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Não consigo amamentar: quais são as possibilidades?

Por Dra. Cristiane Pacheco

O aleitamento materno é muito importante, tendo diversos benefícios para a mãe e o bebê. No entanto, em alguns casos, a mulher não pode oferecer o próprio leite para a criança por um problema de saúde ou por não produzir quantidades suficientes. Assim surge uma pergunta muito comum no consultório: não consigo amamentar, doutora, o que eu faço agora?

Primeiramente, entenda que há algumas alternativas para a mulher que não pode aleitar seu bebê. Quando indicadas por um médico e seguidas corretamente, elas também proporcionam um desenvolvimento saudável e normal.

Alguns exemplos são as doações de bancos de leite materno e o uso de fórmulas que têm uma composição especial para as necessidades de crescimento em cada fase da primeira infância.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o nosso post!

Não consigo amamentar, quais as possibilidades?

Algumas mulheres não podem amamentar por motivos, como:

  • Não produzem o leite;
  • Têm contraindicação materna ao aleitamento (como no caso de portadoras do HIV, usuárias de quimioterapia e de outras substâncias);
  • São mães adotivas.

Em todos os casos, elas podem ficar tranquilas. Não poder amamentar não vai prejudicar o desenvolvimento do bebê nem o vínculo afetivo. Vamos falar sobre as alternativas ao aleitamento materno a seguir.

O que não deve ser feito para substituir o aleitamento materno?

Uma das práticas que não deve ser feita é colocar seu filho para amamentar no seio de outra mulher ou receber leite materno doado fora dos bancos de sangue. Se a doadora do leite não estiver saudável, o leite poderá transmitir diversos microrganismos e toxinas para o bebê e prejudicar a saúde dele. Essa prática é conhecida como amamentação cruzada e não deve ser realizada em hipótese alguma.

Por exemplo, a Organização Mundial de Saúde já conduziu estudos que mostraram que a amamentação cruzada pode transmitir microrganismos do HIV, da HTLV e da Hepatite B. Todas essas doenças são graves e podem comprometer a saúde em curto e em longo prazos.

Outra prática não recomendada é o uso de leite animal. As necessidades nutricionais dos filhotes de vaca e de cabra, por exemplo, são muito diferentes da humana. Então, são leites que não suprem as demandas do desenvolvimento de uma pessoa.

Quais são as formas saudáveis de substituir o aleitamento materno?

Nesse sentido, quais são as alternativas saudáveis para a mãe que não consegue amamentar? São duas:

  • A doação feita em bancos de leite;
  • O uso de fórmulas específicas para bebês.

No Brasil, existem mais de 218 bancos de leite e eles estão presentes em todos os Estados. Muitos deles fazem, inclusive, a entrega do leite na casa das mães que não podem se locomover até o centro de doação.

Qual a diferença entre o leite desses bancos e aquele doado por outra mulher que está amamentando ou de uma ama? Nos bancos, o leite humano passa por um tratamento muito rigoroso. Ele é testado para a identificação de patógenos e, depois disso, passa por processos de eliminação de microrganismos e toxinas (pasteurização). Assim, não há risco de transmissão de doenças.

E qual a diferença entre o leite em pó tradicional e as fórmulas infantis? A primeira opção é feita com leite de vaca e, portanto, não contém todos os nutrientes necessários para o bebê. As fórmulas infantis são elaboradas para atender as necessidades das crianças em cada fase de desenvolvimento dos 0 aos 36 meses de vida.

Então, tem todos os carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e sais minerais necessários para o bebê. No entanto, é preciso de muito cuidado na hora de dá-las para o bebê.

A diluição em água deve ser feita sempre na medida recomendada na lata. Diluir demais vai causar desnutrição na criança. Sempre deve ser utilizada a água filtrada, que deve ser fervida e esfriada antes de ser misturada ao pó. As fórmulas podem ser adquiridas gratuitamente pelo SUS ou compradas em farmácias.

Portanto, em relação à nutrição do bebê, você pode ficar tranquila, pois as alternativas ao aleitamento materno são suficientes para garantir o crescimento saudável do seu filho.

Os aspectos psicológicos da dificuldade para amamentar

Ter um filho geralmente envolve muitas expectativas, principalmente em relação ao próprio desempenho. É comum e saudável a mulher sonhar com uma situação ideal. Porém, em geral, a realidade traz desafios para o que foi planejado.

Então, a mãe com dificuldade para amamentar pode enfrentar muitas emoções difíceis, como:

  • Culpa por algum problema que pode ter causado a impossibilidade de aleita;
  • Insuficiência, uma sensação de não ser tão mulher ou mãe;
  • Ansiedade e medo de não poder prejudicar o bebê.

No entanto, se esses pensamentos vierem, você não precisa se sentir mal. Em situação de estresse, é normal sentir essas emoções negativas. Por outro lado, apegar-se e fixar-se demais nesses sentimentos faz mal.

Nesse sentido, busque aceitar a realidade e a sua reação a ela. Não há nada de errado com isso. Agora, o mais importante é que você siga os valores mais valiosos para você, como:

  • oferecer uma vida saudável para seu bebê;
  • dar afeto e estar presente com o seu filho. O carinho e o amor são nutrientes para a alma do bebê, podendo ser transmitidos em diversos momentos para além do ato de amamentar;
  • vivenciar a sua experiência da maternidade. Ser mãe é algo único para cada mulher. Cada uma delas enfrentará suas próprias dificuldades e desafios. O processo não é perfeito, é um aprendizado contínuo e diário;
  • cuidar de si mesma, da saúde física e mental. Mantenha uma rotina de autocuidado, alimentação saudável e sono.

Portanto, se você está pensando: “não consigo amamentar, e agora?” Um primeiro passo é procurar os médicos que a acompanham (ginecologista do seu puerpério e o pediatra do bebê) para se informar do que pode ser feito para lidar com a dificuldade de amamentar. Se estiver enfrentando conflitos emocionais persistentes, procure também o auxílio de psicólogos e psiquiatras.

Quer saber mais sobre a amamentação? Confira este artigo bem explicativo sobre o tema!

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