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Parto normal e parto natural: quais são as diferenças?

Por Dra. Cristiane Pacheco

Na preparação para o nascimento do bebê, uma das questões mais ansiadas para a gestante é a escolha do tipo de parto. Atualmente, existem diversas modalidades de parto. Com a grande quantidade de informações disponíveis nas redes sociais e na internet, muitas futuras mães ficam com grande expectativa em escolher a melhor opção. Por isso, é importante conhecer os diferentes tipos em uma fonte confiável para ajudá-la a tomar uma decisão consciente.

De forma geral, podemos dividir os partos em dois grandes grupos: os partos por via vaginal e os partos por via cirúrgica. O parto por via cirúrgica mais utilizado e seguro é a cesariana. Nele, é feito um corte na área da pelve até a cavidade uterina, por onde o bebê é retirado. O parto por via vaginal é conhecido popularmente como parto normal.

Existem diferentes formas como o parto normal pode ser realizado. Por exemplo, ele pode ser induzido ou espontâneo, com ou sem analgesia, entre outras possibilidades. O parto natural é aquele em que nenhuma intervenção invasiva ou medicamentosa é realizada. Toda a progressão do parto, portanto, ocorre com os mecanismos fisiológicos (“naturais”) do corpo da mulher. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final?

Parto normal

Parto normal é aquele que acontece pela vagina da mulher. Ele é chamado de normal, pois ele deve ser o tipo preferencial quando a mulher não tem nenhuma condição médica que justifique uma cesariana. Apesar do crescimento do número de partos cirúrgicos feitos eletivamente sem indicação, diversos estudos apontam que o parto normal é mais saudável para a mulher e para o bebê, exceto quando há algum risco para o nascimento pela via vaginal.

A partir do terceiro trimestre de gestação, o corpo da mulher e a posição do feto dentro do útero passam por diversas mudanças para se preparar para o parto. A seguir, estão as principais fases do parto normal:

  • Fase latente: podemos dizer que essa é a etapa de “treinamento” do útero para o parto. As contrações ainda são irregulares, isto é, não ocorrem em intervalos previsíveis. Elas aparecem, provocam incômodo, mas podem ficar ausentes em intervalos mais prolongados. À medida que o momento do parto avança, elas se tornam mais frequentes e coordenadas. Ao final da fase latente, que pode durar muitas horas, espera-se que o colo esteja com 3 a 4 centímetros de dilatação. Também pode ocorrer a perda do tampão mucoso, uma secreção consistente e clara que protege o colo do útero;
  • Fase ativa: nessa etapa, as contrações se tornam mais fortes e regulares. Em média, ocorrem 3 a 4 contrações a cada dez minutos. Isso faz com que o colo uterino se dilate ainda mais. A internação da gestante geralmente ocorre quando o colo atinge cerca de 6 centímetros de dilatação na fase ativa. Assim, podemos monitorar, de perto, a evolução do trabalho de parto e o bem-estar fetal;
  • Fase expulsiva: ao final da fase ativa, espera-se que o colo atinja uma dilatação de aproximadamente 10 centímetros. As contrações se tornam ainda mais fortes e direcionadas para expulsar o bebê da cavidade uterina através do colo do útero e da vagina. Além disso, a parturiente sente um impulso de fazer força e empurrar o bebê. Algumas mulheres também relatam sensações de calor e ardor na região ao redor da vagina à medida que o bebê começa a sair;
  • Fase de dequitação: alguns minutos após o nascimento do bebê, é o momento de o corpo expulsar os anexos embrionários que permaneceram no útero. Assim, contrações mais fracas estimulam o desprendimento da placenta e a expulsão desse órgão junto com a bolsa amniótica.

A duração de cada fase do parto normal varia muito de mulher para mulher. Existem alguns fatores, como ter tido gestações com partos normais previamente, que geralmente aceleram as etapas do parto. Apesar de algumas mulheres terem receio do parto normal devido à dor, ele apresenta várias vantagens em relação à cesariana, como:

  • Menor risco de complicações para a mãe e para o bebê;
  • Recuperação mais rápida;
  • Facilitação da amamentação;
  • Redução de risco de doenças respiratórias nos primeiros meses de vida do bebê;
  • Menor risco de complicações em gestações futuras.

Parto natural

O parto natural é um tipo de parto normal, ou seja, ele é feito pela via vaginal e todo o processo fisiológico ocorre de forma muito semelhante. Contudo, no parto natural, não são programadas intervenções médicas invasivas ou medicamentosas. Em outras palavras, não são utilizados analgésicos, anestésicos, indutores do parto, antieméticos e outros fármacos geralmente indicados para trazer mais conforto para a gestante. Além disso, não se empregam intervenções, como o fórceps e a episiotomia.

O parto natural é programado para ocorrer apenas com os mecanismos fisiológicos conferidos pela natureza. Assim, a mulher pode utilizar manobras e movimentos para facilitar a expulsão do bebê. Medidas não farmacológicas de controle de dor, como a banheira de água morna e bolas suíças, podem ser empregadas.

Ele pode ser indicado para mulheres com gestação de menor risco, devendo ser desaconselhado em situações, como:

  • Presença de doenças crônicas maternas;
  • História de cirurgias pélvicas anteriores;
  • História de complicações gestacionais na gravidez atual ou em gestações prévias;
  • Gravidez de gêmeos;
  • Uso de álcool e drogas durante a gestação.

O parto natural deve acontecer em ambiente hospitalar, onde há um ambiente preparado para eventuais complicações. Assim, caso seja necessário para a saúde da mãe e do bebê, intervenções médicas podem ser realizadas de forma segura.

O parto normal e o parto natural são partos vaginais, mas que diferem no nível de intervenção médica. O parto normal pode envolver intervenções, como analgesia, indução do trabalho de parto e episiotomia, enquanto o parto natural ocorre com mínima ou nenhuma intervenção médica.

O foco do parto natural é permitir que o corpo da mulher conduza o nascimento de forma espontânea. Em ambos os casos, os princípios do parto humanizado devem ser seguidos para manter o protagonismo da mulher, a individualização biopsicossocial e o respeito às evidências científicas.

Quer saber mais sobre o parto normal? Toque aqui!

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