DIP: veja como é o diagnóstico
A doença inflamatória pélvica, a DIP, é uma condição muito prevalente entre as mulheres. Ela é causada por microrganismos que infectam as estruturas mais internas do sistema genital feminino: o útero, as tubas uterinas e os ovários. Todas elas são fundamentais para as funções reprodutivas da mulher desde a fertilização até o parto.
Por esse motivo, além da infertilidade, a DIP está comumente relacionada a complicações durante a gravidez. Exemplificando, ela aumenta o risco de abortamento espontâneo, parto prematuro e cesariana. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!
O que é DIP, causas e prevenção?
A DIP é uma condição desencadeada por infecções no trato genital superior. Devido à presença de microrganismos invasores, inicia-se um processo inflamatório que prejudica a funcionalidade dos órgãos afetados.
Normalmente, a DIP se inicia com a migração de bactérias da vagina para o útero, mas também podem ser causadas por fungos e vírus (mais raramente). As duas principais bactérias relacionadas à DIP são a gonorreia e a clamídia. Ambas são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais prevalentes em todo o mundo. Estima-se que até 1 bilhão de pessoas estejam infectadas por elas a cada ano.
Elas geralmente provocam casos assintomáticos, o que facilita a sua proliferação e dificulta o diagnóstico. No entanto, podem complicar para a doença inflamatória pélvica, que pode trazer repercussões. A principal forma de prevenção da DIP é a utilização de preservativos nas relações sexuais.
O diagnóstico da DIP
O diagnóstico da DIP envolve cinco passos principais:
- Avaliação das queixas clínicas: é muito importante que você comunique ao médico quaisquer sintomas que tenha notado, mesmo que eles pareçam “simples” ou “pouco relevantes” para você;
- Identificação de fatores de risco e de histórico sugestivo de DIP;
- Identificação de alterações no exame físico;
- Realização de testes laboratoriais (exame de sangue e urina);
- Realização de exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica e a transvaginal.
Em casos raros, os passos acima podem não ser suficientes para esclarecer o diagnóstico. Então, outras investigações podem ser necessárias com métodos diagnósticos mais complexos, como a videolaparoscopia e a biópsia endometrial.
Sintomas da DIP
Na maior parte dos casos, a DIP é diagnosticada clinicamente. Ou seja, não é necessário realizar nenhum exame complementar ou procedimento para confirmar o diagnóstico. Ele é feito com base nas alterações identificadas durante a anamnese (entrevista clínica), na qual você e seu médico conversam sobre suas queixas, sua história sexual, seus hábitos de vida, entre outros pontos.
Apesar disso, a doença inflamatória pélvica é assintomática na maioria das pacientes, o que dificulta o diagnóstico. Quando surgem, os principais sintomas são:
- Dor pélvica (região inferior do abdômen), que pode ser aguda ou crônica com intensidade leve a incapacitante;
- Corrimento vaginal anormal, que pode apresentar odor intenso e alteração na coloração;
- Sangramento uterino anormal, principalmente no período intermenstrual ou durante as relações sexuais;
- Dispareunia, a dor durante o sexo;
- Febre;
- Náuseas e vômitos;
- Calafrios;
- Dor durante a micção ou incontinência urinária.
Diante da presença desses sintomas, uma gestante (se for o caso) precisa procurar auxílio médico urgentemente. Afinal, trata-se de uma condição que pode evoluir para complicações gestacionais graves.
Fatores de risco e histórico clínico
Outro passo fundamental é identificar de fatores de risco e de complicações que podem estar ligadas à DIP. Para isso, o seu médico poderá perguntar a respeito da sua vida sexual, assim como da história ginecológica e obstétrica prévia.
Os principais fatores de risco para a DIP são:
- Ter feito relações sexuais desprotegidas, principalmente no último ano;
- Ter vida sexual ativa;
- Ter múltiplos parceiros sexuais no último ano;
- Ter relações sexuais com pessoas que tiveram múltiplos parceiros recentemente;
- História prévia de infecções sexualmente transmissíveis;
- Histórico de DIP. Quanto maior o número de episódios de DIP, maiores são as chances de complicação;
- Uso regular de ducha íntima. Apesar de vista como uma medida de higiene, ela prejudica a vagina. Ela altera as condições locais e facilita a proliferação de microrganismos causadores de doenças.
Alterações no exame físico da DIP
O exame físico ginecológico abrange a inspeção, palpação e aferição de sinais vitais com especial foco no sistema reprodutor feminino. No caso da DIP, serão investigadas alterações na região da pelve, tais quais a dor, o aumento da sensibilidade e o inchaço na região. Durante o exame vaginal, também podem ser identificadas alterações nas secreções e lesões típicas de ISTs.
Exames complementares
Os exames complementares mais indicados são:
Testes laboratoriais
Os exames de sangue e urina nos ajudam a confirmar ou descartar a presença dos agentes causadores das ISTs e de outras infecções geniturinárias.
Exames de imagem: ultrassonografia pélvica
A partir dela, podemos notar sinais indiretos de infecções no trato genital superior, como a presença de aderências, líquido nas tubas uterinas (hidrossalpinge) e abscessos (“bolsas de pus”).
Tratamento da doença inflamatória pélvica
O tratamento envolve o uso de antibióticos no período indicado pelo médico. Ele é feito imediatamente após o diagnóstico. Apesar de serem muito efetivos para eliminar a infecção, não atuam na reversão das complicações.
Então, se elas já existirem, pode ser necessário utilizar outras estratégias, como a reprodução assistida (para infertilidade) e as cirurgias para drenagem de abscessos ou destruição das aderências.
Portanto, a melhor forma de evitar as complicações e formas graves da DIP é a prevenção, que é feita com o uso de preservativos nas relações sexuais. Quando a infecção já está em curso, o tratamento precoce é fundamental.
Quer saber mais sobre a DIP e seu tratamento? Confira nosso post sobre o tema!