O que é analgesia no parto normal?
A escolha do tipo de parto é uma das preocupações que acompanha as mulheres durante o pré-natal. De forma geral, existem dois tipos de parto principais: o parto normal e a cesariana. O primeiro envolve a saída do bebê através da vagina, o canal de parto natural. O segundo envolve a criação de um canal de parto artificial com um corte na região da pelve da mulher.
A possibilidade de sentir dor durante o parto é um dos fatores que mais influenciam as mulheres na escolha. Muitas delas relatam que estão considerando a cesariana devido ao medo da dor no trabalho de parto.
Contudo, devido aos benefícios do parto normal, ele é a melhor opção para as mulheres sem contraindicação. Em relação à dor durante o trabalho de parto, ela pode ser aliviada com técnicas de analgesia no parto normal. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!
O que é analgesia?
Para entender o que é analgesia, é interessante entender a origem dessa palavra:
- Algesia é um termo técnico que vem da expressão “álgesis”, do grego antigo, para dor. É utilizada na medicina para se referir à sensibilidade à dor de forma geral;
- “An-” é uma expressão que colocamos no início da palavra para indicar a ideia de ausência ou de negação.
Portanto, literalmente, analgesia significaria ausência de dor. Na medicina, usamos analgesia para nos referirmos às mais diversas técnicas que utilizamos para reduzir a dor, mas não necessariamente para eliminá-la completamente.
Você já deve estar familiarizada com esse termo, pois já deve ter utilizado medicações analgésicas para aliviar dores de cabeça e cólicas menstruais. Contudo, poucas mulheres sabem que também é possível usar técnicas de analgesia para melhorar a dor no parto normal.
Essa é uma preocupação muito comum nas gestantes. Muitas delas citam que esse é um dos motivos pelos quais elas têm medo do parto normal.
Diferenças entre analgesia e anestesia
Tipos de analgesia no parto normal
Antes de aprofundarmos no tema, é preciso entender a diferença entre:
- Analgesia: é a redução da sensibilidade à dor, que pode ser feita com ou sem a preservação dos outros sentidos, da mobilidade e da consciência;
- Anestesia: é a redução da sensibilidade como um todo. Em outras palavras, na área anestesia, não será sentido praticamente nenhuma sensação, como pressão, calor ou dor. No caso de anestesias mais amplas, como a anestesia regional, também se elimina temporariamente a capacidade de movimentar os membros. Existe também a anestesia geral, que reduz a consciência por um tempo.
Existem diversas técnicas de analgesia, inclusive com a aplicação de anestésico. Por exemplo, na cesariana, utiliza-se a anestesia regional para bloquear as sensações abaixo da região do abdômen. Isso é necessário, pois são feitos cortes profundos para chegar à cavidade do útero. Contudo, no parto normal, bloquear excessivamente a dor e as sensações pode comprometer o trabalho de parto.
Técnicas analgésicas sem anestesia
A dor durante o trabalho de parto normal pode ser aliviada com o uso de medicações orais ou venosas, como opioides. Também podem ser empregadas técnicas não-medicamentosas, como:
- Técnicas de respiração: a dor pode ser ampliada pela ansiedade. Então, podem ser utilizadas técnicas de respiração relaxantes para diminuir a sensibilidade aos estímulos dolorosos. Além disso, algumas técnicas de respiração ajudam as contrações uterinas a serem mais efetivas, facilitando a expulsão do bebê;
- Hidroterapia: banhos de imersão e compressas de água podem ser utilizadas para provocar alterações sensoriais leves que reduzem a dor momentaneamente;
- Massagem: as terapias manuais podem ajudar a reduzir dores relacionadas a contrações musculares intensas.
Técnicas analgésicas com anestesia
Além disso, a analgesia no parto normal pode ser feita com a aplicação de medicações anestésicas regionais em baixa dose. Assim, são medicações aplicadas entre as espinhas da coluna vertebral, onde estão localizadas as raízes nervosas e a medula vertebral, que transmitem os sinais do corpo até o cérebro.
Existem diferentes técnicas de anestesia regional que podem ser utilizadas no parto normal:
- Analgesia epidural: é o padrão-ouro quando se trata de analgesia do parto normal. Nela, coloca-se um cateter ao redor do canal espinhal. Depois disso, ao longo do parto, é feita a administração de anestésicos ou opioides para reduzir a dor;
- Analgesia com duplo-bloqueio espinhal-epidural: é a mais popular atualmente, pois reduz a dor sem dificultar significativamente os movimentos voluntários e automáticos. Ela também parece provocar uma dilatação mais rápida do colo uterino em comparação à analgesia
O uso de anestésicos pode causar repercussões na saúde materna e na saúde fetal. Por isso, a decisão sobre o tipo de analgesia anestésica deve ser tomada em conjunto com o obstetra, o anestesiologista e o neonatologista. Após falarem sobre os riscos e benefícios de cada opção, eles vão ajudá-la a entender se há alguma contraindicação ou outra consideração importante.
Considerações importantes para a analgesia no parto normal
Eliminar completamente a dor pode trazer dificuldades para o parto. Afinal, a dor tem uma função importante no trabalho de parto. Por exemplo, ela pode ajudar a paciente a perceber o melhor posicionamento para:
- aumentar a eficiência das contrações;
- aumentar a força de expulsão;
- incentivar o melhor posicionamento no canal de parto;
- aumentar a vontade de fazer força para a expulsão do bebê.
Nesse sentido, os estudos já mostraram que o uso de anestesia pode estar relacionado a efeitos colaterais, como:
- Tempo de parto mais prolongado;
- Maior risco de uso de intervenções, como rompimento forçado da bolsa, fórceps e vácuo extrator.
Esses problemas são reduzidos quando se aplica a anestesia de forma mais racional, buscando doses menores de anestésicos.
Portanto, a dor não precisa ser um motivo para evitar os partos normais. Afinal, há diversas técnicas que podem reduzi-la, trazendo mais conforto nesse momento. A analgesia no parto normal é bastante segura e traz menos riscos do que uma cesariana nos casos de mulheres sem contraindicação por via vaginal.
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