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Pré-natal: exames do 3º trimestre

Por Dra. Cristiane Pacheco

O pré-natal é a rotina de cuidados e consultas médicas realizados durante a gestação para trazer mais saúde e bem-estar para a mãe e o bebê. Ele envolve diversas medidas importantes, como educar a mãe sobre o que está acontecendo em cada etapa da gravidez, prevenir doenças e planejar o parto. Para isso, são realizados exames periódicos que ajudam o seu médico a diagnosticar e a tratar precocemente doenças que podem causar complicações.

Assim como a gestação, o pré-natal é geralmente dividido em três trimestres, tendo em vista os principais marcos de desenvolvimento do feto e da gestação. Neste post, vamos focar nos exames pedidos no pré-natal do terceiro trimestre. Ficou interessada? Acompanhe até o final!

Quais exames são pedidos antes do 3º trimestre?

Exames do 1º trimestre

  • Papanicolaou, que é feito para rastreamento do câncer do colo uterino. Ele geralmente é repetido durante o pré-natal em mulheres sem contraindicações;
  • Tipagem sanguínea: identifica o tipo sanguíneo e o fator Rh, sendo essencial para prevenir reações imunológicas na mãe devido à interação de anticorpos maternos com o sangue do bebê;
  • Hemograma completo: usado principalmente para diagnosticar anemia. Também faz a contagem de glóbulos brancos (leucócitos, que são nossas células de defesa) e plaquetas, as quais são essenciais para a coagulação do sangue;
  • Glicemia de jejum: avalia a presença de diabetes pré-gestacional, além de ajudar a avaliar o risco de diabetes gestacional;
  • Sorologia para HIV: detecta anticorpos contra o HIV, o que ajuda a identificar mulheres que podem estar infectadas pelo vírus. Portanto, é crucial para prevenir a transmissão mãe-feto (vertical);
  • Detecção da Hepatite B e C, que são infecções que podem afetar a saúde materna e fetal;
  • Exames para detecção de infecções, como citomegalovírus (CMV), toxoplasmose, rubéola e sífilis, que podem causar malformações fetais;
  • Urina rotina com urocultura, que detecta infecções urinárias, as quais podem aumentar o risco de complicações na gravidez;
  • Fezes, que identifica parasitas intestinais que podem prejudicar a nutrição materna;
  • Ultrassonografia obstétrica transvaginal, que ajuda a confirmar a gravidez e a identificar se é única ou gemelar;
  • Ultrassonografia morfológica de primeiro trimestre: avalia a anatomia do feto e os riscos de doenças genéticas.

Além desses exames essenciais, o pré-natal pode envolver outros exames, indicados de forma individualizada, como:

  • Teste de sexagem: Determina o sexo do bebê a partir da oitava semana de gestação;
  • Marcadores bioquímicos maternos de primeiro trimestre: Estima o risco de anomalias genéticas, como síndrome de Down.

Exames do 2º trimestre

Repetem-se os seguintes exames feitos no primeiro trimestre:

  • Hemograma;
  • Sorologia para HIV;
  • Exames de detecção da hepatite B, da hepatite C, do citomegalovírus, da toxoplasmose e da rubéola;
  • Urina rotina com urocultura.

Além disso, são feitas as:

  • Ultrassonografia transvaginal do segundo trimestre. Um dado importante desse exame é a medição do colo uterino, a qual ajuda a avaliar o risco de parto prematuro;
  • Ultrassonografia morfológica do segundo trimestre, que, além de avaliar a morfologia fetal, analisa a posição placentária e o volume de líquido amniótico.

Exames do pré-natal do 3º trimestre

No pré-natal do terceiro trimestre, são repetidos os seguintes exames:

  • Hemograma;
  • Sorologia para HIV;
  • Detecção da toxoplasmose, da rubéola e das hepatites;
  • Urina rotina com urocultura.

Além disso, a rotina de exames do terceiro trimestre é importante para identificar doenças que surgem mais tardiamente na gestação e para planejar o parto.

Rastreio da diabetes gestacional

A diabetes gestacional é um tipo específico de diabetes que está limitada ao contexto de uma gravidez. Ela é caracterizada como o aumento dos níveis de glicose no sangue a partir da 24ª semana de gestação, que é um período marcado por um pico de resistência do corpo à ação da insulina (hormônio que ajuda a retirar a glicose do sangue).

Por isso, os exames usados para diagnosticá-la são requisitados geralmente entre a 24ª semana e a 28ª semana de gestação. Para isso, geralmente é requisitado o teste de tolerância à insulina. Nele, a paciente realiza um teste de glicemia em jejum. Depois disso, ela toma uma dose elevada de glicose concentrada, medindo-se novamente a glicemia 1h e 2h após essa sobrecarga.

Tratar a diabetes gestacional é fundamental, pois níveis elevados de glicose no terceiro trimestre estão associados a um risco aumentado de:

  • Macrossomia fetal, isto é, feto com mais de 4 quilos em qualquer momento da gestação ou com mais de 4,5 quilos no momento do parto;
  • Pré-eclâmpsia;
  • Distocia do ombro;
  • Necessidade de cesariana;
  • Morte fetal.

Ultrassonografia obstétrica com doppler

Assim como as ultrassonografias obstétricas do segundo trimestre, esse exame fornece informações importantes sobre a gestação, como:

  • Avaliação do peso, do perímetro cefálico e da anatomia do feto;
  • Medição do volume de líquido amniótico;
  • Avaliação da apresentação fetal, a qual é importante para a programação do parto;
  • Avaliação da placenta.

A novidade é a realização da técnica doppler, que mede a velocidade do sangue que entra e sai dos vasos sanguíneos. Ao avaliar o fluxo sanguíneo nos vasos da placenta e do bebê, esse exame é importante para avaliar o bem-estar fetal e a identificar precocemente malformações cardiovasculares fetais.

Ecocardiograma fetal

É um exame utilizado principalmente para avaliar a funcionalidade e a anatomia do coração do bebê. As anomalias cardíacas estão entre as malformações fetais mais frequentes. Identificá-las precocemente ajuda a preparar os cuidados neonatais para evitar complicações após o nascimento do bebê.

Detecção do estreptococo B

Diversos microrganismos estão presentes na flora vaginal e podem ser transmitidos ao bebê durante o parto normal. A maioria deles é inofensiva para o bebê e não causam nenhuma doença grave. Uma delas, o estreptococo B, está presente na flora de até 40% das mulheres e é mais preocupante. Afinal, ela está associada a um maior risco de meningite, pneumonia e sepse no período neonatal. Se ela for identificada no exame, o parto normal pode ser realizado com tranquilidade, mas será necessário administrar antibióticos antes do parto.

Portanto, o pré-natal do 3º trimestre é fundamental para a saúde da mãe e do bebê. Nele, serão realizados exames fundamentais para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de condições que podem prejudicar o bem-estar maternofetal. Além disso, ele ajuda no planejamento do parto e dos cuidados neonatais.

Quer saber mais sobre o pré-natal de cada fase da gestação? Toque aqui!

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