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Trabalho de parto: o que é?

Por Dra. Cristiane Pacheco

O trabalho de parto é o processo natural de nascimento de um bebê. Normalmente começa com as contrações do útero, que fazem com que o colo uterino se abra e o bebê seja empurrado pelo canal de parto.

O processo de trabalho de parto pode variar muito de uma mulher para outra e até mesmo de uma gravidez para outra. Algumas mulheres podem ter trabalhos muito curtos, enquanto outras podem ter trabalhos mais longos, mais difíceis. O processo é concluído quando o bebê nasce e a placenta é eliminada.

Quer saber mais sobre o trabalho de parto e a importância de humanizar esse processo? Acompanhe!

O que é trabalho de parto?

O trabalho de parto abrange todo o período desde que o útero começa a se preparar para a expulsão do bebê até a eliminação da placenta após o nascimento. Normalmente, envolve quatro estágios do trabalho de parto

  • Fase latente – inicia-se com contrações uterinas mais vigorosas;
  • Fase ativa — as contrações se tornam mais frequentes, além de ocorrer o afinamento e a dilatação do colo uterino;
  • Fase expulsiva — a descida e nascimento do bebê;
  • Dequitação — parto da placenta.

Fases do trabalho de parto

Vamos falar a seguir sobre cada uma das fases do trabalho de parto normal.

Fase latente

A fase latente do trabalho é o período entre o início do trabalho de parto e o início da fase ativa. Esta fase pode durar várias horas ou mesmo dias, sendo considerada a fase mais longa e variável do trabalho de parto.

Ela é caracterizada por:

  • contrações mais suaves em comparação às fases posteriores. As contrações durante esta fase são geralmente irregulares e relativamente fracas. Algumas mulheres podem até mesmo não as sentir;
  • uma abertura gradual do colo uterino até cerca de 1 centímetro;
  • o bebê se move para baixo, encaixando-se na pélvis.

Durante essa fase, ainda não será feita a internação e é importante que a mãe permaneça calma e relaxada, pois isto pode ajudar a evitar que elas se tornem mais dolorosas. Além disso, a futura mãe deve descansar e conservar sua energia, pois a próxima fase do parto pode ser muito cansativa.

À medida que o trabalho avança, as contrações geralmente se tornam mais frequentes, mais fortes e regulares. Quando o colo do útero se dilata até cerca de 3-4cm e as contrações passam a vir em intervalos mais regulares, começando a fase ativa do trabalho de parto.

Fase ativa

A fase ativa é quando as contrações se tornam mais fortes e mais frequentes. É normalmente a fase mais extenuante do trabalho de parto. Por isso, esse é o momento em que você precisará começar a usar as técnicas de respiração e as posições recomendadas pela equipe de parto.

Em média, a fase ativa costuma durar cerca de 2-4 horas para mulher que já tiverem outros filhos. Em gestantes de primeira viagem, podem ser mais longos com duração média de 5 a 7 horas. 

No entanto, é importante entender que essa é apenas uma estimativa do que é mais comum. Há muita variação individual, então algumas pacientes podem ter partos mais curtos ou mais longos do que as faixas de duração acima.

Ao final dessa fase, colo uterino está totalmente dilatado a 10 cm e o bebê já estará preparado para progredir através do canal. Para isso, as contrações geralmente se tornam mais longas e mais fortes. Consequentemente, a vontade de empurrar geralmente ocorre na parte final da fase ativa.

Fase expulsiva

A fase de expulsão do parto é a etapa final do nascimento do bebê, quando o bebê é empurrado para fora do corpo da mãe e para o mundo. 

Ela começa quando a cabeça do bebê começa a emergir do canal de parto e termina quando o bebê nasce completamente. Dura entre 30 e 90 minutos, embora possa ser mais curta ou mais longa, dependendo de cada gestação.

Durante esse tempo, a mãe sentirá o impulso de abaixar e empurrar com todas as suas forças. O empurrão ajuda o bebê a mover-se através do canal de parto e eventualmente nascer. A cabeça do bebê emergirá lentamente do canal de parto, seguida pelo resto do corpo. Assim que o bebê sair, o cordão umbilical será cortado e o bebê terá suas primeiras respirações de ar. 

Os primeiros minutos após o nascimento completo é uma etapa crítica do parto, pois podem ocorrer complicações graves para a mãe e o recém-nascido. Depois de garantido o suporte inicial, se não houver nenhuma complicação, o contato pele a pele da mãe com o bebê deve ser incentivado o quanto antes. Além de fortalecer o vínculo, isso protege o bebê contra hipotermia e outras condições médicas neonatais.

Fase de dequitação

Após a expulsão e os cuidados imediatos do parto, ocorre a fase da dequitação. Ela é caracterizada pelo descolamento e a expulsão da placenta. Isso é fundamental para reduzir o risco de infecção uterina pós-parto.

A humanização da assistência ao trabalho de parto

Uma equipe de nascimento humanizada é aquela que fornece apoio físico e emocional contínuo à mãe durante todo o trabalho de parto. Essa abordagem de equipe garante que a mãe se sinta no centro do processo, sentindo-se confortável, respeitada e acolhida.

Os benefícios do trabalho de parto humanizado são numerosos. Para começar, foi demonstrado que reduz significativamente o risco de depressão pós-parto. Além disso, pode ajudar a diminuir a duração do trabalho de parto, bem como reduzir a necessidade de medicação para a dor.

Talvez o mais importante, o trabalho de parto humanizado proporciona à mãe o apoio contínuo que ela precisa para se sentir segura e protegida durante um dos momentos mais vulneráveis de sua vida. 

Quando uma mãe se sente apoiada durante todo o seu trabalho e experiência no trabalho de parto, é mais provável que ela se sinta positiva em todo o processo. Com isso, o parto humanizado pode ajudar a promover a ligação entre a mãe e a criança, além de ajudar que a criança nasça saudável e reduzir os riscos de complicações maternas.

Quer saber mais sobre o parto humanizado? Confira tudo sobre ele neste artigo!

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