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Baby blues

Por Dra. Cristiane Pacheco

Baby blues, também chamado disforia puerperal, é uma instabilidade emocional que ocorre após o parto. Embora não tenha uma causa exata conhecida, acredita-se que esteja relacionado às mudanças hormonais que ocorrem durante a gravidez e depois do nascimento do bebê, no puerpério ou pós-parto.

As alterações hormonais, somadas aos ajustes necessários à chegada do bebê, como adaptação à nova rotina e aos distúrbios do sono comuns ao período, contribuem para despertar um sentimento de melancolia, característico do baby blues. É importante não ignorar os sinais apontados pelo organismo e procurar ajuda, se necessário.

A confusão que a tristeza gera, em contraponto à alegria pela chegada do bebê, pode levar, muitas vezes, a mulher ao recolhimento. No entanto, falar sobre as emoções para elaborá-las é uma das melhores formas de lidar com os efeitos provocados pelo baby blues.

Entre 70% e 80% de todas as novas mães experimentam algum tipo de sentimento negativo ou mudança de humor após o nascimento de seus filhos. O baby blues geralmente surge no primeiro mês após o nascimento do bebê e dura até 30 dias. Os sintomas são passageiros, não interferem nos cuidados com o bebê e atividades do dia a dia, assim como não é necessário nenhum tipo de tratamento medicamentoso.

Se permanecerem por mais do que 30 dias e afetarem essa rotina, entretanto, é necessário procurar um especialista: quando são duradouros, podem indicar depressão pós-parto, que, nesse caso, requer tratamento e acompanhamento médico.

Principais sintomas do baby blues

Tristeza e choro fácil estão entre os sintomas característicos do baby blues e são relatados pela maioria das mulheres. Outros sintomas são:

  • Mudança de humor;
  • Tristeza;
  • Choro fácil;
  • Irritabilidade;
  • Ansiedade;
  • Dificuldades para se concentrar;
  • Dificuldades para dormir.

Geralmente o baby blues inicia nos primeiros dias após o parto e dura de duas semanas a 30 dias, mas não oferece nenhum tipo de risco. Os sintomas podem manifestar por minutos ou horas.

Como minimizar os sintomas?

Cuidados com a mãe são a melhor maneira de diminuir os sintomas do baby blues. Porém, algumas ações podem ajudar bastante às mulheres que enfrentam o problema, incluindo:

  • Converse com pessoas de confiança, como o parceiro, amigos ou familiares e compartilhe os seus sentimentos;
  • Busque ajuda profissional para aconselhamento se achar necessário;
  • Mantenha uma dieta balanceada rica em nutrientes como o ômega-3, que ajudam a melhorar o humor e combater a depressão. Pode ser encontrado em carnes, peixes de águas profundas, frutos do mar, ovos, castanhas, amendoim, ervilha, abacate, couve-flor, banana, grão-de-bico, aveia e chocolate amargo;
  • Pratique caminhadas ao ar livre ou exercícios que ajudem a relaxar, como natação, yoga, entre outras;
  • Dedique momentos às suas atividades favoritas;
  • Nas primeiras semanas aceite ajuda de amigos, familiares ou vizinhos nos cuidados com o bebê e atividades da casa;
  • Procure dormir ao mesmo tempo que o bebê.

Ainda que seja comum ter curtos períodos de tristeza, crises de choro ou alterações de humor após o parto, é fundamental ficar atenta quando os sintomas se intensificam e duram.

A depressão pós-parto – como diferenciar?

A depressão pós-parto já não é um transtorno tão comum após o nascimento do bebê, mas pode acontecer, principalmente se houver histórico pessoal ou familiar.

Os sintomas da depressão pós-parto são mais intensos e persistentes, geralmente requerendo tratamento para que sejam superados. Como é um momento diferente na vida do casal, é importante ficar atento.

O tratamento precoce contribui para equilibrar essas emoções. A ausência de tratamento, por outro lado, pode afetar também a saúde do bebê e do casal como um todo.

Alguns sinais que podem surgir até mesmo antes do parto e devem ser observados para evitar a evolução da depressão pós-parto são:

  • Alterações de humor;
  • Choro sem motivo aparente e constante;
  • Dificuldades relacionadas ao bebê;
  • Isolamento;
  • Alterações alimentares;
  • Alterações do sono;
  • Fraqueza;
  • Falta de interesse por atividades que antes davam prazer;
  • Insegurança;
  • Dificuldades para se concentrar e tomar decisões;
  • Ansiedade e ataques de pânico;
  • Pensamentos negativos.
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