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Incontinência urinária: o que é?

Por Dra. Cristiane Pacheco

O sistema urinário feminino consiste em dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra. Os rins filtram os resíduos do sangue e produzem urina, que é então transportada pelos ureteres até a bexiga, onde é armazenada até ser eliminada. A urina é então excretada para fora do corpo através da uretra.

O sistema urinário é essencial para manter o funcionamento normal do corpo, pois ajuda a regular a pressão sanguínea e a eliminar as toxinas do corpo. Em alguns casos, a função desses órgãos pode ser prejudicada, levando ao escape involuntário de urina, a incontinência urinária. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é incontinência urinária?

É a perda involuntária de urina pela paciente. Pode ser uma condição angustiante que afeta tanto a saúde física quanto o bem-estar mental. Existem 4 tipos principais de incontinência urinária.

Incontinência de esforço

A incontinência de esforço é um tipo de incontinência urinária que ocorre quando o movimento ou atividade física exerce pressão sobre a bexiga e dificulta o controle da liberação de urina. Geralmente é causada pelo enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico.

Em casos leves, ocorre apenas com esforços e exercícios físicos mais intensos, como corridas e musculação, além de tosses e espirros mais vigorosos. Em casos moderados a graves, é desencadeada com atividades cotidianas, como rir e tarefas domésticas.

Incontinência de urgência

A incontinência de urgência está geralmente relacionada à bexiga hiperativa, o que faz com que a pessoa sinta uma vontade repentina e intensa de urinar. Os sintomas de incontinência de urgência podem incluir:

  • Vontade súbita e intensa de ir ao banheiro, como se a bexiga estivesse cheia, mas liberar apenas uma pequena quantidade de urina;
  • Liberação da urina antes de chegar ao banheiro;
  • Idas muito frequentes ao banheiro.

Incontinência mista

A incontinência mista é um tipo de incontinência urinária causada por uma combinação de incontinência de esforço e incontinência de urgência. É uma condição comum, observada com mais frequência em adultos mais velhos. Embora a causa exata da incontinência mista não seja conhecida, acredita-se que uma combinação de condições físicas e médicas pode levar a essa condição, incluindo envelhecimento dos músculos da bexiga, danos nos nervos, medicamentos e fraqueza dos músculos do assoalho pélvico.

Incontinência por transbordamento

A incontinência por transbordamento ocorre quando a bexiga de um indivíduo não consegue se esvaziar totalmente devido a condições, como:

  • Obstrução externa ou interna;
  • Bexiga hiperdistendida;
  • Enfraquecimento do músculo da bexiga.

Com isso, a paciente experimenta gotejamento frequente de urina, além de sintomas semelhantes aos demais casos de incontinência.

Causas de incontinência urinária

Existem muitas causas potenciais de incontinência urinária em mulheres, incluindo:

  • Prolapso da bexiga ou da uretra: ocorre quando a bexiga ou a uretra “caem” ou se projetam da parede da vagina;
  • Gravidez e parto: são causas comuns de incontinência urinária. Durante a gravidez, o bebê em crescimento exerce pressão sobre a bexiga. No pós-parto, as gestantes podem apresentar incontinência temporária à medida que cicatrizam das lesões causadas durante a gestação e recuperam o tônus muscular habitual do assoalho pélvico;
  • Menopausa: Após a menopausa, as mulheres podem apresentar diminuição dos níveis de estrogênio, o que pode causar enfraquecimento dos músculos na área da bexiga e da uretra. Isso pode levar à incontinência urinária;
  • Condições neurológicas: algumas condições neurológicas, como esclerose múltipla e bexiga neurogênica, podem enfraquecer os músculos da bexiga e do assoalho pélvico;
  • Medicamentos: medicações, como algumas usadas para tratar pressão alta, podem causar incontinência urinária, pois estimulam a produção de urina;
  • Cálculos na bexiga: podem levar à incontinência à medida que a bexiga se contrai em um esforço para expulsá-los;
  • Infecção da bexiga ou nas vias urinárias.

Diagnóstico da incontinência urinária

O diagnóstico de incontinência urinária em mulheres começa com a coleta do histórico médico e exame físico. O histórico médico inclui perguntas sobre a idade da paciente, histórico de saúde, medicamentos e estilo de vida. Durante o exame físico, o médico verificará se há alguma alteração física que possa afetar a capacidade de reter a urina, como um prolapso de órgão pélvico.

O médico também avaliará a capacidade do paciente de controlar o fluxo de urina e verificará a força dos músculos do assoalho pélvico. Para isso, ele pode pedir para você tossir e fazer força com o abdômen, por exemplo.

Depois disso, um exame de urina rotina será realizado para verificar se há sinais de infecção, como a presença de bactérias. Além disso, podemos requisitar uma ultrassonografia ou uma uretrocistografia miccional para verificar o funcionamento da sua bexiga.

Tratamento da incontinência

O tratamento para incontinência urinária em mulheres varia, dependendo do tipo e gravidade da condição. As opções de tratamento podem incluir mudanças no estilo de vida, medicamentos, exercícios para os músculos do assoalho pélvico, estimulação elétrica e, em casos excepcionais, cirurgia.

  • Mudanças de estilo de vida — mudanças no estilo de vida são a primeira linha de tratamento para incontinência urinária em mulheres. Essas mudanças podem incluir perda de peso, redução da cafeína, evitar o álcool e o fumo;
  • Exercícios para os músculos do assoalho pélvico: Os exercícios para os músculos do assoalho pélvico, também conhecidos como exercícios de Kegel, podem fortalecer os músculos do assoalho pélvico e melhorar os sintomas da incontinência urinária. Esses exercícios envolvem apertar e relaxar os músculos do assoalho pélvico e podem ser feitos em qualquer lugar a qualquer momento;
  • Medicamentos — Medicamentos podem ajudar a reduzir os sintomas de incontinência urinária em mulheres. Esses medicamentos podem incluir anticolinérgicos, antidepressivos tricíclicos e alfa-bloqueadores. No entanto, devem ser usados por um curto prazo, pois podem trazer complicações e efeitos colaterais com o uso prolongado;
  • Cirurgia — a cirurgia pode ser recomendada para tratar a incontinência urinária em mulheres quando outros tratamentos não tiverem sucesso.

Em geral, grande parte dos tratamentos para incontinência urinária poderá ser aplicado em mulheres grávidas, com exceção da cirurgia e de certos medicamentos que podem prejudicar o feto ou a evolução da gestação. Além disso. os exercícios também deverão ser adaptados às individualidades das gestantes a fim de não prejudicar a gravidez ou comprometer a sua saúde física.

Quer saber mais sobre a prevenção e o tratamento da incontinência urinária durante a gravidez? Conheça a fisioterapia pélvica!

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