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Pólipo endometrial: conheça melhor os sintomas

Por Dra. Cristiane Pacheco

O útero é um órgão do sistema reprodutor feminino, sendo responsável por sustentar o desenvolvimento do feto desde o início de uma gestação até o nascimento. Ele tem formato de pera invertida e é constituído de três camadas principais (da mais interna à mais externa): o endométrio, o miométrio e o perimétrio.

O endométrio reveste a cavidade uterina, tendo uma função essencial para a fertilidade e a manutenção de uma gravidez. Nele, podem surgir algumas lesões, como o pólipo endometrial, que podem causar sintomas e complicações.

O ciclo menstrual normal de uma mulher começa quando o endométrio descama (menstruação) após ter sido estimulado no ciclo anterior. Ao final do sangramento, essa camada começa a se proliferar novamente devido ao estímulo do estrogênio.

Depois da ovulação, o ovário passa a produzir mais progesterona, um hormônio que promove ainda mais o espessamento e a secreção do endométrio, preparando para uma gestação.

Os pólipos endometriais benignos são lesões estrogênio-dependentes, isto é, surgem e se desenvolvem quando os níveis de estrogênio estão mais altos.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o nosso post!

O que é um pólipo endometrial?

Os pólipos endometriais surgem devido ao crescimento excessivo de células endometriais. Geralmente, são completamente benignos. Em casos raros, podem evoluir para lesões malignas. Ou seja, muitas mulheres podem ser diagnosticadas com eles ao longo da vida, mas pouquíssimas desenvolverão o câncer endometrial.

Eles podem ser classificados em:

  • únicos (apenas uma lesão dentro da cavidade) ou múltiplos;
  • sésseis (com bordas aderidas ao endométrio) ou pedunculares (o corpo da lesão fica preso por uma haste fina de tecido).

No entanto, por menor que esse risco seja, não podemos subestimá-los. Por isso, o acompanhamento periódico da condição com um ginecologista é essencial

Sintomas dos pólipos endometriais

Na maioria das vezes, os pólipos são assintomáticos. Em outras palavras, as mulheres não apresentam sintomas ou complicações da doença. Portanto, as lesões geralmente são descobertas na investigação de outras condições ginecológicas ou no acompanhamento de rotina da saúde da mulher.

Nas mulheres sintomáticas, os principais sintomas são alguma forma de sangramento uterino anormal, como:

  • fluxo menstrual aumentado;
  • sangramento entre os períodos menstruais;
  • sangramentos após as relações sexuais;
  • sangramento no pós-menopausa.

Como os pólipos são uma lesão muito prevalente entre as mulheres, eles são diagnosticados em 7% a 34% das mulheres com queixa de sangramento uterino anormal. Além disso, as lesões podem causar a dismenorreia (cólicas antes e durante o período de sangramento menstrual.

Os sintomas geralmente são leves, mas pode também ser desde moderados a incapacitantes. Normalmente, o surgimento e a intensidade das queixas estão relacionados ao tamanho das lesões e à extensão do endométrio acometidos pelos pólipos.

Além disso, algumas pacientes podem apresentar infertilidade ou abortamentos de repetição relacionados aos pólipos uterinos. Essa dificuldade para engravidar se deve:

  • tanto à obstrução que eles podem causar na cavidade uterina, impedindo que os espermatozoides atinjam as tubas uterinas. Em alguns casos, os pólipos podem levar à formação de aderências intrauterinas, aumentando as chances de obstrução;
  • quanto à redução da receptividade endometrial, que dificulta a implantação do embrião no endométrio e o desenvolvimento da placenta.

Tanto os sangramentos quanto os problemas reprodutivos são explicados principalmente pelo processo inflamatório causado pela lesão. As células do sistema imunológico têm dificuldade em distinguir o tecido endometrial normal dos pólipos uterinos, causando uma inflamação mais generalizada.

Portanto, na presença dos sintomas acima, é muito importante procurar um médico para iniciar uma investigação de possíveis doenças ginecológicas. Caso os pólipos sejam identificados, pode ser necessário biopsiá-los ou acompanhá-los periodicamente com exames de imagem. Assim, evitamos consequências sérias, como a infertilidade grave e tumores endometriais malignos em estágio mais avançado.

O diagnóstico e tratamento dos pólipos uterinos

O diagnóstico dos pólipos geralmente é feito acidentalmente por meio de ultrassonografias de rotina em pacientes assintomáticas. No entanto, pode decorrer de uma investigação de queixas feitas ao médico.

Quando uma mulher apresenta queixas de sangramento uterino anormal ou de infertilidade, o primeiro exame solicitado é a ultrassonografia transvaginal. Afinal, ela apresenta uma boa capacidade de identificar diversas lesões uterinas associadas ao sangramento uterino anormal. Entre as doenças que podem ser identificadas, está o pólipo endometrial.

Quando houver o diagnóstico de imagem desse tipo de lesão, dois caminhos são possíveis:

  • aprofundar a investigação pela vídeo-histeroscopia diagnóstica, permitindo as biópsias para investigação anatomopatológica das lesões;
  • manter o acompanhamento da paciente com avaliações clínicas e ultrassonografias periódicas a fim de identificar o comportamento da lesão e abordá-la se houver alguma alteração preocupante.

O primeiro caminho tem sido considerado o padrão ouro para a confirmação do diagnóstico, sendo uma técnica minimamente invasiva que pode ser feita em ambiente ambulatorial. No entanto, em casos de baixo risco, pode-se adotar o segundo desde que a paciente tenha a segurança de que será capaz de ir às consultas periódicas.

O tratamento pode envolver esse acompanhamento periódico, a administração de medicações para reduzir o sangramento uterino anormal ou a retirada das lesões, principalmente nos casos de infertilidade.

Dentro da ginecologia humanizada, as decisões são feitas de forma compartilhada entre você e o seu médico. Portanto, o plano terapêutico para o pólipo endometrial é sempre individualizado a cada caso, cabendo à mulher o protagonismo das decisões sobre a própria saúde.

Quer saber mais sobre os pólipos endometriais? Não deixe de ler nosso artigo sobre o tema!

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