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O que é pré-natal e por que é importante?

Por Dra. Cristiane Pacheco

A gestação é um período transformador e de grande significado na vida de uma mulher, marcado por profundas mudanças físicas e emocionais. Nela, o corpo materno se adapta para nutrir e proteger o desenvolvimento do bebê. Apesar de, na grande maioria das gestações, esse processo acontecer sem complicações, podem surgir alterações que podem trazer desfechos negativos para a mulher e seu filho.

Por isso, é fundamental monitorar a evolução da gestação de forma periódica e cuidadosa. No pré-natal, acompanhamentos regulares permitem identificar precocemente qualquer desvio ou complicação, garantindo que tanto a mãe quanto o bebê recebam o suporte necessário para um desenvolvimento saudável e seguro até o momento do parto.

Quer saber mais sobre o pré-natal? Acompanhe até o final!

O que é pré-natal?

De acordo com o Ministério da Saúde, o pré-natal tem o objetivo de “assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas”. Para isso, o pré-natal oferece um conjunto de cuidados de saúde periódicos que abrangem:

  • consultas obstétricas;
  • exames complementares;
  • vacinação e suplementação;
  • orientações para a gestante.

Além disso, o pré-natal tem como princípio oferecer um cuidado individualizado para cada mulher em cada gestação, tendo metas, como:

  • Promover a saúde da mãe e do feto;
  • Prevenir doenças gestacionais;
  • Compreender a individualidade biopsicossocial de cada gravidez;
  • Rastrear e diagnosticar precocemente doenças que podem impactar negativamente a gestação;
  • Tratar precocemente as doenças identificadas para reduzir os riscos para a mãe e para o feto;
  • Educar a gestante sobre os eventos mais comuns de uma gestação;
  • Orientar a gestante como ela pode cuidar de si mesma e de seu bebê;
  • Acolher emocionalmente a mulher diante dos desafios e complicações que podem surgir com as gestações;
  • Planejar o parto, entre outras possibilidades.

Por que é importante?

O pré-natal é a principal forma de reduzir as taxas de mortalidade e de adoecimento durante a gestação. Graças a ações, como o incentivo ao pré-natal, o Brasil conseguiu reduzir as complicações gestacionais em 56%.

Acompanhar o desenvolvimento do feto

Uma das oportunidades mais bonitas do pré-natal é o acompanhamento do desenvolvimento do bebê. Por meio de ultrassonografias periódicas, podemos conhecer o seu sexo, ver o feto crescer e se movimentar dentro do útero. Isso proporciona um contato especial com ele antes mesmo do nascimento.

Acolher e tratar as queixas das gestantes

O pré-natal também tem o objetivo de proporcionar mais qualidade de vida para a gestante, acolhendo queixas comuns na gestação, como:

  • Náuseas e vômitos;
  • Azia;
  • Salivação excessiva (sialorreia);
  • Fraqueza e fadiga;
  • Cólicas e alterações intestinais;
  • Hemorroidas;
  • Corrimento vaginal alterado;
  • Dores na cabeça, nas mamas e nas costas;
  • Varizes;
  • Câimbras.

Prevenir desfechos negativos

Diversos estudos mostram que o pré-natal pode ajudar a evitar a ocorrência de complicações, como:

  • Abortamentos;
  • Partos prematuros;
  • Cesarianas;
  • Óbito materno;
  • Óbito fetal.

Identificar e tratar precocemente complicações gestacionais

Durante uma gestação, o corpo da mulher passa por diversas mudanças para garantir o desenvolvimento do bebê. Entretanto, em alguns casos, podem surgir alterações que colocam a saúde materno fetal em perigo. Entre as doenças gestacionais investigadas e tratadas no pré-natal, estão:

Planejar o parto

O pré-natal também envolve momentos prazerosos para a mulher em que ela pode conversar sobre suas expectativas para o nascimento do bebê e planejar seu parto. Junto com o médico do pré-natal, ela pode elaborar o plano de parto. Esse documento pode registrar as suas preferências desde o tipo de parto até músicas especiais para tocar na sala de parto.

Como é feito o pré-natal?

O pré-natal idealmente deve se iniciar antes de uma gestação, abrangendo também o planejamento pré-concepcional. Com isso, é possível realizar uma investigação abrangente da saúde materna e medidas, como:

  • Diagnóstico de doenças que podem causar malformações fetais;
  • Estabilização e controle de doenças crônicas, como diabetes mellitus e hipertensão arterial crônica;
  • Aconselhamento genético.

Entretanto, caso não tenha sido possível realizar o planejamento pré-concepcional, deve-se buscar um início precoce do pré-natal ainda no primeiro trimestre. A assistência médica no primeiro trimestre representa um dos principais fatores de redução de riscos gestacionais.

O número de consultas pré-natais varia de acordo com o risco gestacional. Para gestações de baixo risco, recomenda-se um mínimo de 6 consultas até o momento do parto. Em geral, recomenda-se que as consultas sejam:

  • Mensais até 28ª semana de gestação;
  • Quinzenais entre 28 e 36 semanas;
  • Semanais a partir de 37 semanas.

As consultas semanais se mantêm até o início do trabalho de parto. Se o parto não acontecer até a 41ª semana, a gestante pode ser encaminhada para a indução do parto.

Portanto, o pré-natal representa um conjunto de cuidados essenciais para uma gestação mais saudável do início ao fim. Diversos estudos já mostraram sua eficácia para evitar complicações e promover o bem-estar da mãe e do bebê.

Quer saber mais sobre os exames que são realizados em cada etapa do pré-natal? Toque aqui!

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