Diabetes gestacional: sintomas
O pré-natal é fundamental para a mulher compreender o que muda no seu corpo e os riscos associados às gestações. A partir desse acompanhamento longitudinal, você pode tomar tanto medidas preventivas quanto terapêuticas para manter uma gravidez saudável. Dentre as condições que podem ser identificadas, está a diabetes gestacional (DG).
A DG é uma doença que surge devido às modificações metabólicas causadas pela interação do organismo materno com o feto. Sua etiologia está relacionada a uma série de hormônios liberados pela placenta, os quais, em mulheres predispostas, pode elevar significativamente os níveis de glicose no sangue.
Em geral, a diabetes gestacional é uma doença assintomática, a qual é comumente descoberta nos exames de rastreio realizados a cada trimestre. Entretanto ela também pode ser sintomática, provocando manifestações semelhantes às outras formas de diabetes mellitus. Quer entender melhor? Confira o nosso post!
O que é a diabetes gestacional?
A diabetes gestacional é uma condição caracterizada principalmente por um nível elevado de glicose no sangue que surge durante a gravidez ou, em casos incomuns, o puerpério. Assim, pode resultar em complicações para a saúde da mãe e do bebê.
Ela é causada, principalmente, pelo aumento da resistência do corpo à ação da insulina, o hormônio responsável pelo equilíbrio dos níveis de glicose no sangue (glicemia).
Isso ocorre devido à produção de alguns hormônios produzidos pela placenta. Eles aumentam a glicemia com o objetivo de aumentar as reservas de energia disponível para o desenvolvimento da gestação.
Na maioria das gestantes, essa modificação metabólica não provoca nenhuma doença ou quadro preocupante. Afinal, o pâncreas da mulher reage aumentando a produção de insulina para contrabalancear o aumento da resistência.
Entretanto, em mulheres predispostas, a diabetes gestacional pode surgir, pois a resposta pancreática não é suficiente para manter níveis glicêmicos saudáveis.
A diabetes gestacional e a evolução da gestação
No primeiro trimestre de gestação, o desenvolvimento da placenta ainda é insuficiente para provocar alterações significativas da glicemia. Como veremos, se forem identificados níveis elevados de glicose no sangue, a manifestação possivelmente se deve a um quadro de diabetes ou pré-diabetes anterior à gravidez.
A partir do segundo semestre, porém, a diabetes gestacional pode ser diagnosticada. Ela geralmente é identificada em exames realizados no início do terceiro semestre da gestação ou ainda no segundo trimestre se houver sinais e sintomas compatíveis.
Quais os sintomas da diabetes gestacional?
A diabetes gestacional pode desencadear alguns sintomas causados pela hiperglicemia. Por isso, ela se manifesta, na grávida, em um quadro muito semelhante ao das outras formas de diabetes mellitus, como:
- Sede excessiva e persistente (polidipsia);
- Micção frequente (poliúria);
- Fome aumentada (polifagia).
Contudo esses sintomas usualmente aparecem quando a glicemia está bastante elevada, o que indica um maior descontrole da doença. Outras manifestações menos comuns são:
- Cansaço excessivo;
- Ganho de peso excessivo da gestante;
- Boca seca frequentemente.
O que fazer ao perceber sintomas?
Diante de qualquer um desses sintomas, é muito importante conversar com o médico que avalia o seu pré-natal. Desse modo, ele poderá conduzir uma investigação mais aprofundada.
Com o avanço da condição, a condição também pode trazer manifestações no feto e na gestação, como:
- Feto com peso elevado para a idade gestacional;
- Aumento do volume de líquido amniótico (polidrâmnio).
Como é feito o diagnóstico da diabetes gestacional?
Em muitos casos, a diabetes gestacional é assintomática. Em outras palavras, a mulher não nota nenhuma alteração em sua saúde. Por esse motivo, o acompanhamento da glicemia no pré-natal é muito importante no diagnóstico dessa condição.
O diagnóstico em mulheres assintomáticas e sintomáticas
Por ser assintomática na maioria dos casos, o rastreamento de todas as mulheres é a melhor forma de diagnosticar a doença.
Dessa forma, o médico realiza exames laboratoriais periódicos para a identificação e níveis elevados de glicose no sangue. Essa conduta é padrão para todas as gestantes, mesmo que elas não tenham nenhuma queixa clínica.
No primeiro trimestre da gestação, requisita-se a glicemia de jejum. Assim, podemos identificar mulheres que apresentam diabetes mellitus tipo 1 ou 2 previamente à gravidez. Apenas dizemos que se trata de diabetes gestacional, quando as alterações são identificadas a partir da 24º semana.
A partir dos resultados, também é possível avaliar se há tendência ao desenvolvimento de diabetes gestacional. Então, podem ser indicadas mudanças nos hábitos de vida para prevenir o desenvolvimento da condição.
No início do terceiro trimestre, realiza-se o teste oral de tolerância a glicose. Nele, a gestante ingere uma solução com altos níveis de açúcar. Então, durante três horas, os níveis de glicose são monitorados em intervalos de 60 minutos.
A alteração da glicemia em alguma dessas medidas diagnostica a diabetes gestacional tanto em mulheres sintomáticas quanto assintomáticas.
Fatores de risco
Os riscos nos ajudam a compreender quais mulheres têm uma maior probabilidade de desenvolver a DG. Assim, o acompanhamento pré-natal pode ser individualizado para a identificação precoce da diabetes gestacional. Os principais fatores de risco conhecidos são:
- Obesidade;
- Sedentarismo;
- Diabetes gestacional anterior ou pré-diabetes;
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Histórico familiar;
- Bebês de gestações anteriores nascidos com peso superior a 4 kg.
Nesses casos, o momento e a frequência dos testes glicêmicos podem ser diferentes da rotina que explicamos acima. Afinal, o pré-natal deve ser sempre individualizado às características de cada mulher em cada gestação.
Portanto, é muito importante que a mulher compreenda que a diabetes gestacional é geralmente assintomática. Entretanto, mesmo assim, causa lesões silenciosas e distúrbios gestacionais. O rastreamento no pré-natal é essencial para evitar complicações tanto para a mãe quanto para o feto.
Quer saber mais sobre a diabetes mellitus e as complicações que ela traz para a mãe e o bebê? Confira este nosso artigo completo sobre o tema!