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Colposcopia: o que pode diagnosticar?

Por Dra. Cristiane Pacheco

Os exames de rotina da mulher são aqueles realizados com a finalidade de realizar o diagnóstico precoce de doenças que podem causar problemas graves de saúde. Esse é o caso do exame do Papanicolaou (citopatológico do colo do útero), o qual identifica lesões que são ou podem se tornar um câncer cervical. Vários estudos já mostram que a realização do preventivo ginecológico regularmente é capaz de evitar muitos óbitos e aumentar os anos de qualidade de vida das pacientes.

A colposcopia, por sua vez, não é um exame de rotina. Afinal, seu objetivo não é rastrear pacientes em risco, mas diagnosticar patologias. Ela é indicada quando a paciente apresenta alterações no preventivo. Em outras palavras, seu objetivo é diagnosticar um eventual tumor maligno em pacientes com alterações no exame de triagem de risco. Quer saber mais sobre quando a colposcopia é pedida? Acompanhe nosso post!

O que é colposcopia?

A colposcopia é um exame de magnificação de imagem. Em outras palavras, ele envolve o uso de equipamentos especiais, como lentes e câmeras, que ampliam a imagem de uma área, permitindo que o médico veja detalhes de lesões microscópicas ou difíceis de visualizar a olho nu. Conforme for o caso, ele pode ainda coletar amostras de tecido para investigação histocitopatológica (análise microscópica das células e tecidos).

Como a colposcopia é feita?

Como vimos, a colposcopia é um procedimento que permite ao médico examinar de perto o colo do útero, a vagina e a vulva de uma mulher em busca de sinais de doenças. Durante uma colposcopia, o médico usará um dispositivo de ampliação, chamado colposcópio, para examinar de perto o tecido nessas áreas.

A paciente é colocada em posição ginecológica, a mesma do exame físico habitual. Então, ele investiga a vulva visualmente e insere um espéculo na vagina para manter as suas paredes abertas.

O colposcópio é então usado para visualizar as paredes da vagina e do colo do útero. O médico usará uma solução química própria para destacar todas as áreas que possam ser suspeitas. O médico também pode coletar uma pequena amostra de tecido para biópsia. O procedimento geralmente leva cerca de 10 a 15 minutos e geralmente é feito no consultório do médico sem anestesia. Pode ser desconfortável, mas geralmente não é doloroso.

O que ela pode diagnosticar?

O objetivo principal da colposcopia é identificar lesões potencialmente malignas (invasivas) na vulva, na vagina e no colo do útero. São as chamadas patologias do trato genital inferior. Nos resultados da colposcopia, podem constar diagnósticos, como lesões:

  • grau 1 — lesões proliferativas de menor risco de evolução para câncer;
  • grau 2 — lesões proliferativas de maior risco de evolução para câncer;
  • suspeita de invasão — lesões potencialmente cancerígenas mais profundas.

Câncer do colo de útero

A principal indicação da colposcopia é a investigação de alterações no exame citopatológico preventivo do câncer do colo de útero, o papanicolaou. Essa doença pode ocorrer geralmente devido à infecção por alguns tipos do vírus HPV, que causam mudanças no material genético das células, fazendo com que elas se proliferem sem controle.

Antes do Papanicolaou, o câncer cervical era uma das principais causas de morte precoce entre as mulheres. Veja, na tabela a seguir, os resultados do exame que exigem uma investigação complementar com a colposcopia:

Células escamosas atípicas de significado indeterminado, mas com origem provavelmente benigna (ASC-US) Menos de 25 anos de idade Repetir em 3 anos
25 a 29 anos de idade Repetir citologia em 12 meses
Mais de 30 anos de idade Repetir citologia em 6 meses ou realizar teste DNA HPV
Células escamosas atípicas, não se pode descartar uma lesão de alto grau (ASC-H) Todas as idades Realizar colposcopia
 AGC Todas as idades Realizar colposcopia. Algumas sociedades médicas internacionais recomendam também a coleta de amostra endometrial.
LSIL Abaixo de 25 anos de idade Repetir citologia em 1 ou 3 anos
25 anos ou mais Repetir citologia em 6 meses ou realizar colposcopia
HSIL Todas as idades Realizar colposcopia
Lesão intraepitelial de alto grau não podendo excluir microinvasão Todas as idades

Todas as idades

Realizar colposcopia
Carcinoma adenocarcinoma Todas as idades Realizar colposcopia

 

Nos casos em que o segundo exame de citopatologia mostrar uma lesão de baixo grau persistente, a paciente também é encaminhada para a colposcopia. Essa é a mesma conduta dos casos em que o médico opta por fazer o teste DNA-HPV e o resultado indica que a paciente está infectada por um HPV de alto risco oncogênico.

Caso essas alterações sejam encontradas em gestantes, a conduta é distinta. Em mulheres não-grávidas, a colposcopia envolve geralmente a biópsia da lesão. No caso das grávidas, a colposcopia ainda será indicada, mas não haverá coleta de tecido, exceto se houver suspeita de uma lesão invasiva. Após 90 dias de pós-parto, o exame é repetido e a biópsia é coletada.

Doenças da vulva

Neoplasias vulvares são relativamente incomuns, mas podem ser condições médicas muito graves. Esses tumores podem ser benignos (não cancerosos) ou malignos (cancerígenos), podendo estar relacionados também com as infecções por HPV.

Os sintomas comuns das neoplasias vulvares incluem coceira, queimação, dor e um nódulo ou massa na área vulvar. Contudo, em muitos casos, a doença pode ser completamente assintomática.

A detecção precoce é fundamental para um melhor prognóstico. Por isso, é importante que as mulheres se submetam a exames ginecológicos regulares e conversem com seu médico sobre quaisquer alterações em sua área vulvar. Caso haja alguma alteração no exame ginecológico, seu médico a encaminhará para a colposcopia.

Neoplasias da vagina

Neoplasias vaginais são crescimentos anormais que podem ser benignos ou malignos (cancerosos). Apesar de geralmente assintomáticas, eles podem causar alterações na aparência da vagina, além de desconforto e sangramento.

As neoplasias vaginais malignas são muito menos comuns do que as benignas. Além disso, o câncer vaginal é relativamente raro em comparação com o câncer do colo de útero. Como as outras patologias do trato genital feminino inferior, suas alterações podem ser identificadas pelo exame ginecológico periódico. Caso haja alguma anormalidade, o seu ginecologista a encaminhará para a colposcopia.

Portanto, o principal objetivo da colposcopia é a avaliação e prevenção de patologias no trato genital feminino inferior (PTGI), que abrange a vulva, a vagina e o colo uterino. Com isso, buscamos realizar um diagnóstico mais precoce e oferecer um tratamento rápido e individualizado.

Quer saber mais sobre esse importante exame? Confira este artigo completo sobre a colposcopia!

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