PTGI: saiba identificar os sintomas
Você já ouviu falar das patologias do trato genital inferior, as PGTI? São doenças que acometem o colo uterino, a vagina e a vulva, — a porção inferior do sistema reprodutor feminino. Elas são agrupadas dentro da PGTI, pois apresentam um quadro clínico e causas semelhantes.
Possivelmente, você já deve ter ouvido falar sobre HPT, tumores malignos, tumores benignos e outras lesões na vulva, na vagina e no colo uterino. Então, todas essas condições nada mais são do que PGTI. Elas geralmente estão relacionadas a infecções pelo papilomavírus humano (HPV), que é transmitido sexualmente, principalmente quando as relações sexuais são feitas sem proteção.
O HPV infecta as células do trato genital inferior e provoca alterações celulares que levam a diversos tipos de lesões. As mais benignas, as verrugas genitais parecidas com uma couve-flor, podem causar bastante desconforto nas mulheres.
Por sua vez, há também tipos de HPV que desencadeiam microlesões pré-malignas, que não são visíveis a olho nu, mas podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer do colo de útero. Por esse motivo, as mulheres precisam realizar o Papanicolaou periodicamente para a prevenção dessa condição mais grave.
Quer saber mais sobre as PGTI e quais são os seus sintomas? Confira nosso post!
O que é o PTGI?
As PTGI são lesões que podem se transformar em câncer nas estruturas do trato genital inferior, geralmente causadas pelos tipos oncogênicos do HPV.
O HPV é um grupo de vírus com mais de 100 tipos que infectam a pele e as mucosas dos seres humanos. A maioria deles causa lesões benignas, como as verrugas. Contudo, existem alguns que são capazes de alterar bastante o DNA das nossas células, o que pode levar ao surgimento de lesões mais sérias, as displasias, que apresentam um comportamento disfuncional.
Normalmente, as lesões têm uma evolução lenta. Ou seja, elas começam com alterações pouco significativas e com baixo potencial de transformação em câncer, — é a displasia de baixo grau.
Por sua vez, à medida que não são tratadas e se modificam ao longo do tempo no colo do útero, podem evoluir para displasias de alto grau (lesões pré-malignas). Da mesma forma, quando não são tratadas, essas lesões podem evoluir para um tumor maligno do colo do útero, o câncer.
O câncer causado pelo HPV geralmente começa nas regiões mais superficiais do colo. Quando ele não invade uma região mais profunda chamada de “camada basal”, sua retirada traz um prognóstico excelente, com altas chances de cura. Contudo, se ultrapassar a camada basal, ele adquire um comportamento mais agressivo e é mais difícil de tratar. Por isso, o exame preventivo também é importante para o diagnóstico precoce.
Sintomas das PGTI: quais são?
Um dos pontos mais importantes sobre as PGTI é que elas geralmente são assintomáticas nos estágios iniciais. Em outras palavras, quando apenas são displasias ou carcinomas in situ, a mulher tende a não manifestar nenhuma queixa ou alteração visível. Com isso, elas podem ter a falsa sensação de que está tudo bem com a saúde ginecológica.
No entanto, à medida que avança, a lesão maligna invade outras estruturas ao seu redor e pode ainda provocar metástases. Nessa situação, começam a se tornar mais sintomáticos com manifestações, como:
- Sangramento vaginal no período entre as menstruações;
- Dor pélvica;
- Dor (dispareunia) ou sangramento (sinusorragia) durante as relações sexuais;
- Sangramento vaginal após a menopausa;
- Sangramento entre os períodos menstruais, usualmente em pequeno volume (spotting);
- Emagrecimento;
- Sangramento uterino anormal;
- Corrimento vaginal anormal (aguado, com sangue visível ou odor intenso);
- Náuseas, vômitos e perda de apetite;
- Massa abdominal palpável;
- Úlceras vaginais e vulvares que não cicatrizam, mas apresentam um crescimento constante (que pode ser lento ou rápido).
Essas alterações podem surgir ainda nos estágios pré-malignos, mas isso é mais incomum.
Neoplasia intraepitelial cervical
A NIC é a displasia cervical, isto é, alterações teciduais que ainda não se transformaram em câncer. Contudo elas apresentam um alto potencial de evoluírem caso não sejam tratadas adequadamente.
Ela pode ser assintomática por vários meses ou anos, sendo causada principalmente pela infecção pelo HPV. Na maioria dos casos, permanece completamente assintomática por vários meses e anos.
É mais comumente identificada em mulheres entre 25 e 35 anos, que coincide com a idade fértil da mulher e um período de maior atividade sexual (em geral). Apesar de raramente sintomática, pode se expressar com:
- Um pequeno escape de sangue no período intermenstrual;
- Dor ou sangramento nas relações sexuais com penetração;
- Dor pélvica devido ao processo inflamatório que o corpo pode montar para eliminar a lesão.
Neoplasia intraepitelial vulvar (NIV)
São lesões pré-malignas que acometem a pele da vulva, uma estrutura que abrange o púbis, os grandes e pequenos lábios, o clitóris e o períneo. Para ser considerada NIV, a displasia precisa ser de alto grau. Ela pode apresentar dois tipos, a NIV usual e a NIV diferenciada.
A NIV usual geralmente está associada a infecções por HPV, sendo geralmente assintomática, como nos demais casos. Por sua vez, a diferenciada está relacionada a doenças prévias não relacionadas ao HPV, como o líquen escleroso, cujo principal sintoma é o surgimento de manchas brancas e finas na região genital externa.
O câncer da vulva se manifesta, como:
- Alterações na coloração da pele da vulva (regiões brancas, rosas, cinzas ou marrom-escuras);
- Espessamento da localizado da pele da vulva;
- Lesões que se assemelham a uma verruga;
- Fissuras ou úlceras na vulva;
- Sensação de comichão ou queimação.
Neoplasia intraepitelial vaginal
A NIVA pode ser classificada em leve, moderada ou grave à medida que acumula alterações que podem evoluir para o câncer vaginal. Esse tipo de tumor é mais raro e normalmente ocorre em pacientes com histórico positivo para NIC e NIV. É mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos, apesar de ocorrer em qualquer idade.
Também pode ser assintomático na maior parte do seu curso na maioria das pacientes. Como sintomas, a mulher poderá apresentar:
- Um pequeno escape de sangue no período intermenstrual;
- Dor ou sangramento nas relações sexuais;
- Dor pélvica devido ao processo inflamatório que o corpo pode montar para eliminar a lesão.
O tratamento envolve o acompanhamento e a retirada das lesões. Os métodos dependem do estágio em que a PGTI se encontra. Caso evoluam para o câncer, a quimioterapia e a radioterapia podem ser necessárias.
No entanto, a mensagem mais importante é a da prevenção! Com o exame ginecológico e o Papanicolaou periódicos, é possível evitar a evolução para tumores malignos. Essas medidas devem ser feitas independentemente dos sintomas, — de acordo com a orientação do seu médico.
Quer saber mais sobre a PGTI? Confira nosso post sobre o tema!