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Miomas: sintomas

Por Dra. Cristiane Pacheco

Miomas são tumores benignos que crescem no miométrio do útero. O miométrio é a camada mais espessa do útero, sendo constituído de células musculares e tecido conjuntivo. Assim, é ele que permite as contrações uterinas necessárias para o trabalho de parto e para a expulsão da menstruação. A contração das células do miométrio também é a responsável pelas cólicas menstruais e pela dor no trabalho de parto.

Normalmente, as células musculares do miométrio se multiplicam lentamente. Contudo, devido a mutações genéticas, elas podem se reproduzir mais rapidamente e isso leva a formação de tumores. Quando o crescimento da lesão é descontrolado e invade outros tecidos, falamos que é um tumor maligno chamado de leiomiossarcomas. Felizmente, ele é muito raro, acometendo cerca de 4 a cada 1.000.000 de mulheres.

A maioria dos tumores miometriais são miomas, isto é, lesões benignas. Ou seja, elas se multiplicam de forma mais limitada. Apesar de poderem se tornar grandes, com mais de 4 centímetros de diâmetro, eles formam massas que não invadem outros tecidos. Mesmo que causem sintomas incômodos em algumas mulheres, geralmente não representam um risco para a vida. Quer saber mais sobre os sintomas dos miomas? Acompanhe até o final!

Quais são os sintomas dos miomas?

Os miomas são lesões muito comuns. Estima-se que eles possam estar presentes em até um quarto das mulheres em idade reprodutiva. A frequência dos miomas aumenta com a idade e, por isso, frequentemente são diagnosticados em exames de rotina de mulheres na menopausa.

Os miomas são geralmente assintomáticos. Quando surgem, os sintomas dos miomas podem ser divididos em três grupos principais:

Contudo, antes de falarmos sobre cada um deles, é preciso entender os diferentes tipos de miomas. Afinal, os sintomas geralmente estão associados com o tipo de lesão. Os miomas podem ser classificados, de forma simplificada, em três tipos:

  • Miomas submucosos, que são miomas com contato maior com a mucosa uterina, o endométrio. Apesar de não se originarem na mucosa, eles crescem em direção a ela;
  • Como veremos, quanto maior o contato com a mucosa, maiores são as chances de sintomas reprodutivos e de sangramento uterino anormal;
  • Miomas intramurais, que têm grande parte do seu volume limitado ao miométrio;
  • Miomas serosos, os quais crescem em direção à camada mais externa do útero. Com isso, tem maior contato com outros órgãos e podem causar mais sintomas de compressão, como incontinência urinária.

Sangramento uterino anormal

O sintoma mais frequente do mioma é o aumento do fluxo menstrual e do número de dias de menstruação. Além disso, podem ocorrer sangramentos no período intermenstrual e no pós-menopausa.

O tamanho da lesão e a localização das lesões influenciam a ocorrência e o volume de sangramento em mulheres com miomas:

  • Miomas submucosos são os mais frequentemente associados a sangramentos intensos devido à proximidade com o endométrio, mas os intramurais também podem causar esse sintoma;
  • Quanto maior a lesão, maior a chance de sangramentos mais intensos, pois distorcem mais a mucosa;
  • Sangramentos são mais raros nos casos de miomas

O sangramento uterino anormal causado pelos miomas deve ser investigado com atenção. Afinal, a perda prolongada de sangue, mesmo que em pequenos volumes, pode causar o risco de anemia por deficiência de ferro. Um estudo mostrou que mulheres com miomas apresentam maior risco desse tipo de anemia.

Sintomas causados pela compressão

À medida que os miomas crescem, eles podem pressionar estruturas ao seu redor e trazer disfunções. Isso é mais comum em miomas subserosos e miomas intramurais de grande volume. As manifestações mais comuns são:

  • Dor ou sensação de pressão no abdômen;
  • Incontinência urinária com aumento da frequência urinária ou urgência urinária;
  • Dificuldade para urinar;
  • Sensação de que o esvaziamento da bexiga não foi completo;
  • Constipação (em caso de lesões próximas ao reto).

Problemas de fertilidade

Os miomas estão relacionados com uma maior dificuldade para engravidar. Alguns estudos apontaram ainda que essas lesões podem aumentar o risco de abortamentos, mas isso pode estar relacionado ao fato de miomas se tornarem mais frequentes com a idade (o que reduz o prognóstico reprodutivo a partir dos 35 anos).

Além disso, as sociedades médicas indicam que o risco de infertilidade não é igual para todo o tipo de lesão. Ele é maior em mulheres com miomas submucosos ou com miomas maiores do que 4 centímetros de diâmetro, independentemente da localização.

Alguns estudos mostram ainda que os miomas podem estar relacionados com problemas de implantação placentária, restrição ao crescimento fetal e parto prematuro. Contudo, ainda são necessárias mais evidências para confirmar essa associação.

O diagnóstico dos miomas é feito com uma avaliação médica detalhada e confirmado com a ultrassonografia transvaginal. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames mais detalhados, como uma ressonância magnética ou histeroscopia, para excluir outras causas dos sintomas.

O tratamento pode envolver o acompanhamento periódico das lesões, medicações hormonais, a retirada dos miomas e, em casos graves, a retirada do útero.

Quer saber mais sobre os miomas? Toque aqui!

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