O que é PTGI?
PTGI é uma abreviação para patologias do trato genital inferior, as quais representam doenças que atingem a vulva, a vagina e o colo do útero da mulher. Essas estruturas estão em maior contato com o mundo exterior e entram em contato com a genitália das parcerias durante as relações sexuais.
Por esse motivo, estão mais vulneráveis a quadros infecciosos, especialmente as lesões causadas pelo papilomavírus humano, o HPV. As infecções por esse vírus geralmente são benignas e autolimitadas (se curam espontaneamente).
No entanto, alguns tipos de HPV têm uma maior capacidade de sobreviver no organismo feminino. Com isso, podem causar alterações nas células, as quais aumentam o risco de desenvolvimento de tumores malignos. Quer entender melhor esse tema? Acompanhe nosso post!
O que é PTGI?
É um grupo de condições que têm algumas características específicas:
- Acometem os órgãos do trato genital feminino inferior, que inclui a vulva, a vagina e o colo do útero;
- Apesar de terem outras causas, geralmente são relacionados às infecções por HPV;
- Podem evoluir para lesões pré-malignas e malignas.
Neoplasias intraepiteliais cervicais
São o tipo mais comum de PGTI e estão relacionadas ao câncer de colo de útero, uma das principais causas de óbito precoce em mulheres.
A NIC começa como uma displasia, que pode ser de baixo ou alto grau:
- as displasias de baixo grau são lesões com poucas alterações em relação ao tecido saudável. No entanto, já apresentam disfunções celulares e um comportamento mais proliferativo. Se não tratadas, podem evoluir para displasias mais graves;
- a displasia de alto grau é considerada uma lesão pré-maligna, isto é, com risco significativo de evolução para o câncer. Essa transformação comumente demora vários anos, mas, em pacientes imunocomprometidas, pode levar apenas alguns meses.
As NIC são mais frequentes em pacientes entre 25 e 35 anos, mas podem se manifestar em qualquer fase da vida. Elas são identificadas por meio das consultas ginecológicas preventivas, que incluem a realização do exame citopatológico do colo do útero (o Papanicolau). Caso alguma alteração seja identificada nela, a paciente pode ser encaminhada para um exame mais específico, a colposcopia.
Neoplasia intraepitelial vagina (NIVA)
A NIVA é a displasia da vagina, que pode ser classificada de acordo com a gravidade em:
- Leve;
- Moderada;
- Grave.
Sem tratamento adequado e oportuno, pode evoluir para o câncer vaginal. Apesar de ser mais raro, ele pode trazer diversas complicações para a mulher.
O principal fator de risco para esse tipo de tumor maligno é a história prévia de câncer cervical ou vulvar. Além disso, é mais frequente após os 40 anos e antes dos 60 anos de idade. Portanto, atinge um perfil diferente de pacientes, que já estarão na pré-menopausa ou na menopausa. Por isso e por outros motivos, é muito importante manter o acompanhamento ginecológico mesmo após o fim da vida reprodutiva.
Neoplasia intraepitelial vulvar (NIV)
A vulva é a genitália externa feminina, uma estrutura complexa formada por:
- Púbis;
- Grandes e pequenos lábios;
- Clitóris;
- Períneo.
A displasia vulvar de baixo grau não é considerada uma NIV. Entretanto, a displasia vulvar de alto grau, visto que pode evoluir para o câncer da vulva. Existem dois tipos de NIV:
- A NIV usual, que está ligada a infecções por HPV, ao tabagismo e à imunossupressão;
- A NIV diferenciada, a qual está relacionada ao líquen escleroso, uma condição autoimune crônica caracterizada pelo aparecimento de manchas brancas e finas na genitália.
Impacto na vida da mulher e prevenção das PGTI
A dor nas relações sexuais e os outros sintomas podem reduzir a funcionalidade da paciente e reduzir seu bem-estar das pacientes. Além disso, as PGTI podem trazer um aumento nos riscos de abortamento e parto prematuro. Também podem comprometer a evolução do parto normal devido, por exemplo, ao sangramento das lesões ou à estenose (estreitamento) cervical.
Se forem necessárias intervenções mais extensas para o tratamento das lesões na vagina e no colo do útero, podem surgir sequelas que impedem a fertilização natural.
Em casos graves, as displasias podem evoluir para neoplasias malignas (câncer) que invadem outros tecidos ou para metástases. Nesse caso, a terapia pode ser bastante agressiva e as chances de cura são menores.
A prevenção das PGTI envolve medidas como:
- Tomar a vacina contra o HPV;
- Utilizar preservativos nas relações sexuais;
- Bons hábitos de vida, como não fumar e ter uma alimentação saudável;
- Passar periodicamente por avaliações ginecológicas, que incluem o exame da genitália e a realização do Papanicolau, o preventivo do colo do útero.
Além disso, ao sinal de qualquer sintoma ou alteração que chame a sua atenção, não deixe de se consultar com o médico de sua confiança o quanto antes. Não é preciso esperar as consultas de rotina.
Sintomas da PGTI
Os quadros geralmente são assintomáticos. Em alguns casos, podem surgir sintomas, como:
- Sangramento uterino no período entre as menstruações;
- Dor pélvica;
- Dor nas relações sexuais;
- Sangramento pós menopausa;
- Alterações no corrimento vaginal, como presença de sangue;
- Alterações na coloração, na textura ou da espessura da pele da vulva;
- Persistência de lesões por vários dias e semanas, como rachaduras e ulcerações na vulva;
- Sensação de queimação, coceira ou comichão no trato genital interior.
O tratamento das PGTI pode incluir a terapia tópica, a ablação a laser e a excisão (retirada) cirúrgica. Nos estágios iniciais, elas são bastante eficazes. No caso de evolução para o câncer, podem ser necessárias a quimioterapia, a radioterapia e operações mais invasivas.
Quer saber mais sobre as PGTI? Confira nosso artigo sobre o tema!