Qual é o melhor momento para engravidar?
Ao contrário dos homens, que são férteis durante toda a vida, sabemos que as mulheres perdem a fertilidade à medida que se aproximam da menopausa, a interrupção permanente da menstruação. Esse evento, que acontece normalmente a partir dos 40 anos, significa que a reserva ovariana chegou a níveis muito baixos.
Consequentemente, não há produção de estrogênio suficiente para estimular o endométrio e causar os ciclos menstruais. Com isso, muitas mulheres se perguntam: qual é o melhor momento para engravidar?
Essa resposta depende atualmente de muitos fatores e, devido ao avanço da medicina e das mudanças culturais, não é tão simples quanto parece. Portanto, a decisão é sempre da mulher, e não é possível fazer uma lista do que você deve considerar ou não. É uma reflexão sua, — com base nos seus valores e nos objetivos da sua vida. Contudo, podemos falar sobre os aspectos biológicos que sabemos sobre a fertilidade feminina ao longo da vida.
Portanto, neste post, você vai entender quais são os fatores físicos que determinam a reprodução. Vamos falar, por exemplo, se há uma idade em que a mulher está mais fértil, se os riscos de ter uma gestação mais tardia ou se há métodos de reprodução assistida que permitem uma gestação após a menopausa. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!
O que acontece ao longo da vida reprodutiva de uma mulher?
O envelhecimento impacta todas as funções do nosso corpo. Com a fertilidade, não é diferente! Tanto os homens quanto as mulheres têm sua capacidade reprodutiva diminuída com o passar dos anos. Esse fenômeno se acelera a partir dos 35 a 40 anos.
No entanto, enquanto a mulher perde totalmente a capacidade de reprodução natural após a menopausa, o homem não sofre uma “andropausa” verdadeira. Apesar de diminuir, a menos que ocorra alguma condição médica, ele nunca fica completamente infértil pela reprodução espontânea.
Qual o melhor momento para engravidar?
Vamos entender agora por que as mulheres se tornam inférteis após a menopausa e como isso influencia a escolha de qual o melhor momento para engravidar.
Nascimento a adolescência
A maior parte dos gametas femininos são produzidos apenas durante a fase de desenvolvimento fetal, isto é, enquanto a mulher ainda está no útero de sua mãe. Com a formação do ovário, começam a surgir folículos ovarianos primitivos, que são estruturas compostas por um gameta envolto por uma camada de células não-reprodutivas. Portanto, são os folículos os principais determinantes da fertilidade feminina.
São formados 6 a 7 milhões de folículos nas fases iniciais de desenvolvimento do sistema reprodutor feminino. A quantidade de folículos viáveis e vivos compõem a reserva ovariana de uma mulher, que atinge seu pico algumas semanas antes do nascimento.
Ainda dentro do útero, porém, essa reserva começa a cair rapidamente. Aos 10 anos de idade, dos 6 milhões de folículos, restarão apenas 1 milhão aproximadamente. Essa queda é importante para sinalizar para o corpo que é o momento de iniciar a puberdade.
Antes disso, os níveis de alguns hormônios ovarianos suprimem a liberação adequada do hormônio folículo estimulante (FSH), que é produzido na hipófise. Próximo a puberdade, a quantidade e a frequência de produção do FSH aumentam e, assim, os folículos podem alcançar fases mais avançadas de desenvolvimento.
Portanto, o elevado número de folículos durante a infância é uma forma que o corpo tem para suprimir o início precoce da vida reprodutiva e aguardar o momento em que a mulher está mais preparada para gestar. No entanto, a maturidade sexual final somente acontece a partir dos 18 a 21 anos. Antes disso, as gestações tendem a ter um risco maior, tanto do ponto de vista biológico quanto social. Portanto, o melhor momento para engravidar não coincide com o início da capacidade reprodutiva feminina.
A vida reprodutiva
A partir da menarca, a primeira menstruação da mulher, ela passa a ser capaz de engravidar e gestar. Isso acontece devido a alguns fenômenos biológicos: a estimulação do ovário e do endométrio, principalmente.
Com o início da vida reprodutiva, a hipófise passa a produzir uma maior quantidade de FSH intermitentemente. Assim, surgem os ciclos menstruais, que duram cerca de 26 a 35 dias. Como padrão, dizemos que o primeiro dia deles é a primeira menstruação.
No início do ciclo menstrual, os níveis de FSH aumentam progressivamente até atingirem um pico no terceiro dia. Isso leva ao estímulo do desenvolvimento de alguns folículos ovarianos;
Depois disso, alguns folículos ovarianos começam a crescer e se desenvolver. À medida que evoluem, passam a liberar quantidades crescentes de estradiol (o tipo mais potente de estrogênio). O estradiol estimula também o desenvolvimento do endométrio, a camada do útero na qual o embrião se implanta;
Um desses folículos se torna dominante e passa a impedir a maturação dos demais. Por isso, geralmente, apenas ele chega aos estágios finais de desenvolvimento e libera o óvulo, que fica armazenado em seu interior. Os demais morrem, assim como os gametas que eles contêm. Dos 21 aos 34 anos, a mulher está no ápice da sua reprodução e a idade não influencia nos riscos gestacionais significativamente.
Portanto, ao longo da vida, a reserva ovariana cai a cada ciclo menstrual até não ser mais significativa após a menopausa. Quando ela chega em níveis mais baixos, há a redução da fertilidade da mulher, principalmente devido ao estímulo insuficiente do endométrio. Isso aumenta os riscos de complicações gestacionais. Além disso, os óvulos mais velhos têm maior chance de terem alterações genéticas.
Por esses motivos, a partir dos 35 anos, as gestações tendem a ter mais riscos. Felizmente, a medicina tem protocolos de pré-natal para cuidar desses casos e reduzir as chances de complicação. Mesmo assim, você deve levar em consideração os fenômenos biológicos no momento de refletir sobre qual é o melhor momento para engravidar.
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