncer de colo de útero. Faz parte do conjunto de exames que a mulher precisa fazer periodicamente para diagnóstico precoce de doenças que podem evoluir e causar problemas mais graves.

O exame de papanicolaou ou esfregaço citológico permite detectar alterações anormais em células do colo do útero (porção inferior do útero), por isso é utilizado para o rastreamento do câncer na região. Recebeu o nome em homenagem ao patologista grego Georges Papanicolaou, que criou o método.

Popularmente apelidado de Pap, o exame identifica as células cervicais anormais antes que se tornem câncer. O pré-câncer do colo do útero é conhecido como displasia cervical ou neoplasia intraepitelial cervical (NIC). É consequência de tipos de HPV de alto risco e ocorre geralmente na superfície, podendo ser de baixa ou alta periculosidade.

A chance de sucesso no tratamento do câncer cervical é muito alta se a doença for detectada precocemente. A remoção desses pré-cânceres previne 95% das vezes.

Além de ser importante para a detecção de lesões precursoras do câncer do colo do útero e da infecção pelo HPV, o papanicolaou também detecta outras infecções, como a candidíase.

Quando o papanicolaou é indicado?

O papanicolaou deve ser feito periodicamente por toda mulher sexualmente ativa a partir dos 21 anos. A displasia cervical é mais comum entre as mulheres de 25 a 35 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade, inclusive em mulheres mais velhas que ainda mantenham a prática sexual.

Inicialmente deve ser feito anualmente. Se o resultado for normal após dois exames seguidos, pode passar a ser feito a cada três anos.

As únicas mulheres que podem não precisar de exames regulares de Pap são:

  • Mulheres com mais de 65 anos que obtiveram resultados normais em 3 testes consecutivos normais nos últimos 10 anos, com o mais recente realizado nos últimos 5 anos, após serem liberadas pelo médico;
  • Mulheres que sofreram uma cirurgia para retirada do útero (histerectomia) e não possuem histórico de câncer do colo do útero ou resultados anormais de exame de papanicolaou.

Por outro lado, algumas mulheres devem fazer o teste com mais frequência:

  • Mulheres com resultados anormais ou câncer cervical no passado já submetidas ao tratamento;
  • Mulheres infectadas pelo HIV, vírus da imunodeficiência humana causador da aids, por possuírem o sistema imunológico debilitado;
  • Mulheres com o sistema imunológico enfraquecido por consequência de transplantes de órgãos, quimioterapia ou uso de esteroides.

Como o papanicolaou é realizado?

O papanicolaou é realizado com a mulher em posição ginecológica (litotomia): deitada de costas com as pernas flexionadas, afastadas e apoiadas em suportes laterais.

As células são coletadas a partir da introdução de um espéculo na vagina, instrumento que possibilita a avaliação visual do colo do útero e vagina. O médico provoca, então, uma pequena escamação da superfície externa e interna do colo uterino, com uma espátula e escova macia (esfregaço). As células são, então, coletadas para serem analisadas em laboratório especializado em citopatologia, seja em lâmina com fixador ou meio líquido.

Relações sexuais devem ser evitadas nos dois dias anteriores ao exame para evitar alterações, assim como o uso de duchas vaginais ou uso de cremes tópicos.

Quando o resultado é negativo, um novo exame deve ser realizado no ano seguinte se for o primeiro e, se for o segundo, após três anos. Nos casos em que o exame detecta infecção por HPV ou lesão de baixo grau, o exame deverá ser repetido em seis meses. Já quando são de alto grau, o médico geralmente solicita outros exames complementares, incluindo a colposcopia.

Muitas vezes, a amostra coletada pode ser insatisfatória para a avaliação. Nesse caso, o exame deve ser repetido o mais breve possível.

O câncer cervical é o terceiro tumor maligno mais prevalente nas mulheres.

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