O que é DIP?
O corpo da mulher apresenta muitas especificidades e está sujeito a inúmeras condições médicas, principalmente aquelas localizadas no aparelho reprodutor. Por esse motivo, existe uma especialidade dedicada à saúde feminina, focada na promoção da saúde, na prevenção e na reabilitação de doenças. Uma das condições ginecológicas mais comuns é a doença inflamatória pélvica, a DIP.
A DIP é um processo inflamatório que se estende pelos órgãos e estruturas do sistema reprodutor feminino. Ela pode ocorrer devido a diversas doenças de base, sendo comumente relacionada a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Contudo, também pode ser causada por microrganismos presentes em infecções esporádicas do trato genital.
Na DIP, diversos órgãos podem ser afetados, como o útero, as tubas uterinas e os ovários. A infecção, inclusive, pode ter começado em outro local, como a vagina. Quando o patógeno consegue ultrapassar as barreiras do colo uterino, ele ascende e coloniza estruturas do trato genital feminino superior.
Na maior parte dos casos, as pacientes com DIP são completamente assintomáticas. Assim, o diagnóstico pode ser dificultado. Infelizmente, mesmo as mulheres assintomáticas podem sofrer com as complicações da doença, como a infertilidade e as aderências pélvicas.
Quer saber mais o que é a DIP e como identificá-la? Acompanhe nosso post!
O que é DIP?
Vamos, primeiramente, entender o que cada palavra dessa expressão significa na prática:
- Doença, ou seja, é um processo desencadeado por alguma causa conhecida, geralmente uma bactéria;
- Inflamatória — em resposta à infecção, o corpo envia o sistema imunológico para inflamar o local. Isso ajuda a controlar os invasores, mas a reação imune pode sair de controle e afetar a funcionalidade dos órgãos locais;
- Pélvica — os órgãos localizados na região mais baixa do abdômen são mais acometidos. Ali, estão principalmente as vias urinárias, o útero, os ovários e as tubas uterinas.
Causas da DIP
Dentre as causas de DIP, duas infecções sexualmente transmissíveis são mais frequentes:
- A clamídia;
- A gonorreia.
Ambas apresentam muitas características em comum, como o fato de causarem infecções usualmente assintomáticas. A latência entre a infecção e o desenvolvimento da DIP pode durar vários meses. Afinal, ela resulta da persistência da inflamação devido à incapacidade de controle dos patógenos e da permanência da infecção.
Caso o patógeno seja eliminado naturalmente pelo corpo, a DIP tende a não se manifestar ou regredir. No entanto, em mulheres diagnosticadas com ela, o tratamento será essencial.
Fatores de risco para DIP
Um dos principais fatores de risco para a DIP é o comportamento sexual da mulher, pois aumenta as chances de entrar em contato com algum microrganismo causador de doença, que se multiplica no sistema reprodutor feminino.
A vida sexual ativa, por si só, já é um fator de risco. Ou seja, mulheres que não praticam sexo são menos expostas à DIP. Isso não significa que você deve ver as relações sexuais como algo ruim. Pelo contrário, é muito importante se cuidar na hora de realizá-las, utilizando sempre os preservativos, que previnem contra as ISTs.
Veja alguns outros comportamentos de risco a seguir:
- Relação sexual desprotegida;
- Multiplicidade de parcerias sexuais;
- Ter relações sexuais com pessoas com múltiplos parceiros;
- História prévia de infecções sexualmente transmissíveis;
- Uso regular de ducha íntima, uma prática comum e vista como higiênica por muitas pessoas, mas que prejudica a saúde da mulher.
Sintomas mais comuns da DIP e diagnóstico
É muito importante entender que a DIP é uma doença assintomática e silenciosa. Portanto, muitas mulheres demoram a suspeitar da inflamação.
Quando expressa sintomas, os mais frequentes são:
- Dor leve a grave na parte baixa do abdômen;
- Alterações no corrimento vaginal, como secreção com odor intenso;
- Sangramento uterino anormal, que pode ocorrer inclusive durante as relações sexuais;
- Dor durante a relação sexual (dispareunia), especialmente à penetração profunda;
- Sintomas sistêmicos, como febre, calafrios, náuseas e vômitos;
- Dor ao urinar;
- Incontinência urinária.
O diagnóstico é feito com base na consulta clínica, preferencialmente com um ginecologista experiente. Primeiramente, ele vai colher a sua história clínica, com especial atenção ao comportamento sexual, a características dos sintomas, presença de fatores de risco e de problemas reprodutivos. É um acolhimento humanizado, feito sem julgamentos morais.
Depois disso, ele faz o exame físico ginecológico, que pode revelar alterações, como:
- Ultrassonografia pélvica;
- Exames de sangue e urina;
- Videolaparoscopia com biópsia endometrial em casos mais graves, como a presença de aderências significativas e abscessos.
Tratamento da DIP e a gravidez
A DIP é tratada usualmente com medicamentos que eliminam os agentes infecciosos. Por exemplo, para a gonorreia, podem ser utilizados alguns antibióticos orais ou injetáveis. É preciso utilizá-los exatamente da forma prescrita pelo médico até o último dia indicado por ele.
Muitas pessoas deixam de tomar a medicação quando os sintomas melhoram, mas isso faz a doença ressurgir em muitos casos. O parceiro sexual também é tratado para evitar o risco de reinfecção.
Após três meses, é feito o controle de cura e, se houver sinais de recidiva ou falha terapêutica, reiniciamos o tratamento. A abordagem cirúrgica é reservada para situações mais graves, como a presença de abscessos. Portanto, é muito importante que o tratamento da DIP seja individualizado para aumentar as chances de sucesso e evitar maiores complicações.
Quer saber mais sobre esse e outros temas? Confira este artigo bem completo!