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Quando fazer o teste de vitalidade fetal e qual é o objetivo?

Por Dra. Cristiane Pacheco

A vitalidade fetal se refere à saúde e ao bem-estar do feto durante a gestação. Nesse sentido, a avaliação da vitalidade fetal é uma medida da capacidade do feto de sobreviver e se desenvolver no ambiente uterino, assim como no período pós-parto. Existem várias maneiras de avaliar a vitalidade fetal, incluindo o monitoramento dos batimentos cardíacos fetais, a avaliação da movimentação e a cardiotocografia.

A avaliação da vitalidade fetal é fundamental para que seu médico possa tomar as medidas necessárias para aumentar as chances de um nascimento saudável e evitar intercorrências que prejudicam a sua saúde e à do bebê. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

Quando fazer a avaliação da vitalidade fetal?

A avaliação da vitalidade fetal é uma medida importante, podendo ser indicada sempre que houver complicações clínicas ou obstétricas que podem colocar a saúde do bebê e em risco. As principais condições maternas que motivam a avaliação da vitalidade fetal são:

  • Idade materna superior a 40 anos;
  • Doenças da tireoide;
  • Alterações na produção de hemoglobina, como a anemia falciforme;
  • Cardiopatias cianóticas;
  • Doenças renais crônicas;
  • Diabetes mellitus;
  • Tabagismo superior a 10 cigarros por dia;
  • Distúrbios do colágeno, como o lúpus eritematoso sistêmico e a síndrome antifosfolípide;
  • Alterações nutricionais.

A avaliação da vitalidade fetal também pode ser indicada quando há fatores obstétricos, como:

  • Hipertensão gestacional;
  • Episódio de sangramento vaginal;
  • Redução ou excesso de volume de líquido amniótico;
  • Redução da movimentação fetal;
  • Restrição do crescimento uterino;
  • Gestação múltipla;
  • Rotura prematura das membranas ovulares pré-termo.

Esses são apenas alguns exemplos, pois a avaliação da vitalidade fetal é necessária em qualquer situação em que o obstetra identificar um risco significativo para a evolução da gestação.

Como a avaliação da vitalidade fetal é feita?

É importante ter em mente que a avaliação da vitalidade fetal não é um exame específico, mas um conjunto de medidas para identificar sinais de risco ou de um episódio atual de sofrimento fetal. Sua frequência dependerá dos fatores de risco de cada gestação, a partir da análise individualizada do quadro clínico global, o que pode incluir critérios, tais quais:

  • Idade gestacional;
  • Condição materno-fetal;
  • Histórico obstétrico.

Nesse sentido, é comum que a avaliação seja feita uma a duas vezes semanalmente, envolvendo a avaliação clínica e a realização de cardiotocografia periódicas.

Avaliação clínica

A avaliação clínica é a base da avaliação da vitalidade fetal, envolvendo a anamnese e o exame físico. A anamnese é a entrevista cínica com a gestante. Nos primeiros contatos com o médico, ele buscará identificar se há fatores de risco no histórico médico da paciente.

Além disso, ele vai buscar ter uma visão detalhada da gestação atual. Algumas informações fundamentais nesse sentido são:

  • Percepção da mãe em relação aos movimentos do feto;
  • Presença de episódios de sangramento;
  • Presença de sinais de rotura prematura da membrana, como a liberação de líquido claro através da vagina.

Depois de uma anamnese detalhada, ele prosseguirá para o exame físico,

  • Contagem dos batimentos cardíacos fetais;
  • Medição da altura uterina.

Os exames complementares são indicados com base na avaliação clínica. Portanto, ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, os exames de imagem e de laboratório não são a parte mais importante da avaliação da vitalidade fetal. Eles complementam a avaliação clínica, que deve ser sempre realizada antes de qualquer exame.

Avaliação subjetiva da movimentação fetal

Diante de baixos níveis de oxigênio no sangue, os movimentos do feto se reduzem. A avaliação da movimentação fetal pode ser feita com diferentes métodos. O mais simples e de menor custo é a contagem dos movimentos fetais pela mãe. Ela será orientada pelo obstetra a anotar, em um diário, quando notar que o bebê se mexeu. Nas consultas com o obstetra, ele perguntará sobre as percepções maternas e os dados coletados para complementar a avaliação clínica.

Cardiotocografia de repouso

A cardiotocografia tem se tornado o método mais utilizado para avaliar a vitalidade fetal em gestações de alto risco, pois é um exame não invasivo e de execução simples. Ele envolve a coleta de duas informações principais:

  • Frequência cardíaca fetal;
  • Tônus uterino.

Esses parâmetros são coletados por, pelo menos, 20 minutos. Os resultados devem ser interpretados pelo obstetra que acompanha o pré-natal da gestante de acordo com o seu quadro clínico. Métodos mais avançados de cardiotocografia, como a cardiotocografia com sobrecarga e a cardiotocografia computadorizada, podem ser indicados de forma individualizada.

Portanto, a avaliação da vitalidade fetal desempenha um papel crucial no cuidado da gestante e do feto em gestações de alto risco, visando assegurar um parto saudável e prevenir complicações que possam prejudicar a saúde de ambos. Ela pode englobar uma variedade de métodos, desde a avaliação clínica e subjetiva da movimentação fetal até exames especializados, como a cardiotocografia. A frequência dessa avaliação varia de acordo com os fatores de risco individuais e a condição da gestação.

Quer saber mais sobre os exames mais importantes em cada trimestre de gestação? Toque aqui!

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