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Fórceps: veja as indicações e contraindicações

Por Dra. Cristiane Pacheco

Existem muitas dúvidas entre as gestantes e, em suas pesquisas sobre o parto, elas podem encontrar informações equivocadas sobre o fórceps. É essencial esclarecê-las, pois esse instrumento é muito importante em determinados casos e pode salvar vidas e evitar complicações para a mãe e o bebê.

Todos os procedimentos médicos carregam intrinsecamente algum risco de complicação. Por isso, eles não podem ser utilizados indiscriminadamente, devendo ser reservados para situações em que os benefícios que eles proporcionam são maiores do que os riscos.

O fórceps é um instrumento cirúrgico com uma aparência semelhante a uma pinça de salada em formato de colher. Sua forma foi pensada para minimizar as chances de lesão no bebê e na mãe, durante a sua passagem pelo canal de parto.

Ele é empregado para facilitar a saída do bebê, especialmente nos partos por via vaginal, em situações que, por condições maternas ou fetais, o bebê precisa ser guiado para fora do canal de parto.

Nesse sentido, a mulher não deve temer o fórceps quando ele é utilizado dentro das indicações adequadas. Quer entender melhor? Acompanhe o nosso post!

O que é o fórceps?

O fórceps é um instrumento cirúrgico utilizado para a assistência a partos. De forma geral, podemos dizer que ele é indicado nas seguintes situações de dificuldade de evolução do parto:

  1. Quando há sinais de risco de comprometimento do organismo do feto. O principal indicador utilizado na sala e parto para o sofrimento fetal agudo é a queda do batimento cardíaco do bebê;
  2. Esgotamento da força materna para o parto durante a passagem do bebê pelo canal vaginal.

Como dissemos, ele se parece com uma pinça de salada. No parto normal, ele é inserido através do canal vaginal da mulher. Sua forma foi pensada para que haja uma melhor adaptação à anatomia da região a fim de evitar lesões maiores.

O uso do fórceps deve ser feito com a mulher sob anestesia, em ambiente hospitalar. Em algumas situações, pode ser preciso um procedimento adicional, a episiotomia, que é a incisão efetuada na região do períneo (área muscular entre a vagina e o ânus) para ampliar a o canal de parto.

Sua inserção ocorre no período entre as contrações. Então, ele deve posicionado adequadamente na cabeça do bebê, que será pinçada delicadamente para auxiliar o seu trajeto durante o parto. Na técnica correta, não há uso de força excessiva sobre o bebê.

Quais são as indicações do fórceps?

O fórceps é indicado em situações, como:

Dificuldade de empurrar o bebê adequadamente o bebê

A força para a expulsão do bebê é conhecida tecnicamente como empuxo. Quando a mulher não é capaz de fazer empuxo suficiente para a progressão do bebê através do canal de parto, o fórceps pode ser utilizado para guiá-lo e evitar o sofrimento fetal prolongado.

Trabalho de parto prolongado

Há situações em que o empuxo é suficiente e a mulher empurra o bebê de forma adequada. Contudo não há progressão significativa por um período. Seria um período expulsivo prolongado.

Problemas de saúde materna

Em algumas condições clínicas da mãe, o uso excessivo de força pode fazer com que suas doenças de base se agravem ou desencadeiem complicações. Esse é o caso de algumas doenças cardíacas e de níveis elevados de pressão arterial. Nesse sentido, é mais seguro fazer um parto assistido à fórceps.

Alterações no batimento cardíaco fetal

Durante todo o tipo de parto, os batimentos cardíacos do bebê são monitorados com bastante atenção. Por isso, mesmo quando o bebê está posicionado adequadamente e a mãe apresenta condições para o parto, o sofrimento fetal pode levar à indicação da assistência ao parto pelo fórceps.

Dificuldades de desprendimento do canal vaginal

Em alguns casos, há uma dificuldade para o desprendimento espontâneo do feto para fora do canal vaginal. Essa é outra situação em que a assistência do fórceps reduz o risco de evolução negativa.

Quando o fórceps é contraindicado?

Há também algumas situações que trazem contraindicações ao uso do fórceps, pois seu uso traria maiores riscos para a mãe e o bebê. Os principais são:

  • Doenças fetais neurológicas ou osteomusculares que afetam a força óssea, como a osteogênese imperfeita;
  • Mãe ou bebê apresentam distúrbios hemorrágicos, como a hemofilia;
  • A progressão do feto através do canal de parto é insuficiente (a cabeça ainda não ultrapassou o ponto médio);
  • Dificuldade ou impossibilidade de identificar a posição da cabeça do bebê;
  • Feto apresenta seus braços ou ombros à frente da cabeça no canal de parto;
  • Há evidência de desproporção cefalopélvica. Por exemplo, nos casos de fetos macrossômicos (acima de 4 kg) ou diâmetros reduzidos da bacia materna, mesmo quando o bebê tem dimensões normais.

Dentro das indicações corretas e fora das contraindicações acima, o parto assistido pelo fórceps traz benefícios superiores aos riscos para a mãe e o bebê. Nessas situações, é um procedimento que salva vidas.

Por esse motivo, quando há um risco para a vida do bebê, seu uso está acima do desejo da mãe. Quando utilizado indiscriminadamente, por sua vez, pode ser visto como uma violência obstétrica. Por esse motivo, é essencial que o médico siga os princípios do parto humanizado!

Quer saber mais sobre o fórceps e como ele é utilizado dentro dos paradigmas do parto humanizado? Confira este post sobre o tema!

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