Exames para engravidar: quais devo fazer?
Antes de iniciar uma tentativa de gravidez, é necessário compreender a importância da preparação adequada. A fertilidade depende de fatores, como a saúde do sistema reprodutor e do organismo como um todo.
Por sua vez, grande parte dos casos de infertilidade pode ser identificada com exames pouco invasivos e, em alguns cenários, tratada com medidas simples. Assim, realizar exames para engravidar permite identificar possíveis causas de infertilidade e garantir condições mais seguras para a gestação.
Além disso, mesmo mulheres férteis devem realizar alguns exames antes de engravidar. Assim, elas podem identificar doenças que podem prejudicar o desenvolvimento do feto, como a sífilis e a clamídia. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post até o final!
A importância dos exames para engravidar
A investigação médica antes da concepção (consultas pré-conceptivas) contribui para o planejamento reprodutivo. Os exames para engravidar ajudam a avaliar as condições de saúde, identificar riscos e orientar tratamentos. Algumas condições silenciosas, como infecções assintomáticas ou alterações hormonais discretas, interferem na fertilidade e provocam complicações gestacionais.
Diagnosticar esses fatores reduz incertezas e melhora o prognóstico reprodutivo. Exames laboratoriais e de imagem fornecem informações sobre:
- a reserva ovariana;
- a função hormonal sexual;
- a função tireoidiana;
- a presença de infecções sexualmente transmissíveis;
- a imunidade contra algumas doenças infecciosas;
- os fatores genéticos de malformações fetais.
Quais são os principais exames para engravidar?
Avaliação da fertilidade
Entre os exames para engravidar, a análise hormonal é importante para mulheres que estão com dificuldade para engravidar. Eles não fazem parte dos exames de rotina pré-conceptiva e não são necessários para mulheres férteis. Essa investigação avalia o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário e possíveis disfunções que afetam a ovulação:
- FSH (hormônio folículo estimulante): indica a capacidade do organismo de recrutar folículos ovarianos. Níveis altos podem sugerir reserva ovariana reduzida;
- LH (hormônio luteinizante): participa da ovulação. Alterações podem indicar condições como a síndrome dos ovários policísticos.
Também podem ser indicados exames de avaliação da reserva ovariana, como a dosagem do hormônio antimülleriano (AMH) e a contagem de folículos antrais. Eles fornecem informações sobre o potencial reprodutivo da mulher.
O AMH é produzido pelas células dos folículos em desenvolvimento e seus níveis refletem a quantidade de folículos disponíveis nos ovários. Valores mais baixos podem indicar redução da reserva ovariana, enquanto níveis dentro da faixa de referência sugerem quantidade adequada de folículos.
A contagem de folículos antrais, realizada por meio de ultrassonografia transvaginal, complementa essa avaliação ao visualizar diretamente a quantidade de folículos em determinado ciclo menstrual. A utilização desses dois parâmetros auxilia na orientação do planejamento gestacional, permitindo o encaminhamento da paciente para a medicina reprodutiva em casos de infertilidade.
Além disso, é importante realizar exames para triagem de doenças da tireoide, como a dosagem de TSH (hormônio estimulante da tireoide). Afinal, o funcionamento da glândula tireoide impacta diretamente a fertilidade. Alterações nos hormônios da tireoide precisam ser corrigidas previamente para garantir uma gestação saudável. Por fim, o homem também deve realizar exames para verificar causas de infertilidade masculina.
Rastreio de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
As infecções sexualmente transmissíveis contribuem para a infertilidade, principalmente por causarem alterações nas tubas uterinas e no endométrio, além de malformações fetais. As principais são:
- Sífilis: a sífilis é uma das principais causas de malformações congênitas e alterações neurológicas em bebês;
- Clamídia: a infecção por Chlamydia trachomatis costuma ser silenciosa e, quando não tratada, leva à obstrução tubária e às aderências intrauterinas;
- Gonorreia: causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, pode comprometer as tubas e aumentar o risco de infertilidade.
Essas infecções são frequentemente assintomáticas, e o rastreio adequado permite um diagnóstico e um tratamento em um momento mais oportuno (antes de danos reprodutivos).
Sorologias para doenças infecciosas
A sorologia verifica se a mulher possui anticorpos contra o vírus. Em casos de ausência de baixos níveis de anticorpos específicos para determinadas doenças, a vacinação é indicada. Entre as sorologias indicadas para verificar se a mãe está imunizada, estão:
- Sorologia contra rubéola e sarampo: avaliar a imunidade contra sarampo e rubéola é necessário, pois essas infecções, quando ocorrem durante a gravidez, provocam abortamento e malformações;
- Sorologia contra varicela: a varicela está associada a complicações, como pneumonia materna e síndrome da varicela congênita;
- Sorologia para hepatite B:a infecção pelo vírus da hepatite B pode ser transmitida da mãe para o bebê no parto. A triagem identifica se a infecção está ativa e verifica a imunidade vacinal.
Teste para HIV
O rastreio do HIV é importante, pois, na grande maioria dos casos, é possível evitar que a infecção pelo HIV seja transmitida durante o parto e a amamentação. O diagnóstico permite adotar medidas, como a otimização do tratamento da mãe, o planejamento de uma cesariana e a contraindicação da amamentação.
Sorologia para toxoplasmose
A toxoplasmose é uma infecção que causa complicações como alterações neurológicas e oculares no feto. A sorologia para toxoplasmose é capaz de identificar se a mãe está com uma infecção atual e se ela tem imunidade contra a doença. Com isso, o médico pode orientar cuidados durante a gestação, especialmente quando a mulher é suscetível.
Exame de urina para rastrear infecção urinária
Infecções do trato urinário são frequentes e podem impactar a gestação, aumentando o risco de parto prematuro e complicações renais. O exame de urina identifica infecções assintomáticas e permite o tratamento antes da concepção.
Tipagem sanguínea e fator Rh
A tipagem sanguínea e a identificação do fator Rh são partes importantes dos exames para engravidar. A incompatibilidade Rh entre mãe e feto pode causar doença hemolítica no recém-nascido.
Rastreio de doenças genéticas
Dependendo da história familiar e do perfil do casal, o rastreio de doenças genéticas pode ser indicado. Testes para condições, como fibrose cística, anemia falciforme e talassemias, avaliam os riscos genéticos que podem ser transmitidos aos filhos. Esse rastreio não é feito de rotina, sendo indicado especialmente para casais consanguíneos ou com histórico de doenças hereditárias.
Os exames para engravidar complementam a avaliação da saúde reprodutiva e geral da mulher. Isso permite identificar fatores que interferem na fertilidade e na gestação, orientando tratamentos específicos antes da concepção. Contudo, eles devem ser sempre realizados após a indicação de um médico, o qual avaliará a paciente e indicará os exames de forma individualizada para cada caso.
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