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Anticoncepcional: quais são os métodos contraceptivos e qual sua eficácia?

Por Dra. Cristiane Pacheco

Os métodos contraceptivos, conhecidos popularmente como anticoncepcionais, são um importante auxílio para o planejamento familiar das mulheres. No entanto, muitas delas não conhecem as diversas opções disponíveis. Elas vão desde as populares pílulas hormonais até a implantação de dispositivos e a laqueadura.

A escolha por um desses métodos deve ser feita tendo em vista as características de cada mulher e o que elas almejam como método, mediante anamnese e exame clínico em consulta médica. Então, serão avaliados os riscos e os benefícios individualizados das alternativas para uma tomada de decisão compartilhada. Quer entender melhor? Acompanhe!

Anticoncepcional: quais métodos disponíveis?

Métodos hormonais

Os métodos hormonais podem ser administrados de diferentes formas:

  • Orais;
  • Injetáveis;
  • Implantes subcutâneos;
  • Percutâneos;

As pílulas anticoncepcionais são o método contraceptivo mais utilizado pelas mulheres. Por isso, é muito importante saber como elas funcionam.

Eles agem ao:

  • Inibir a ovulação;
  • Tornar o muco do colo uterino mais espesso;
  • Reduzir a receptividade do endométrio a um eventual embrião formado;
  • Modificar a funcionalidade das células que revestem as tubas uterinas, dificultando o transporte de gametas e embriões.

Eles podem ser classificados em:

  • Isolados — utiliza-se apenas um tipo de hormônio como princípio ativo. Por estar menos relacionados a efeitos colaterais mais graves, os análogos da progesterona são os mais utilizados. Elas são uma excelente opção para as mulheres que não podem utilizar medicamentos com estrogênio em sua composição;
  • Combinados — são usados mais de um tipo de hormônio para a composição da pílula. Geralmente, são compostas por um progestágeno e de um estrogênio, cuja dosagem pode variar.

As pílulas combinadas de baixa dosagem de estrogênio geralmente são as mais indicadas como primeira opção para a contracepção hormonal oral. No entanto, a escolha é sempre individualizada de acordo com o perfil de cada mulher, tendo em vista os riscos de saúde, os objetivos dela, doenças pré-existentes, entre outros fatores.

As pílulas hormonais podem vir em cartelas:

  • Com intervalo — a paciente toma as pílulas por 21 ou 22 (só existe uma marca com formulação de 22 e pausa de 6 dias), então faz uma pausa de aproximadamente 7 dias até começar o uso de outra cartela;
  • Sem intervalo — cada cartela vem com 28 comprimidos e não há pausa entre elas. Ou seja, assim que uma acaba, a mulher deve iniciar a próxima. Podem ser todos os comprimidos hormonais, portanto nesses casos a mulher não menstruará, ou com comprimidos inativos, apenas para paciente não se perder em pausas e nesse tipo de cartela, ainda que uso sem pausa, a mulher vai menstruar.

Dispositivos intrauterinos

Hormonais — utilizam baixas doses de progestágenos, que são liberados progressivamente enquanto o dispositivo está na cavidade uterina. Tem a mesma ação dos medicamentos hormonais progestágenos.

Não hormonais — São feitos com componentes metálicos (principalmente o cobre), que causam uma inflamação no ambiente intrauterino. Com isso, há alterações no muco cervical e no endométrio, o que dificulta os processos de transporte dos gametas e a fertilização.

O prazo de validade do DIU varia de acordo com o fabricante, podendo ser de 2 a 10 anos. Durante esse tempo, ele será efetivo para a contracepção, devendo ser trocado antes que “vença”. Não é necessário ter um período de descanso entre os DIUs.

Métodos de barreira

Os métodos de barreira são aqueles que impedem a contracepção ao criar uma barreira física para a passagem dos espermatozoides durante as relações sexuais. Dentre eles, destacam-se as camisinhas feminina e masculina — chamadas tecnicamente de condom. Elas apresentam várias vantagens, como:

  • São o único capaz de prevenir o HIV, as infecções sexualmente transmissíveis mais graves e evitar a gravidez simultaneamente;
  • Não exigem um acompanhamento médico especializado para uso;
  • Estão disponíveis em farmácias e são distribuídas gratuitamente em diversos locais sem que a pessoa precise passar por um atendente.

Outros métodos de barreira são:

  • Diafragma — são uma espécie de capuz flexível feito de látex ou silicone. São inseridos dentro da vagina para recobrir o colo uterino, desse modo impedem que os espermatozoides avancem para a cavidade uterina. A própria mulher o colocará anteriormente às relações sexuais. É muito importante que sejam colocados da forma indicada, pois a eficácia depende do uso correto, rotineiro e consistente (em todas as relações sexuais);
  • Esponja contraceptiva — também é inserida na vagina para cobrir o colo do útero, impedindo a entrada de espermatozoides.

Métodos comportamentais

A tabelinha é utilizada por muitas mulheres para evitar uma gravidez, mas não se trata de um método contraceptivo propriamente dito. Afinal, sua eficácia é baixa e não é tão confiável para esse objetivo.

Métodos cirúrgicos

A laqueadura, — “ligadura das trompas” —, é um método contraceptivo potencialmente irreversível. Por isso, é considerada uma técnica de esterilização.

Anticoncepção de emergência

Trata-se da administração de anticoncepcionais orais em doses mais altas após uma relação sexual desprotegida. Ela pode ser utilizada quando a mulher não está em uso de nenhum outro método contraceptivo eficaz.

Eficácia dos anticoncepcionais

  Taxa de falha com uso regular e correto Taxa de falha com uso regular
Implantes 0,05 0,05
Vasectomia 0,1 0,15
Esterilização feminina 0,5 0,5
DIU com cobre 0,6 0,8
DIU com levonorgestrel 0,2 0,2
Injetáveis mensais 0,05 3
Injetáveis só de progestogênio 0,3 3
Anticoncepcionais orais combinados 0,3 8
Pílulas orais só de progestogênio 0,3 8
Adesivo combinado 0,3 8
Anel vaginal combinado 0,3 8
Preservativos masculinos 2 15
Diafragmas com espermicida 6 16
Preservativos femininos 5 21
Espermicidas 18 29
Nenhum método 85 85

 

A escolha do método anticoncepcional é feita de forma individualizada, tendo em vista os desejos da paciente e os riscos/benefícios de cada caso. O seu médico vai ajudá-la a entender como cada um funciona e oferecer todo o suporte para a sua decisão.

Quer saber mais sobre os contraceptivos e seu uso? Confira nosso artigo sobre o tema!

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