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Calendário de vacinas do recém-nascido

Por Dra. Cristiane Pacheco

Ainda que os bebês recém-nascidos sejam imunes a muitas doenças em virtude dos anticorpos transferidos de suas mães, essa imunidade tende a durar apenas nos primeiros seis meses após o nascimento e protege das doenças às quais a mãe é imune.

Mesmo assim, recém-nascidos não têm imunidade de origem materna contra doenças evitáveis ​​por vacinas, como a coqueluche. Além disso, podem ser expostos a transmissões de pais e irmãos, outras crianças em ambientes de grupo como creches ou qualquer pessoa com quem tenham contato em casa ou em público.

Dessa forma, os bebês, por serem mais vulneráveis ​​e não possuírem as defesas necessárias para combater infecções e doenças que podem ser muitas vezes fatais, precisam ser vacinados desde o primeiro momento de vida. Por isso, todo esse ciclo de vacinas é abordado durante a puericultura, que acompanha o desenvolvimento infantil.

As vacinas contêm os mesmos antígenos que causam as doenças. Por exemplo, a vacina contra o sarampo contém o vírus do sarampo. Ou seja, é um substituto mais seguro, pois é um antígeno atenuado/enfraquecido para a primeira exposição, possibilitando que o bebê desenvolva imunidade, os anticorpos e não a doença.

As vacinas usam quantidades muito pequenas de antígenos para ajudar o sistema imunológico do bebê a reconhecer e aprender a combater doenças graves. Podem ser aplicadas por injeções ou por via oral, de acordo com o tipo; a maioria, do nascimento até os 15 meses de idade.

Para garantir que o seu bebê adquira a imunidade necessária para se desenvolver forte e saudável, entretanto, é importante seguir corretamente o calendário de vacinas. No Brasil, as principais são gratuitas e disponibilizadas em postos de saúde.

Vacinas que devem ser aplicadas no recém-nascido

As vacinas iniciais são aplicadas ainda nas primeiras horas de vida do bebê e, posteriormente, a partir dos dois meses. Veja a seguir quais são as necessárias para garantir mais imunidade ao seu bebê, o período em que devem ser ministradas e a função de cada uma:

No nascimento

  • Hepatite B: hepatite B é uma doença causada por um vírus que afeta o fígado e pode resultar em infecções ou tumores no órgão. Geralmente provoca sintomas como mal-estar, febre, dor de cabeça, fadiga, dor abdominal, náuseas e vômitos. O bebê deve receber a primeira dose até 12 horas após o nascimento;
  • BCG: a vacina previne contra formas graves de tuberculose, uma doença infecciosa que afeta os pulmões e pode atingir outras partes do corpo, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar. É aplicada no braço e causa o aparecimento de uma marca no local como resposta imunológica, comprovando, assim, a eficácia da vacina.

No primeiro e segundo mês

No primeiro mês é aplicada a 2ª dose da hepatite B e, no segundo, a primeira dose das seguintes vacinas:

  • Pentavalente: previne contra infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae, como difteria, tétano, coqueluche, entre outras;
  • VIP (vacina inativada poliomielite): previne contra poliomielite, também chamada de pólio, doença que pode resultar em paralisia dos membros inferiores como consequência de uma inflamação da substância cinza da medula espinhal, causada pelo poliovírus. A infecção ocorre pelo contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e pode ou não provocar paralisia;
  • Pneumocócica: previne contra pneumonia, otite e meningite, as doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae, principal agente etiológico de infecções respiratórias adquiridas;
  • Rotavírus: previne contra o rotavírus humano, um agente viral causador de doenças diarreicas agudas, inclusive em lactantes. É bastante comum nos países em desenvolvimento.

No terceiro mês

  • Vacina meningocócica: previne contra a bactéria meningocóco, causadora da meningite, infecção das membranas que revestem o cérebro e medula espinhal, que pode resultar em paralisia. Os sintomas incluem dor de cabeça, febre e torcicolo. A doença atinge particularmente crianças.

No quarto mês

No quarto mês, é aplicada a segunda dose das seguintes vacinas:

  • VIP (vacina inativada poliomielite);
  • Pneumocócica;
  • Pentavalente;
  • Rotavírus.

No quinto mês

É aplicada a segunda dose da meningocócica.

No sexto mês

No sexto mês, é aplicada a terceira dose das vacinas:

  • VIP (vacina inativada poliomielite);
  • Pneumocócica;

No nono mês

É aplicada a primeira dose da vacina para prevenir contra febre amarela, uma doença viral aguda transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo causador da dengue. Provoca sintomas como febre, calafrios, perda de apetite, náuseas, dores de cabeça e dores musculares, principalmente nas costas.

Icterícia progressiva, hemorragias, comprometimento de órgãos como os rins, fígado, pulmão, problemas cardíacos e encefalopatias (convulsões e delírios) são sintomas da doença, que podem levar à morte.

Além da dose inicial, outra deve ser aplicada nos casos em que o bebê for viajar para regiões de risco, como a Amazônia.

No décimo segundo mês

No décimo segundo mês são aplicadas a primeira dose da tetra viral, hepatite A e a dose de reforço da pneumocócica:

  • Tetra viral: é a única maneira de prevenir as formas graves de doenças como sarampo, caxumba, rubéola e varicela;
  • Hepatite A: previne contra a hepatite A, doença infecciosa aguda e contagiosa, causada por um vírus e transmitida por alimentos, água contaminada ou por via oral de pessoas contaminadas. Os sintomas podem incluir febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e vômito;
  • Reforço pneumocócica.

No décimo quinto mês

  • DTP: a DTP, assim como a pentavalente, previne contra difteria, tétano e coqueluche;
  • Tetra viral – 2ª dose;
  • Meningocócica – 3ª dose;
  • VIP – 4º dose.

Essas são as vacinas obrigatórias, no entanto outras também são ministradas em épocas sazonais, como a da gripe, cuja primeira dose deve ser aplicada aos seis meses e, depois, anualmente até os cinco anos.

Alguns bebês podem ter reações leves às vacinas, como dor no local ou erupção na pele, que são consideradas normais. Quando elas causam efeitos colaterais ou são contraindicadas em situações especiais, as informações geralmente são destacadas no cartão de vacinação, documento obrigatório.

É importante aumentar a frequência da amamentação após a vacinação, uma vez que também é normal a perda de apetite nas primeiras 24 horas em alguns casos, da mesma forma que é necessário maior atenção ao bebê nos dias seguintes: qualquer reação anormal indica a necessidade de procurar auxílio médico com urgência.

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