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O que é PTGI?

Por Dra. Cristiane Pacheco

PTGI é uma abreviação para patologias do trato genital inferior, as quais representam doenças que atingem a vulva, a vagina e o colo do útero da mulher. Essas estruturas estão em maior contato com o mundo exterior e entram em contato com a genitália das parcerias durante as relações sexuais.

Por esse motivo, estão mais vulneráveis a quadros infecciosos, especialmente as lesões causadas pelo papilomavírus humano, o HPV. As infecções por esse vírus geralmente são benignas e autolimitadas (se curam espontaneamente).

No entanto, alguns tipos de HPV têm uma maior capacidade de sobreviver no organismo feminino. Com isso, podem causar alterações nas células, as quais aumentam o risco de desenvolvimento de tumores malignos. Quer entender melhor esse tema? Acompanhe nosso post!

O que é PTGI?

É um grupo de condições que têm algumas características específicas:

  • Acometem os órgãos do trato genital feminino inferior, que inclui a vulva, a vagina e o colo do útero;
  • Apesar de terem outras causas, geralmente são relacionados às infecções por HPV;
  • Podem evoluir para lesões pré-malignas e malignas.

Neoplasias intraepiteliais cervicais

São o tipo mais comum de PGTI e estão relacionadas ao câncer de colo de útero, uma das principais causas de óbito precoce em mulheres.

A NIC começa como uma displasia, que pode ser de baixo ou alto grau:

  • as displasias de baixo grau são lesões com poucas alterações em relação ao tecido saudável. No entanto, já apresentam disfunções celulares e um comportamento mais proliferativo. Se não tratadas, podem evoluir para displasias mais graves;
  • a displasia de alto grau é considerada uma lesão pré-maligna, isto é, com risco significativo de evolução para o câncer. Essa transformação comumente demora vários anos, mas, em pacientes imunocomprometidas, pode levar apenas alguns meses.

As NIC são mais frequentes em pacientes entre 25 e 35 anos, mas podem se manifestar em qualquer fase da vida. Elas são identificadas por meio das consultas ginecológicas preventivas, que incluem a realização do exame citopatológico do colo do útero (o Papanicolau). Caso alguma alteração seja identificada nela, a paciente pode ser encaminhada para um exame mais específico, a colposcopia.

Neoplasia intraepitelial vagina (NIVA)

A NIVA é a displasia da vagina, que pode ser classificada de acordo com a gravidade em:

  • Leve;
  • Moderada;
  • Grave.

Sem tratamento adequado e oportuno, pode evoluir para o câncer vaginal. Apesar de ser mais raro, ele pode trazer diversas complicações para a mulher.

O principal fator de risco para esse tipo de tumor maligno é a história prévia de câncer cervical ou vulvar. Além disso, é mais frequente após os 40 anos e antes dos 60 anos de idade. Portanto, atinge um perfil diferente de pacientes, que já estarão na pré-menopausa ou na menopausa. Por isso e por outros motivos, é muito importante manter o acompanhamento ginecológico mesmo após o fim da vida reprodutiva.

Neoplasia intraepitelial vulvar (NIV)

A vulva é a genitália externa feminina, uma estrutura complexa formada por:

  • Púbis;
  • Grandes e pequenos lábios;
  • Clitóris;
  • Períneo.

A displasia vulvar de baixo grau não é considerada uma NIV. Entretanto, a displasia vulvar de alto grau, visto que pode evoluir para o câncer da vulva. Existem dois tipos de NIV:

  • A NIV usual, que está ligada a infecções por HPV, ao tabagismo e à imunossupressão;
  • A NIV diferenciada, a qual está relacionada ao líquen escleroso, uma condição autoimune crônica caracterizada pelo aparecimento de manchas brancas e finas na genitália.

Impacto na vida da mulher e prevenção das PGTI

A dor nas relações sexuais e os outros sintomas podem reduzir a funcionalidade da paciente e reduzir seu bem-estar das pacientes. Além disso, as PGTI podem trazer um aumento nos riscos de abortamento e parto prematuro. Também podem comprometer a evolução do parto normal devido, por exemplo, ao sangramento das lesões ou à estenose (estreitamento) cervical.

Se forem necessárias intervenções mais extensas para o tratamento das lesões na vagina e no colo do útero, podem surgir sequelas que impedem a fertilização natural.

Em casos graves, as displasias podem evoluir para neoplasias malignas (câncer) que invadem outros tecidos ou para metástases. Nesse caso, a terapia pode ser bastante agressiva e as chances de cura são menores.

A prevenção das PGTI envolve medidas como:

  • Tomar a vacina contra o HPV;
  • Utilizar preservativos nas relações sexuais;
  • Bons hábitos de vida, como não fumar e ter uma alimentação saudável;
  • Passar periodicamente por avaliações ginecológicas, que incluem o exame da genitália e a realização do Papanicolau, o preventivo do colo do útero.

Além disso, ao sinal de qualquer sintoma ou alteração que chame a sua atenção, não deixe de se consultar com o médico de sua confiança o quanto antes. Não é preciso esperar as consultas de rotina.

Sintomas da PGTI

Os quadros geralmente são assintomáticos. Em alguns casos, podem surgir sintomas, como:

  • Sangramento uterino no período entre as menstruações;
  • Dor pélvica;
  • Dor nas relações sexuais;
  • Sangramento pós menopausa;
  • Alterações no corrimento vaginal, como presença de sangue;
  • Alterações na coloração, na textura ou da espessura da pele da vulva;
  • Persistência de lesões por vários dias e semanas, como rachaduras e ulcerações na vulva;
  • Sensação de queimação, coceira ou comichão no trato genital interior.

O tratamento das PGTI pode incluir a terapia tópica, a ablação a laser e a excisão (retirada) cirúrgica. Nos estágios iniciais, elas são bastante eficazes. No caso de evolução para o câncer, podem ser necessárias a quimioterapia, a radioterapia e operações mais invasivas.

Quer saber mais sobre as PGTI? Confira nosso artigo sobre o tema!

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