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O que é mamografia?

Por Dra. Cristiane Pacheco

As mamas são estruturas anatômicas compostas por tecidos glandular, conjuntivo e adiposo. Elas estão sujeitas a diversas mudanças fisiológicas ao longo da vida da mulher devido a flutuações hormonais, a gravidezes e ao envelhecimento. Ao longo da vida, muitas mulheres serão diagnosticadas com lesões benignas e malignas da mama. Entre elas, a mais perigosa é o câncer de mama, que é uma das principais causas de mortalidade feminina.

Por isso, a avaliação periódica das mamas é essencial para a identificação precoce de doenças. Até os 40 anos, essa avaliação é feita pelo exame físico das mamas durante as consultas ginecológicas. A partir dessa idade, contudo, podem ser necessários exames complementares preventivos para o câncer de mama, como a mamografia.

Quer saber mais sobre a mamografia? Acompanhe até o final!

O que é a mamografia?

A mamografia é uma técnica radiográfica desenvolvida especificamente para a obtenção de imagens das mamas. Para isso, ela utiliza raios-X de baixa dose para capturar imagens detalhadas do tecido mamário, permitindo a identificação de anormalidades que não são detectáveis apenas pelo exame físico.

As imagens da mamografia são geradas devido à diferença na absorção dos raios-X pelos diferentes tecidos das mamas. Tecidos mais densos, como glândulas e lesões suspeitas, absorvem mais radiação e aparecem mais esbranquiçados na imagem, enquanto áreas de gordura absorvem menos radiação e surgem em tons mais escuros.

A mamografia pode ser utilizada tanto com finalidade de rastreamento quanto de diagnóstico de lesões mamárias:

  • Mamografia de rastreamento: é realizada em mulheres assintomáticas para detectar potenciais malignidades (câncer) em estágio inicial. É feita com doses mais baixas de raios-X para evitar que as mulheres se exponham excessivamente à radiação ao longo da vida. Afinal, as mamografias preventivas são feitas anual ou bianualmente;
  • Mamografia diagnóstica: é feita quando há suspeita clínica de doença mamária, como a presença de um nódulo palpável, secreção mamilar ou achados anormais em uma mamografia de rastreamento.

A mamografia é considerada o padrão-ouro para o rastreamento do câncer de mama e é amplamente recomendada em diretrizes nacionais e internacionais para mulheres. Essas diretrizes podem trazer diferentes recomendações para a idade de início da mamografia, mas, em geral, não indicam o exame em mulheres assintomáticas com menos de 30 anos. No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde é que ela seja feita a cada 2 anos a partir dos 50 anos de idade. Em mulheres com fatores de risco importantes, o rastreamento pode ser iniciado aos 30 anos.

Classificação BI-RADS na Mamografia

As imagens obtidas pela mamografia são, então, avaliadas por um médico especializado em exames de imagem. Ele vai laudar o exame de acordo com o Breast Imaging-Reporting and Data System (BI-RADS), que é um sistema padronizado de classificação desenvolvido pelo American College of Radiology (ACR) para categorizar achados mamográficos.

As categorias BI-RADS são as seguintes:

  • Categoria 0: inconclusivo. Assim, exames adicionais são necessários;
  • Categoria 1: negativo, isto é, nenhuma anormalidade detectada;
  • Categoria 2: achados benignos, como cistos simples e fibroadenomas;
  • Categoria 3: achados provavelmente benignos, recomendando-se o acompanhamento com mamografias mais frequentes ou a investigação com outros exames de imagem;
  • Categoria 4: anormalidade suspeita. Com isso, a biópsia deve ser considerada;
  • Categoria 5: achado altamente sugestivo de malignidade. Assim, há uma forte recomendação para a realização de uma biópsia;
  • Categoria 6: malignidade confirmada por biópsia.

Importância da Mamografia

A mamografia é uma ferramenta fundamental na detecção do câncer de mama, oferecendo diversos benefícios:

  • Detecção precoce: a mamografia pode identificar tumores em estágios iniciais, quando são mais responsivos ao tratamento;
  • Redução na mortalidade: estudos indicam que o rastreamento mamográfico regular reduz a mortalidade por câncer de mama em aproximadamente 20 a 40%, dependendo da população e da frequência do exame;
  • Menor chance de sequelas: cânceres de mama em estágio inicial respondem melhor a tratamentos conservadores, reduzindo a necessidade de intervenções agressivas.

Como a mamografia é realizada?

O procedimento da mamografia geralmente envolve as seguintes etapas:

  • Posicionamento: a paciente se posiciona em frente ao mamógrafo enquanto o radiografista ajusta a mama para o exame;
  • Compressão: uma placa de plástico comprime a mama para melhorar a qualidade da imagem, aumentar a área de tecido visualizado e minimizar a exposição à radiação;
  • Aquisição das imagens: as imagens são captadas de diferentes ângulos. Os sensores digitais de raio-X ou os filmes de raio-X captam a diferença de absorção da radiação e formam uma imagem da anatomia das mamas;
  • Revisão e análise: o radiologista examina as imagens em busca de anormalidades e classifica de acordo com o BI-RADS.

O exame é rápido, geralmente durando, no máximo, 15 minutos.

Portanto, a mamografia é um exame de imagem importantíssimo para a avaliação das mamas, especialmente no rastreamento e diagnóstico de tumores nas mamas. Ao possibilitar o diagnóstico precoce do câncer de mama, ela pode melhorar significativamente os resultados terapêuticos e as taxas de sobrevida.

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