Vitamina D durante a gestação
Durante a gestação, o corpo da mulher passa por uma série de mudanças para sustentar o crescimento e o desenvolvimento do feto. Essas mudanças exigem a ingesta de uma quantidade maior de nutrientes e vitaminas para garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê.
Além disso, durante a gravidez, o volume sanguíneo da mulher aumenta para suprir as necessidades do feto. Isso requer uma ingestão adequada de nutrientes, especialmente ferro e ácido fólico, que são essenciais para a produção de células sanguíneas saudáveis.
Somado a isso, uma deficiência de vitaminas durante a gravidez pode ter consequências negativas para a saúde da mãe e do bebê. Por exemplo, uma deficiência de ácido fólico pode aumentar o risco de defeitos do tubo neural no feto. Por esse motivo, recomenda-se a suplementação de ácido fólico antes da gestação para todas as gestantes.
No entanto, em relação a outros nutrientes, como a vitamina D, a suplementação não é sempre necessária e dependerá de uma avaliação individual. A seguir, explicaremos detalhadamente a função dessa vitamina e mostraremos os casos em que a suplementação — sob supervisão médica — pode ser necessária. Quer saber mais? Acompanhe!
O que é a vitamina D?
A vitamina D, quando ativa no corpo, atua como um hormônio importante para regular os níveis de cálcio no sangue e outros processos. Ao contrário de muitas vitaminas, que devem ser obtidas pela alimentação, a vitamina D pode ser produzida pela nossa pele quando entramos em contato com raios ultravioletas B da luz solar. Em menor escala, ela também é consumida na alimentação, principalmente com a ingesta de peixes, gemas de ovo, laticínios integrais e fígado.
Em adultos saudáveis, a deficiência de vitamina D é mais rara do que se pensa. No entanto, pode ocorrer em situações quando as necessidades do organismo são maiores do que a produção e a ingestão natural. Isso pode ocorrer em mulheres grávidas e em lactantes. Então, a suplementação é muito importante.
Quais as funções da vitamina D?
A vitamina D tem várias funções importantes no nosso corpo. Ela ajuda a regular a diferenciação celular (o processo pelo qual as células se tornam especializadas) e a apoptose, que é a morte celular programada.
Durante a gestação, a vitamina D desempenha um papel crucial para a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Como vimos, a vitamina D é essencial para a absorção adequada de cálcio e fósforo, que são nutrientes importantes para o desenvolvimento dos ossos e dentes do feto. Ela também desempenha um papel importante no desenvolvimento cerebral e na função imunológica.
Estudos em crianças cujas mães têm deficiência de vitamina D mostraram que essas crianças podem ter dificuldades de atenção e ser mais sensíveis a certos agentes que podem causar problemas mentais. Além disso, há pesquisas que sugerem que a deficiência de vitamina D pode estar relacionada ao desenvolvimento de convulsões. No entanto, essas evidências ainda não são fortes o suficiente para dizermos que há uma relação de causa e consequência.
A deficiência de vitamina D também pode ter consequências para as mães. Um estudo de 2012, que reuniu várias pesquisas realizadas sobre o tema, mostrou que há uma correlação significativa entre baixos níveis de vitamina D e a ocorrência de diabetes gestacional.
Quem pode precisar de suplementação com vitamina D?
Os grupos de risco para carência de vitamina D são:
- Mulheres negras e sul-asiáticas;
- Mulheres com ingesta insuficiente de fontes de vitamina D;
- Mulheres entre 19 e 24 anos;
- Mulheres com menos de 15 minutos de exposição solar durante o dia;
- Mulheres obesas.
O que acontece com a vitamina D durante a gestação?
Durante a gravidez, ocorrem algumas mudanças relacionadas à vitamina D:v
- Transferência para o feto: A vitamina D é transferida da mãe para o feto através da placenta. Portanto, os níveis de vitamina D da mãe podem afetar diretamente os níveis de vitamina D do bebê;
- Demanda aumentada: durante a gestação, a demanda por vitamina D aumenta devido às necessidades do feto em crescimento, sendo necessária para o desenvolvimento adequado do esqueleto do bebê. Uma quantidade adequada de vitamina D é importante para prevenir complicações como raquitismo fetal, que está relacionado a fragilidade óssea;
- Variação na síntese: algumas gestantes podem experimentar uma diminuição na produção de vitamina D em sua pele quando expostas à luz solar. Isso ocorre devido a alterações hormonais e ao aumento da produção de melanina na pele, o que altera a conversão pelos raios UV. Portanto, é importante garantir uma ingestão adequada de vitamina D por meio da alimentação e, se necessário, suplementação.
Suplementação de vitamina D – quando fazer?
É fundamental não tomar suplementos por conta própria. Afinal, o excesso de vitamina D também é prejudicial. Além disso, as evidências, em geral, mostram benefícios da suplementação para mulheres que fazem parte dos grupos de risco de deficiência.
Para demais pacientes saudáveis, no entanto, as evidências são menos claras e a suplementação não é necessária. Portanto, essa conduta não é recomendada como rotina no pré-natal.
O mais importante é que as mulheres grávidas recebam acompanhamento médico e realizem exames básicos do pré-natal, cujos benefícios já foram mostrados em diversos estudos. De acordo com cada caso, o médico pode recomendar um exame de sangue para avaliar seus níveis de vitamina D.
Caso haja carência, o médico pode recomendar a suplementação de vitamina D para garantir níveis adequados dessa vitamina durante a gestação. Para preveni-la, por sua vez, basta que a gestante tome entre 5 e 15 minutos de sol entre 10h00 e 15H00.
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