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Amamentar dói?

Por Dra. Cristiane Pacheco

Amamentar dói? Essa é uma dúvida que muitas mulheres têm e que causa bastante ansiedade. Afinal, há relatos de quem teve bastante desconforto no início do processo, enquanto outras mulheres relatam que a amamentação foi e sem quase nenhuma dor. Por isso, vamos fazer um texto bastante realista para que você tenha as informações certas para ter mais tranquilidade e segurança após o parto.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que geralmente amamentar dói, principalmente nas primeiras semanas. Seus seios estão se adaptando à produção de leite e à sugada do bebê. No entanto, a tendência é que o desconforto melhore com o tempo.

Além disso, a dor frequentemente se torna uma questão maior por conta de a gestante não conhecer a técnica correta de amamentação. Assim, adota medidas que predispõem às fissuras e dificultam a sugada do bebê.

É muito importante que a técnica adequada seja ensinada desde o pré-natal até as primeiras consultas de puerpério. Então, é possível reduzir sua intensidade, duração e frequência. Quer entender melhor esse assunto tão importante? Acompanhe nosso post até o final!

Amamentar dói?

Sim, precisamos ser bem realistas em relação a isso, mas geralmente a dor é passageira e se torna mais leve com a prática. Veja as suas principais causas.

Ingurgitamento mamário

O leite é produzido pelas glândulas mamárias e é armazenado nos ductos mamários. Esses canais armazenam o leite até que ele seja sugado pelo bebê. Quando estão cheios, podem fazer com que a mulher sinta uma sensação de pressão e desconforto nos seios. Se esse leite não é drenado, ele pode “empedrar”, causando uma inflamação local dolorosa.

Em outras palavras, não amamentar também predispõe a mulher à dor. Afinal, o leite se acumulará nos ductos e poderá causar o ingurgitamento. Por esse motivo, caso a mulher não possa amamentar por alguma razão médica, ela ainda precisará liberar esse leite para evitar a dor.

Má pega

O sucesso da amamentação depende de o bebê sugar eficientemente o leite materno. Quando ele não se prende adequadamente às mamas, não consegue obter a quantidade de leite suficiente a cada sugada. Isso pode fazer com que ele faça a sucção com maior força ou morda as mamas. Além disso, a má pega faz com que regiões mais sensíveis dos seios entrem em atrito com a boca do bebê, predispondo a fissuras.

Fissuras

As fissuras mamárias são a principal causa de dores mais intensas. Essas rachaduras podem ocorrer por diversos motivos, como:

  • Pega incorreta;
  • Atrito dos mamilos sensibilizados com o sutiã e as roupas;
  • Uso de cosméticos e medicamentos caseiros nas mamas sem indicação médica.

Então, durante a amamentação, essas fissuras entram em contato com a saliva e a boca do bebê, o que pode provocar dor.

O que fazer para reduzir a dor?

A pega correta é a principal medida de alívio da dor, evitar o ingurgitamento e os abscessos mamários. Ela começa com o posicionamento correto do bebê:

  • A barriga dele deve estar em direção à barriga da mamãe;
  • A cabeça e os ombros dele devem estar alinhados;
  • A cabeça do bebê pode ser apoiada em seus braços para ele se sentir mais seguro;
  • Você deve estar em uma posição confortável e relaxada. Em caso de dor e desconforto na posição sentada, é melhor amamentar deitada.

Na hora de amamentar, faça uma pinça (“prega”) com as mãos em forma de “C”. Caso tenha dúvida, pergunte para seu obstetra ou para o pediatra do bebê. Leve o corpo do bebê até as mamas (evite se curvar, pois isso causa desconforto). Somente inicie a amamentação quando a boca dele estiver bem aberta.

Na pega correta, a metade de baixo da aréola deve ficar mais dentro da boca do que a metade superior. Ou seja, ao contrário do que muitas mamães pensam, a aréola não precisa ficar toda na boca do bebê.

Então, observe a posição do bebê em relação às mamas. A boca dele deve estar bem aberta e os lábios para fora, fazendo com que o queixo também toque as mamãs.

Quais são as dicas para pacientes com dificuldade para amamentar?

Algumas características das mamas podem necessitar de medidas mais específicas para facilitar a pega. Veja algumas dicas do Manual da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia:

Mamas muito volumosas

Quando as mamas são muito grandes, o posicionamento do bebê pode ser desafiador. O uso de tipoias com fraldas de tecidos ou malhas especializadas ajudam o corpo da mulher a suportar o peso das mamas e facilitam o posicionamento correto.

Mamilos planos

Há um mito de que o leite sai pelos mamilos. Mas, na verdade, eles são liberados pela aréola. Os mamilos ajudam principalmente a orientar a pega do bebê. Então, fique tranquila se seus mamilos forem planos, isso não vai prejudicar a amamentação de forma significativa.

Há algumas técnicas que podem ajudar nesse processo:

  1. Amacie a aréola antes de iniciar a amamentação. Para isso, o ideal é extrair um pouco de leite antes de dar o peito para o bebê;
  2. Estimule o mamilo antes da amamentação. Com movimentos leves (bem suaves para não causar fissuras) de rotação e de puxões, é possível estimular o reflexo de ereção do mamilo;
  3. Depois disso, com as mãos em pinça, faça uma prega na aréola. Assim que o bebê abrir a boca, coloque a aréola sobre a língua.

Mamilos invertidos

Há mulheres com mamilos invertidos, mas isso não significa que a amamentação será sempre difícil. Para facilitá-la, siga o passo de amaciamento da aréola que explicamos assim. Novamente, faça uma prega nas aréolas com um movimento suave das mãos, coloque o máximo da aréola sobre a língua da criança, o que estimulará o movimento da sucção.

Além disso, outras medidas são fundamentais:

  • Não use bicos de silicone ou plástico para ajudar na sugada;
  • Evite esperar até que o bebê fique com bastante fome antes de amamentar;
  • Se o bebê chorar vigorosamente, espere ele acalmar antes de continuar a mamada.

Portanto, sim, amamentar dói em alguns momentos, mas é um processo que beneficia tanto a mãe quanto o bebê. Para o bebê, o leite materno fornece nutrição ideal, incluindo uma mistura equilibrada de vitaminas, proteínas e gorduras, que são necessárias para o seu desenvolvimento físico e cerebral.

Ele também contém anticorpos que ajudam a proteger o bebê contra várias infecções. Para a mãe, a amamentação pode ajudar a queimar calorias extras e a prevenir novas gestações. Além disso, também reduz o risco de certos problemas de saúde, como o ingurgitamento mamário. A amamentação também pode promover um vínculo mais forte entre mãe e bebê.

Quer saber mais sobre a amamentação e sua importância? Confira nosso artigo sobre o tema!

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