DIP na gestação: saiba mais sobre o assunto
As gestações são um momento delicado, o qual requer cuidados especiais para garantir a sua saúde e a do seu bebê. Por esse motivo, existe toda uma rotina de acompanhamento médico periódico, o pré-natal. Seu objetivo é garantir os melhores cuidados durante toda a gravidez, rastreando também condições que podem colocar a gestação em risco, como a doença inflamatória pélvica (DIP).
Quer saber mais sobre essa condição e suas características na gestação? Acompanhe até o final!
O que é DIP?
A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção do sistema reprodutivo feminino superior (útero, tubas uterinas e ovários). Em geral, é causada por bactérias, principalmente aquelas transmitidas por via sexual (clamídia e gonorreia são as mais comuns). Formas de transmissão mais raro são o parto, o aborto, a curetagem uterina.
Os principais sintomas da DIP incluem:
- Dor pélvica, especialmente durante relações sexuais;
- Corrimento vaginal anormal (alterações na cor, no odor, na consistência ou no volume);
- Sangramento uterino anormal;
- Febre e calafrios;
- Dor ao urinar;
- Náusea e vômito.
A DIP pode ainda ser assintomática, mas, ainda assim, a paciente pode apresentar complicações, como:
- Infertilidade;
- Gravidez ectópica;
- Dor pélvica crônica.
A DIP pode ocorrer na gestação?
Sim, a DIP pode ocorrer durante a gestação, embora seja menos comum do que em mulheres não grávidas. As complicações da DIP na gravidez são graves e podem afetar tanto a mãe quanto o bebê.
Causas da DIP
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) bacterianas, como clamídia e gonorreia, são as principais causas da DIP, especialmente em mulheres grávidas com menos de 25 anos. A DIP pode ser causada tanto por uma infecção antiga, presente desde antes da gestação, quanto por uma transmissão recente. Por esse motivo, a mulher deve ter relações sexuais sempre protegidas durante a gravidez.
Além disso, a DIP pode ocorrer devido a microrganismos de uma vaginose bacteriana, os quais podem migrar para trato genital superior através do colo do útero. O acompanhamento pré-natal é fundamental para identificar e tratar precocemente as vaginoses, evitando que elas evoluam para doenças mais graves.
Sintomas
Os sintomas, em geral, são os mesmos. No entanto, é importante entender que alguns deles podem ser confundidos com manifestações que a sociedade considera “normais” durante a gestação, como as náuseas, os vômitos, dor durante as relações sexuais e a dor ao urinar.
Além disso, a mulher para de menstruar durante a gestação. Então, ela não manifesta um dos sintomas mais frequentes da DIP, o sangramento uterino anormal. Entretanto, pode apresentar spotting (manchas de sangue na roupa íntima). Qualquer sangramento durante deve ser investigado por um obstetra com bastante critério.
Prevenção
- Praticar sexo seguro: Usar preservativos em todas as relações sexuais para prevenir ISTs. Essa é a recomendação mais importante para a prevenção da DIP;
- Realizar exames regulares para ISTs: mesmo sem sintomas, é importante fazer exames periódicos, especialmente durante a gravidez. O rastreio de algumas ISTs é feito na rotina de pré-natal, mas não deixe de conversar com seu obstetra sobre seu comportamento sexual para que ele possa pedir uma investigação complementar (se necessário);
- Manter uma boa higiene íntima, seguindo as dicas de seu obstetra;
- Evitar duchas vaginais, pois elas perturbam o equilíbrio da flora vaginal e aumentam o risco de infecções;
- Tratar adequadamente qualquer infecção vaginal: Buscar tratamento médico precoce para evitar a progressão para DIP.
Riscos na gestação
A DIP pode ainda aumentar o risco de:
- Abortamento espontâneo;
- Parto prematuro;
- Cesariana;
- Infecções pós-parto.
Alguns estudos apontam ainda que a DIP pode aumentar o risco de ruptura prematura das membranas e baixo peso fetal ao nascer.
Diagnóstico e tratamento da DIP na gestação
O diagnóstico é predominantemente clínico, ou seja, pode ser feito apenas com a avaliação médica (anamnese e exame físico). De acordo com a avaliação individualizada de cada mulher, podem ainda ser solicitados exames complementares, como exames de sangue, de urina e de imagem. Nesse sentido, o acompanhamento pré-natal é fundamental, pois permite:
- Identificação de fatores de risco: permite a identificação de fatores de risco para DIP, como histórico de ISTs, vaginose bacteriana, parto prematuro ou aborto anterior;
- Detecção precoce da infecção: por meio de exames de rotina, a DIP pode ser detectada em seus estágios iniciais, aumentando as chances de um tratamento eficaz;
- Avaliação da gravidade da infecção: O pré-natal permite a avaliação da gravidade da DIP e a determinação do melhor tratamento para cada caso.
A base do tratamento da DIP também são os antibióticos, mas a escolha dos medicamentos precisa levar em consideração a segurança para o bebê em desenvolvimento. Em casos não complicados e em pacientes de baixo risco, a administração é feita pela própria gestante com medicamentos de via oral.
A administração intravenosa de antibióticos no hospital é necessária em casos graves a fim garantir a efetividade do tratamento. Portanto, algumas gestantes podem ser internadas para tratar a DIP. A prevenção da reinfecção também é essencial, com o uso de preservativos em todas as relações sexuais e o tratamento do parceiro sexual para ISTs.
Portanto, a DIP é uma doença grave que deve ser tratada o mais rápido possível. O atraso no tratamento pode levar a consequências graves. Se você tem algum sintoma de DIP, consulte um obstetra imediatamente.
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