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Colo do útero: saiba mais sobre o que acontece durante a gestação

Por Dra. Cristiane Pacheco

O colo do útero é uma estrutura muscular em forma de tubo que conecta o útero à vagina. Ele está localizado na parte inferior do útero, na extremidade superior da vagina. Em mulheres não grávidas, o colo do útero tem cerca de 2,5 a 3 cm de comprimento com superfície lisa e consistência firme.

Ele serve como um canal de passagem para o esperma durante a relação sexual e para o bebê durante o parto. Além disso, o colo do útero produz muco que atua como uma barreira de proteção contra infecções.

Esse muco pode ser mais ou menos espesso, dependendo da fase do ciclo menstrual. Quando está mais espesso, ele oferece proteção contra gestações. Durante a ovulação, o muco cervical se torna mais fino e elástico para facilitar a passagem dos espermatozoides em direção ao útero.

Por sua vez, durante a gravidez, o colo do útero permanece fechado para manter o feto no útero até o momento do parto. Ele também produz um tampão de muco que protege o ambiente intrauterino de infecções. Já no trabalho de parto, o colo do útero se dilata para permitir a passagem do bebê através do canal vaginal.

Quer saber sobre as mudanças pelas quais o colo do útero antes, durante e depois da gestação? Acompanhe até o final!

Mudanças no colo uterino ao longo da gestação

O colo do útero também se torna mais macio e flexível, perdendo a consistência firme que tinha antes da gravidez. Com a gestação, ele começa a amolecer, o que é resultado da reabsorção do colágeno, proteína que dá firmeza aos tecidos. Inclusive, um dos sinais que podem ajudar a diagnosticar uma gestação é o amolecimento do colo do útero, que fica com uma consistência parecida à dos lábios ao toque vaginal. Essa alteração é chamada de “regra de Goodell”.

O colo também passa por um processo de afinamento e encurtamento devido ao peso do bebê. Essa mudança é sutil no início da gravidez, mas se torna mais evidente à medida que as semanas de gestação passam.

Formação do tampão mucoso — Nas primeiras semanas de gravidez, um tampão mucoso se forma no canal cervical, bloqueando a entrada do útero. Esse tampão é composto por muco e células, e sua função principal é proteger o bebê de infecções.

O tampão mucoso geralmente é espesso e pegajoso, podendo apresentar uma coloração esbranquiçada ou levemente amarelada. Ele permanece no colo do útero durante a maior parte da gravidez. Ele geralmente apenas se desprende perto do parto, o que pode ser um sinal de que o trabalho de parto está começando.

Transformações do colo uterino em cada semestre de gestação

No primeiro trimestre de gestação, o colo uterino apresenta um tamanho entre 3 e 5 centímetros. No segundo trimestre, ele sofre uma pequena encurtada devido à pressão exercida pelo peso do bebê. Contudo, considera-se o colo curto quando mede menos do que 2,5 centímetros na ultrassonografia obstétrica do segundo trimestre. Nessa situação, pode ser necessária alguma intervenção médica para evitar partos prematuros ou perdas gestacionais.

No terceiro trimestre, à medida que o parto se aproxima, o comprimento do colo diminui até que não seja possível diferenciar o orifício interno do orifício externo. Esse fenômeno é conhecido como o apagamento cervical. É mais pronunciado em mulheres primíparas (nunca tiveram um parto), preparando-o para o parto. Essa mudança, contudo, é menos evidente em multíparas (mulheres que passaram por mais de um parto).

As mudanças do colo uterino durante o trabalho de parto

Enquanto o apagamento é a mudança no comprimento do colo do útero, a dilatação é o processo de abertura do colo do útero durante o trabalho de parto, sendo geralmente precedida pela perda do tampão mucoso. Ela é causada pelas contrações uterinas, que pressionam o colo do útero contra as paredes da vagina.

À medida que a fase ativa do trabalho de parto se inicia, o colo do útero começa se dilatar em um ritmo aproximado de 1 a 2 centímetros por hora, em média. No entanto, até 50% das mulheres podem passar por uma dilatação mais lenta.

Portanto, o processo de dilatação tende a ser lento e gradual, levando várias horas. A fase expulsiva do trabalho de parto geralmente ocorre quando a dilatação cervical atinge cerca de 10 cm. Com isso, há espaço suficiente para que o bebê para que o bebê possa nascer. Quando esse processo não ocorre espontaneamente, pode ser necessário induzir a dilatação.

Pós-parto e novas gestações

No pós-parto, o colo do útero passa por uma série de mudanças para voltar ao seu estado pré-gravidez. Esse processo é influenciado pela involução uterina, que geralmente leva de 6 a 8 semanas para ser concluído. As principais alterações que ocorrem no puerpério são:

  • Diminuição do tamanho: logo após a última fase do trabalho de parto (dequitação), o colo do útero começa a se contrair e diminuir de tamanho. No entanto, o fechamento completo ocorre gradualmente nos dias seguintes ao parto, podendo demorar algumas semanas para ser concluído;
  • Retorno à consistência pré-gravidez: ele se torna mais firme à medida que o processo de involução avança.

Essas mudanças são parte importante do processo de recuperação pós-parto. Por isso, o exame do colo uterino é uma medida importante nas consultas de puerpério.

Portanto, o colo do útero recupera grande parte de suas características pré-gravídicas no pós-parto. Com os cuidados adequados, a maioria das mulheres se recupera completamente e não apresenta nenhum problema a longo prazo.

A maioria das alterações mais prolongadas é benigna. Por exemplo, a cada parto normal que uma mulher tem, as chances de um apagamento e uma dilatação mais rápida aumentam (mas isso não é uma regra).

Quer saber mais sobre o trabalho de parto normal? Toque aqui!

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