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Parto induzido: como é feito? Há riscos?

Por Dra. Cristiane Pacheco

O parto normal é geralmente um processo natural pelo qual o corpo de uma gestante expulsa o bebê após o período de gestação. Ele pode ocorrer de forma espontânea, com o início do trabalho de parto marcado por contrações regulares e pela dilatação do colo do útero, permitindo que o bebê seja expulso pelo canal vaginal. 

Em alguns casos, contudo, pode ser necessário o parto induzido para garantir a saúde e segurança tanto da mãe quanto do bebê. Por exemplo, a indução pode ser recomendada quando a gestação ultrapassa as 41 semanas, quando o trabalho de parto é prolongado, quando há sinais de complicações, como eclâmpsia ou em situações em que o líquido amniótico está reduzido (oligodrâmnio). 

O processo de indução é realizado utilizando medicamentos ou técnicas que estimulam as contrações uterinas e ajudam na dilatação do colo do útero. Quer saber mais sobre ela? Acompanhe até o final!

Como é feito o parto induzido?

As fases do parto induzido podem ser divididas em duas fases principais: a preparação do colo do útero e a estimulação das contrações.

Preparação do colo do útero

Nesta fase, o objetivo é amadurecer e dilatar o colo. Se o colo do útero ainda não estiver maduro (amolecido e dilatado), é necessário utilizar métodos para promover essa maturação. Isso pode incluir:

  • o uso de prostaglandinas sintéticas, medicamentos que ajudam a amolecer o colo do útero. A utilização de prostaglandinas é contraindicada em casos, como alergia às prostaglandinas, histórico de cesarianas anteriores, cirurgias uterinas importantes ou placenta prévia;
  • a inserção de um cateter de Foley, que é um balão que, quando inflado, pressiona o colo do útero e promove a dilatação.

Estimulação das contrações

Uma vez que o colo do útero está preparado, a próxima etapa é estimular as contrações uterinas. Isso pode ser feito com a administração de ocitocina, um hormônio que induz as contrações. A ocitocina é geralmente administrada por via intravenosa em doses progressivas à medida que a paciente não responde à dose anterior.

A amniotomia é frequentemente combinada com o uso de ocitocina para intensificar as contrações uterinas. Portanto, é um procedimento utilizado para induzir o trabalho de parto quando o colo do útero já apresenta algum grau de dilatação e afinamento. Ela consiste na ruptura artificial das membranas amnióticas, utilizando um instrumento esterilizado para liberar o líquido amniótico. Contudo, é contraindicada em situações, como placenta prévia ou infecções uterinas.

Após a indução bem-sucedida das contrações, espera-se que a gestante entre na fase de trabalho de parto ativo. Durante esta fase, as contrações tornam-se mais regulares, intensas e frequentes, levando à dilatação completa do colo do útero (cerca de 10 centímetros) e à expulsão do bebê pelo canal vaginal.

Durante todo o processo, a equipe obstétrica monitora cuidadosamente o progresso do trabalho de parto, o bem-estar da mãe e do bebê com um partograma. Caso necessário, eles realizarão intervenções conforme necessário para garantir um parto seguro.

Em alguns casos, a indução pode não ser bem-sucedida, exigindo a consideração de outras opções, como a cesariana. No entanto, quando realizada de forma adequada e monitorada, o parto induzido é geralmente eficaz e preferível, pois apresenta um perfil de risco mais favorável do que a cesariana.

Riscos do parto induzido

Nenhuma intervenção médica é isenta de riscos. Por isso, é importante compreender quais são os riscos relacionados com cada técnica que explicamos acima:

 Administração de prostaglandinas

As prostaglandinas podem apresentar riscos, como:

  • Hiperestimulação uterina: contrações excessivamente fortes ou frequentes que podem comprometer o fluxo sanguíneo para o bebê, levando a sofrimento fetal;
  • Ruptura uterina: é o rompimento da parede uterina, sendo mais frequente mulheres com histórico de cesariana ou cirurgia uterina.

Inserção do cateter de Foley

O cateter de Foley pode ter complicações, como:

  • Desconforto ou dor: durante a inserção ou permanência do cateter;
  • Infecção local: infecções cervicais ou uterinas, pois o instrumento pode carregar microrganismos para dentro do colo e da cavidade uterina;
  • Sangramento vaginal: pequenos traumas no colo uterino podem causar sangramentos leves, especialmente se o colo estiver muito rígido.

Uso da ocitocina

A ocitocina é frequentemente usada para intensificar contrações uterinas, mas também apresenta riscos, como:

  • Hiperestimulação uterina: assim como as prostaglandinas, pode causar contrações excessivas, resultando em sofrimento fetal ou ruptura uterina;
  • Hipertonia uterina: contrações contínuas sem períodos de descanso entre elas, prejudicando a oxigenação fetal. Também pode ocorrer a fadiga do miométrio.

Amniotomia

A amniotomia também tem riscos associados:

  • Prolapso do cordão umbilical: quando o cordão desliza antes da apresentação fetal, o que pode comprometer o fluxo placentário;
  • Infecção uterina: isso ocorre principalmente quando o intervalo entre a amniotomia e o parto é prolongado;
  • Contrações dolorosas: o rompimento das membranas pode intensificar as contrações, causando desconforto para a mulher.

Felizmente, o parto induzido é frequentemente bem-sucedido e não traz complicações significativas. Para isso, ela precisa ser bem indicada após uma avaliação individualizada da paciente. O procedimento de indução deve ser realizado sob monitoramento adequado da saúde materna e do bem-estar fetal.

Quer saber mais sobre a indução do parto? Toque aqui!

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