HPV: conheça os riscos e veja por que é importante tratar
HPV é um grupo de vírus que infectam as mucosas dos seres humanos, formando diferentes tipos de lesões. Existem mais de 100 tipos de HPV identificados em lesões que acometem a nossa espécie. No entanto, os mais preocupantes são os tipos de HPV que são transmitidos durante as relações sexuais desprotegidas. Alguns deles são oncogênicos, isto é, causam alterações genéticas que predispõem as pessoas a tumores malignos.
A infecção pelo HPV mais preocupante atualmente é aquela que atinge o colo uterino das mulheres. Nessa região, as lesões podem evoluir para um dos cânceres que mais mata esse grupo atualmente. Felizmente, ele pode ser facilmente prevenido quando temos um olhar especial para a prevenção e o diagnóstico precoce das lesões do HPV.
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Quais são os sintomas das infecções por HPV?
A maioria das lesões por HPV são assintomáticas e não são visíveis ao olho nu. Em outras palavras, você não nota nenhuma manifestação e seu ginecologista também não é capaz de identificar nenhum sinal de alteração ao inspecionar o colo uterino no exame especular. Quando se manifestam, contudo, o principal sintoma é o surgimento de lesões na região acometida.
Existem alguns tipos de HPV benignos, os quais geralmente estão relacionados aos papilomas, um tipo de verruga que acomete as mucosas. Frequentemente, as pacientes relatam que elas se parecem com couve-flor. Em alguns casos, elas causam coceira (prurido) ao passo que, em outros, não provocam nenhum desconforto.
Na maior parte dos casos, essas lesões benignas não sangram facilmente nem liberam secreção em abundância.
No entanto, os HPVs que causam lesões malignas geralmente se manifestam com lesões assintomáticas e microscópicas. Ou seja, demora muitos anos para que você ou seu médico note alguma alteração. Quando isso ocorre, é possível que ela já esteja em estágio mais avançado (uma lesão pré-cancerígena ou um tumor maligno). Com isso, o tratamento é mais complicado e o prognóstico é mais reservado.
Por esse motivo, é muito importante fazer o exame preventivo do colo do útero. Ele é capaz de identificar alterações celulares precocemente, mesmo quando as lesões ainda não estão visíveis. Desse modo, o seu médico poderá fazer um acompanhamento mais próximo da evolução da condição e adotar condutas preventivas, diagnósticas e terapêuticas.
Quais riscos são os associados?
Veja alguns riscos relacionados às lesões por HPV.
Maior risco de infecção por outras doenças sexualmente transmissíveis
As lesões de HPV comprometem as barreiras da pele contra os microrganismos. Com isso, pessoas acometidas apresentam um maior risco de se infectar por infecções sexualmente transmissíveis em relações desprotegidas.
Lesões em bebês
Ainda não há evidências claras de que a infecção por HPV leve a malformações fetais mais extensas. No entanto, gestantes portadoras do vírus HPV podem transmiti-lo para o bebê durante a gestação. Em casos raros, isso pode levar à formação de tumores benignos na laringe do bebê.
Tumores malignos
Existem dois tipos de HPV com capacidade de causar alterações celulares relacionadas a casos de câncer, são os HPVs 16 e o 18. Eles são chamados de oncogênicos, “onco” é uma expressão usada para se referir a tumores malignos e “gênico” significa “formação, origem e início”.
Outros tipos de HPV também podem causar lesões malignas, mas isso ocorre mais raramente. Portanto, os tipos que mais preocupam os médicos são o 16 e o 18 e, por isso, já há vacinas que protegem contra eles.
Na maioria dos casos, há uma regressão espontânea das lesões provocadas por eles. No entanto, como muitas mulheres têm contato com eles, há muitos casos de câncer causados pelo HPV.
Como prevenir as infecções pelo HPV e seus riscos?
A principal via de transmissão é pele a pele durante as relações sexuais. Elas são mais comuns nas relações sexuais anais e vaginais desprotegidas.
Há duas formas principais de prevenção contra o HPV: as vacinas e as camisinhas. A proteção deles se complementa. Então, a pessoa vacina deve continuar utilizando os preservativos nas relações sexuais. Da mesma forma, o uso de camisinha nas relações sexuais não exclui a necessidade de vacinação na idade adequada.
Também é essencial se prevenir contra a principal complicação da infecção pelo HPV, o câncer do colo de útero. A evolução das para a malignidade é lenta, podendo levar até 10 anos.
Porém também podem ocorrer no contato das mãos ou da boca com a região genital, inclusive em relações sexuais desprotegidas. Portanto, as mulheres que já tiveram relações sexuais (heterossexuais, homossexuais ou bissexuais) precisam passar pelo preventivo, o qual é feito a partir dos 25 anos de idade.
O preventivo é feito pelo papanicolaou (citopatologia), o qual coleta células do colo do útero durante o exame ginecológico especular. O exame é feito periodicamente dentro das recomendações dos órgãos de saúde.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
No caso de lesões (malignas ou benignas), é necessário aprofundar a investigação com exames complementares, como:
- Colposcopia;
- Anuscopia;
- Biópsias da lesão para análise microscópica.
O tratamento dependerá dos tipos de lesão encontradas. Em geral, ele foca no tratamento das complicações, visto que não há tratamento para a eliminação do vírus em si.
Lesões benignas podem ser tratadas com medicamentos tópicos até o retrocesso. Caso ele não ocorra ou haja lesões múltiplas, a retirada cirúrgica pode ser necessária.
As lesões pré-malignas devem ser abordadas cirurgicamente, o que pode envolver a retirada parcial ou total do colo uterino.
As lesões malignas são tratadas de acordo com o estágio do câncer encontrado. A retirada cirúrgica, a radioterapia e a quimioterapia normalmente fazem parte do plano de tratamento, individualmente ou em associação. No entanto, o mais importante é preveni-las e diagnosticá-las precocemente antes que evoluam para tumores invasivos. Isso envolverá a proteção nas relações sexuais, a vacinação e o exame preventivo do câncer do colo de útero (o Papanicolau, o citopatológico).
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