Anticoncepcional: quais são os métodos contraceptivos e qual sua eficácia?
Os métodos contraceptivos, conhecidos popularmente como anticoncepcionais, são um importante auxílio para o planejamento familiar das mulheres. No entanto, muitas delas não conhecem as diversas opções disponíveis. Elas vão desde as populares pílulas hormonais até a implantação de dispositivos e a laqueadura.
A escolha por um desses métodos deve ser feita tendo em vista as características de cada mulher e o que elas almejam como método, mediante anamnese e exame clínico em consulta médica. Então, serão avaliados os riscos e os benefícios individualizados das alternativas para uma tomada de decisão compartilhada. Quer entender melhor? Acompanhe!
Anticoncepcional: quais métodos disponíveis?
Métodos hormonais
Os métodos hormonais podem ser administrados de diferentes formas:
- Orais;
- Injetáveis;
- Implantes subcutâneos;
- Percutâneos;
As pílulas anticoncepcionais são o método contraceptivo mais utilizado pelas mulheres. Por isso, é muito importante saber como elas funcionam.
Eles agem ao:
- Inibir a ovulação;
- Tornar o muco do colo uterino mais espesso;
- Reduzir a receptividade do endométrio a um eventual embrião formado;
- Modificar a funcionalidade das células que revestem as tubas uterinas, dificultando o transporte de gametas e embriões.
Eles podem ser classificados em:
- Isolados — utiliza-se apenas um tipo de hormônio como princípio ativo. Por estar menos relacionados a efeitos colaterais mais graves, os análogos da progesterona são os mais utilizados. Elas são uma excelente opção para as mulheres que não podem utilizar medicamentos com estrogênio em sua composição;
- Combinados — são usados mais de um tipo de hormônio para a composição da pílula. Geralmente, são compostas por um progestágeno e de um estrogênio, cuja dosagem pode variar.
As pílulas combinadas de baixa dosagem de estrogênio geralmente são as mais indicadas como primeira opção para a contracepção hormonal oral. No entanto, a escolha é sempre individualizada de acordo com o perfil de cada mulher, tendo em vista os riscos de saúde, os objetivos dela, doenças pré-existentes, entre outros fatores.
As pílulas hormonais podem vir em cartelas:
- Com intervalo — a paciente toma as pílulas por 21 ou 22 (só existe uma marca com formulação de 22 e pausa de 6 dias), então faz uma pausa de aproximadamente 7 dias até começar o uso de outra cartela;
- Sem intervalo — cada cartela vem com 28 comprimidos e não há pausa entre elas. Ou seja, assim que uma acaba, a mulher deve iniciar a próxima. Podem ser todos os comprimidos hormonais, portanto nesses casos a mulher não menstruará, ou com comprimidos inativos, apenas para paciente não se perder em pausas e nesse tipo de cartela, ainda que uso sem pausa, a mulher vai menstruar.
Dispositivos intrauterinos
Hormonais — utilizam baixas doses de progestágenos, que são liberados progressivamente enquanto o dispositivo está na cavidade uterina. Tem a mesma ação dos medicamentos hormonais progestágenos.
Não hormonais — São feitos com componentes metálicos (principalmente o cobre), que causam uma inflamação no ambiente intrauterino. Com isso, há alterações no muco cervical e no endométrio, o que dificulta os processos de transporte dos gametas e a fertilização.
O prazo de validade do DIU varia de acordo com o fabricante, podendo ser de 2 a 10 anos. Durante esse tempo, ele será efetivo para a contracepção, devendo ser trocado antes que “vença”. Não é necessário ter um período de descanso entre os DIUs.
Métodos de barreira
Os métodos de barreira são aqueles que impedem a contracepção ao criar uma barreira física para a passagem dos espermatozoides durante as relações sexuais. Dentre eles, destacam-se as camisinhas feminina e masculina — chamadas tecnicamente de condom. Elas apresentam várias vantagens, como:
- São o único capaz de prevenir o HIV, as infecções sexualmente transmissíveis mais graves e evitar a gravidez simultaneamente;
- Não exigem um acompanhamento médico especializado para uso;
- Estão disponíveis em farmácias e são distribuídas gratuitamente em diversos locais sem que a pessoa precise passar por um atendente.
Outros métodos de barreira são:
- Diafragma — são uma espécie de capuz flexível feito de látex ou silicone. São inseridos dentro da vagina para recobrir o colo uterino, desse modo impedem que os espermatozoides avancem para a cavidade uterina. A própria mulher o colocará anteriormente às relações sexuais. É muito importante que sejam colocados da forma indicada, pois a eficácia depende do uso correto, rotineiro e consistente (em todas as relações sexuais);
- Esponja contraceptiva — também é inserida na vagina para cobrir o colo do útero, impedindo a entrada de espermatozoides.
Métodos comportamentais
A tabelinha é utilizada por muitas mulheres para evitar uma gravidez, mas não se trata de um método contraceptivo propriamente dito. Afinal, sua eficácia é baixa e não é tão confiável para esse objetivo.
Métodos cirúrgicos
A laqueadura, — “ligadura das trompas” —, é um método contraceptivo potencialmente irreversível. Por isso, é considerada uma técnica de esterilização.
Anticoncepção de emergência
Trata-se da administração de anticoncepcionais orais em doses mais altas após uma relação sexual desprotegida. Ela pode ser utilizada quando a mulher não está em uso de nenhum outro método contraceptivo eficaz.
Eficácia dos anticoncepcionais
Taxa de falha com uso regular e correto | Taxa de falha com uso regular | |
Implantes | 0,05 | 0,05 |
Vasectomia | 0,1 | 0,15 |
Esterilização feminina | 0,5 | 0,5 |
DIU com cobre | 0,6 | 0,8 |
DIU com levonorgestrel | 0,2 | 0,2 |
Injetáveis mensais | 0,05 | 3 |
Injetáveis só de progestogênio | 0,3 | 3 |
Anticoncepcionais orais combinados | 0,3 | 8 |
Pílulas orais só de progestogênio | 0,3 | 8 |
Adesivo combinado | 0,3 | 8 |
Anel vaginal combinado | 0,3 | 8 |
Preservativos masculinos | 2 | 15 |
Diafragmas com espermicida | 6 | 16 |
Preservativos femininos | 5 | 21 |
Espermicidas | 18 | 29 |
Nenhum método | 85 | 85 |
A escolha do método anticoncepcional é feita de forma individualizada, tendo em vista os desejos da paciente e os riscos/benefícios de cada caso. O seu médico vai ajudá-la a entender como cada um funciona e oferecer todo o suporte para a sua decisão.
Quer saber mais sobre os contraceptivos e seu uso? Confira nosso artigo sobre o tema!