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Pré-obesidade

Por Dra. Cristiane Pacheco

Para avaliar a composição corpórea, é usado o índice de massa corporal (IMC), que classifica a relação entre peso e altura, indicando se o peso está acima do ideal.

O IMC é reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de pré-obesidade e obesidade. É calculado dividindo-se o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em metros).

Se o IMC estiver entre 25 e 29,9 kg/m2, há sobrepeso e acima disto, é obesidade. Ter um IMC alto pode dificultar a gravidez, pois prejudica a ovulação e essa dificuldade é proporcional ao índice, ou seja, quanto maior, menores são as chances de engravidar.

A obesidade é definida como o excesso de gordura corporal em relação à massa magra (quantidade de músculo). É dividida em três níveis, que refletem os riscos crescentes à saúde e, consequentemente, à gravidez. Eles acompanham o aumento do IMC: o menor risco é um IMC de 30 a 34,9, o médio vai de 35,0 a 39,9 e o mais alto é igual ou superior a 40.

Um IMC alto durante o período gestacional aumenta o risco de várias complicações. Assim, é importante procurar um obstetra se você tem um índice que indique pré-obesidade e está pensando em engravidar. Ele poderá orientá-la sobre a melhor maneira de perder peso antes, diminuindo, assim, as chances de ocorrerem problemas.

Quais complicações a pré-obesidade e a obesidade podem causar durante a gravidez?

O excesso de peso durante a gravidez expõe a mãe e o bebê a riscos. Entre eles podemos citar:

Riscos para a mãe

  • Diabetes gestacional: é o diabetes diagnosticado pela primeira vez durante a gravidez. Essa condição pode aumentar o risco de parto cesariana, devido a macrossomia fetal, má formação fetal e também partos prematuros. Mulheres que tiveram diabetes gestacional também podem ter o problema no futuro, assim como seus filhos. Se houver sobrepeso e obesidade, o rastreio para a condição é realizado no início da gravidez e durante o período;
  • Pré-eclâmpsia:é um distúrbio de pressão alta que pode ocorrer durante a gravidez, potencialmente grave para a mãe e para o bebê. Pode evoluir para eclâmpsia, condição mais grave que tende a afetar órgãos como os rins e o fígado e, em casos raros, a provocar acidente vascular cerebral (AVC). Mulheres grávidas com pré-eclâmpsia devem ser monitoradas durante toda a gestação e, em boa parte dos casos, o parto pode ser antecipado;
  • Apneia do sono: distúrbio no qual a respiração para e inicia repetidamente durante o sono. Na gravidez, ao mesmo tempo que causa fadiga extrema, aumenta o risco de pré-eclâmpsia, eclâmpsia, distúrbios cardíacos e pulmonares.

Mulheres com pré-obesidade e obesas também têm maior risco de perda de gravidez (abortamento espontâneo) e trabalhos de parto mais longos em comparação com mulheres que têm peso normal.

As chances de infecção, sangramento e outras complicações são, da mesma forma, maiores do que para as mulheres com peso normal.

Riscos para o bebê

  • Defeitos congênitos: bebês nascidos de mulheres obesas têm um risco aumentado de defeitos congênitos, como os cardíacos ou do tubo neural;
  • Macrossomia: quando os bebês são maiores do que o normal, acima de 4 kg. Isso pode aumentar o risco de distócias e de nascimento por cesariana. Bebês nascidos com muita gordura corporal têm, ainda, mais chances de se tornarem obesos posteriormente;
  • Nascimento prematuro: os problemas associados à obesidade de uma mulher, como a pré-eclâmpsia, podem levar a um parto prematuro. Os bebês prematuros não são tão desenvolvidos quanto os nascidos após 39 semanas de gravidez. Como resultado, eles podem ter problemas de saúde a curto e longo prazo;
  • Natimorto: quanto maior o IMC da mulher, mais altas as chances de bebês nascidos mortos.

É, portanto, fundamental, mulheres com pré-obesidade e obesidade avaliarem e considerarem o peso em uma consulta preconcepção, o que possibilita determinar quantos quilos são necessários adquirir durante o período para garantir os nutrientes importantes ao desenvolvimento do bebê.

Apesar dos riscos, mulheres com pré-obesidade e obesidade podem ter uma gravidez saudável, desde que o peso seja gerenciado com maior critério, a partir da adoção de medidas como começar uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos e fazer os cuidados pré-natais regulares para monitorar as possíveis complicações.

O peso geralmente é verificado a cada visita pré-natal. O crescimento do bebê também será acompanhado. Caso o ganho nele seja menor do que o recomendado, mas o desenvolvimento seja normal, não é preciso aumentar a medida para acompanhar as orientações. O desenvolvimento inadequado do bebê, ao contrário, pode exigir alterações na dieta e, consequentemente, um novo plano de exercícios.

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