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Gravidez de risco: saiba mais sobre essa condição

Por Dra. Cristiane Pacheco

O termo “gravidez de risco” não é o mais adequado. Afinal, toda gestação traz determinados riscos tanto para a mulher quanto para o bebê. A diferença, então, é relacionada à probabilidade que esses riscos ocorram.

A maioria das gestações traz um risco habitual (“baixo”) de complicações materno-fetais. Devido a algumas características e condições médicas, as gestações podem ser consideradas de alto risco. Esses riscos abrangem qualquer processo de comprometimento da saúde ou o óbito da mãe e/ou do feto.

Por esse motivo, é necessário que sejam tomadas medidas preventivas para reduzir as chances de um desfecho negativo ou minimizar seus efeitos.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!

Por que uma gestação é considerada de alto risco?

São as gestações em que se identificam fatores relacionados a uma maior chance de ocorrerem desfechos negativos, como:

  • Abortamentos;
  • Parto prematuro;
  • Morte neonatal;
  • Morte materna em decorrência de complicações gestacionais ou puerperais;
  • Adoecimento materno ou piora de uma doença de base por causa da gestação;
  • Problemas de desenvolvimento intraútero;
  • Comprometimento orgânico do bebê.

Portanto, de forma geral, um pré-natal de alto risco significa que é necessário um cuidado diferenciado a fim de prevenir uma evolução negativa da gestação e/ou a morbimortalidade materno-fetal.

Esses riscos são descobertos em estudos que acompanham milhares de gestantes e descobrem as relações. Por exemplo, sabe-se que a diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia estão relacionadas a partos prematuros.

É muito importante que a mulher entenda o que significa essa classificação tem o objetivo de individualizar os cuidados no pré-natal, e não fazer uma previsão do futuro.

Mesmo em uma gestação de baixo risco, podem ocorrer complicações com diferentes níveis de gravidade.

Da mesma forma, uma gestação de alto risco pode transcorrer sem nenhum desfecho negativo. Justamente, o objetivo de um cuidado mais próximo nesses casos é evitar que eles ocorram.

Quais situações podem levar à classificação de “gravidez de risco”?

Idade materna

Mulheres com menos de 17 anos apresentam uma maior chance de desenvolvimento de complicações devido à imaturidade do sistema reprodutor.

Já as gestações de mulheres com mais de 35 anos apresentam um alto risco devido ao envelhecimento do organismo. Por exemplo, o número de abortamentos e defeitos genéticos do feto aumentam significativamente.

Condições médicas maternas prévias ou atuais

Algumas doenças e síndromes podem aumentar os riscos de uma gestação, como:

  • Hipertensão arterial;
  • Problemas nos pulmões, rins ou coração;
  • Diabetes;
  • Doenças autoimunes, como o Lúpus;
  • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
  • Infecções urinárias não tratadas.

Histórico de complicações obstétricas

Eventos em gestações passadas também podem apontar para uma maior probabilidade de desfechos negativos na gravidez atual, como:

  • Abortamentos espontâneos de repetição;
  • Relato de abortamento autoprovocado anteriormente;
  • Doenças gestacionais anteriores;
  • Óbito neonatal prévio.

Doenças gestacionais atuais

Há também doenças que surgem no contexto das gestações devido às suas diversas alterações fisiológicas.

  • Pré-eclâmpsia — aumento da pressão arterial acompanhado pela presença de proteína na urina;
  • Diabetes gestacional — elevação significativa dos níveis de glicose no sangue.

Uma gestação também pode ser considerada de alto risco devido às características de sua evolução exclusivamente. Ou seja, não há nenhum fator materno ou fetal. Esse é o caso, por exemplo, de:

  • Placenta prévia, em que a placenta pode cobrir todo o colo uterino, impedindo a passagem do bebê em um parto natural;
  • Ruptura prematura das membranas uterinas;
  • Alterações no volume ou nas características do líquido amniótico.

Como é o acompanhamento de uma gestação de alto risco?

A principal medida a ser tomada diante da identificação de riscos elevados é a individualização do cuidado. As condutas adotadas dependerão das condições biopsicossociais de cada mulher e cada gestação.

Em geral, a principal medida nas gestações de alto risco é um acompanhamento pré-natal com consultas mais frequentes. Além disso, pode ser indicada a realização de exames complementares diferentes ou em intervalos mais próximos, como:

  • Ultrassonografias no 1º, 2º e 3º trimestre;
  • Ultrassom para medida do comprimento cervical e/ou caracterização morfológica;
  • Triagem genética pré-natal pelo sangue materno;
  • Triagem genética pré-natal pelo líquido amniótico e células da placenta.

Há gestações de alto risco, porém, que podem exigir cuidados mais complexos, como os descritos abaixo:

  • Antecipação do parto com a devida preparação da mulher e do parto para prevenir complicações comuns na prematuridade;
  • Realização de uma cesariana por razões médicas;
  • Internação da gestante;
  • Presença de médicos especialistas na sala de parto;
  • Preparação de uma estrutura hospitalar mais complexa, como reserva de leito de UTI, de bolsas de sangue ou outros suprimentos.

Como prevenir uma gravidez de risco?

Uma das melhores ações para a prevenção de gestações de alto risco é o planejamento da gestação em consultas pré-concepcionais. Nelas, antes de iniciar

  • Suplementação com nutrientes importantes para o desenvolvimento fetal;
  • Melhora dos hábitos de vida;
  • Controle de doenças de base identificada;
  • Aconselhamento genético, entre outras medidas.

Por tudo isso, o diagnóstico de uma gravidez de risco é algo que traz muitas dúvidas e ansiedade nas mulheres. No entanto, é importante que as gestantes entendam que se trata de uma previsão, mas de uma maior probabilidade.

Portanto, gestações de baixo risco podem evoluir para complicações importantes. Da mesma forma, uma gravidez de risco pode evoluir bem, especialmente quando os cuidados adequados são tomados desde cedo.

Quer saber mais sobre o acompanhamento pré-natal de gestações de alto risco? Acompanhe o nosso post!

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