Os desafios da amamentação: mastite e ducto entupido
As complicações relacionadas à amamentação requerem atenção especial das mulheres e dos ginecologistas. Por exemplo, os ductos entupidos e a mastite são duas condições que, muitas vezes, estão inter-relacionadas e afetam uma parte significativa das lactantes.
Ambas podem causar desconforto, dor e preocupação, podendo até mesmo interferir na decisão de continuar amamentando. Com isso, além de interferirem na amamentação, podem levar a uma resistência emocional ou sofrimento psíquico da mulher ao amamentar.
Quer saber mais sobre essas condições, como preveni-las, diagnosticá-las e tratá-las para que a amamentação seja mais prazerosa? Confira nosso artigo sobre o tema!
Ducto entupido – tudo sobre a condição: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento
O entupimento dos ductos lactíferos ocorre quando há um bloqueio à saída do leite das mamas. Como a produção de leite continua mesmo sem a sua liberação, isso faz com que as mamas inchem e se inflamem.
Causas e fatores de risco
Um ducto entupido pode ocorrer devido a fatores, como:
- Compressão externa nas mamas, como o uso de sutiãs muito apertados;
- Pouca frequência de mamadas, o que dificulta a drenagem do leite;
- Produção elevada de leite.
Esses processos podem levar a formação de cristais de leite, os quais impactam nos ductos lactíferos e causam a sua obstrução.
Sintomas
Os sintomas mais comuns são:
- Dor ou sensibilidade na área afetada da mama, que pode aumentar durante ou logo após a amamentação;
- Formação de nódulos mamários, que são geralmente móveis e superficiais;
- Rigidez, vermelhidão, calor e inchaço da mama na região do ducto obstruído;
- Redução do volume de leite liberado pelas mamas;
- Interrupção do fluxo de leite durante as mamadas.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, isto é, feito a partir dos sinais e sintomas da paciente. Exames de imagem das mamas somente são necessários quando as medidas terapêuticas não funcionam e os sintomas persistem.
Tratamento
O principal tratamento é a própria amamentação. Para facilitar a desobstrução, recomenda-se que a criança mame em posições variadas. Com isso, o próprio fluxo do leite dissolve os cristais formados.
Se os sintomas persistirem ou se a condição piorar, isso pode indicar uma infecção associada, a mastite. A mastite é mais grave e pode ser acompanhada por sintomas como febre, calafrios e mal-estar.
Mastite – tudo sobre a condição: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento;
A mastite é a inflamação do tecido mamário, geralmente em decorrência de um processo infeccioso. Em geral, acontece mais tardiamente. Ou seja, é mais comum a partir da terceira semana de gestação, sendo infrequentemente nas duas primeiras semanas.
Causas e fatores de risco
Os principais microrganismos associados à mastite são o Staphylococcus aureus ou Staphylococcus epidermidis. Eles estão presentes na flora da pele de muitas pacientes sem causar nenhum sintoma. Quando invadem o tecido mamário, podem se proliferar exageradamente e causar inflamação mais intensa.
Os principais fatores de risco para a mastite são
- Os traumas mamilares;
- O ducto entupido;
- O uso de bombas tira-leite e conchas para os seios.
Sintomas
Os principais sintomas são:
- Dificuldade para amamentar;
- Eritema cutâneo, isto é, vermelhidão localizada na mama afetada;
- Edema (inchaço) da mama afetada;
- Dor, sensibilidade ou desconforto aumentado na mama;
- Calor local (a superfície mama afetada torna-se mais quente do que o restante do corpo);
- Febre, calafrios e mal-estar;
- Náuseas e vômitos;
- Linfadenopatia axilar, ou seja, aumento dos linfonodos na região axilar do lado afetado;
- Drenagem purulenta: em alguns casos, pode ocorrer secreção purulenta pelo mamilo.
A identificação precoce da mastite é muito importante para evitar complicações, como o abscesso mamário, cujo principal sinal é a presença de um nódulo, que pode se tornar palpável na região da inflamação. Por isso, se algum desses sinais ou sintomas estiver presente, é importante procurar atendimento médico.
Diagnóstico
O diagnóstico da mastite é clínico com base no histórico do paciente e no exame físico. Durante a consulta, o médico avaliará os sintomas apresentados, como dor mamária e presença de febre. O exame físico da mama pode revelar áreas de inchaço, vermelhidão e sensibilidade, e, em alguns casos, pode ser palpada uma massa inflamatória. O médico também verificará a presença de linfadenopatia axilar.
Em situações em que há suspeita de abscesso mamário, exames de imagem, como ultrassonografia, podem ser utilizados. Culturas de leite também podem ser coletadas em casos recorrentes ou quando a resposta ao tratamento inicial é insatisfatória. A cultura com antibiograma tem o objetivo de identificar o agente infeccioso para que a antibioticoterapia seja feita com os medicamentos mais eficazes para o perfil da infecção da paciente.
Tratamento
O tratamento inicialmente é feito sem a identificação do agente causador. Para isso, utilizam-se antibióticos geralmente eficazes para a maioria dos casos de infecção causados pelo Staphylococcus aureus ou pelo Staphylococcus epidermidis. Além disso, são indicados analgésicos e anti-inflamatórios seguros durante a amamentação.
Caso não haja uma resposta boa ao tratamento, pode ser realizada a cultura com antibiograma para alterar os antibióticos utilizado na terapia. Casa haja formação de abscesso, ele deve ser drenado cirurgicamente.
Por fim, é importante ressaltar que o melhor tratamento para o ducto entupido e a mastite é a prevenção. Você e seu ginecologista devem estar atentos sempre que houver dor na pega. As dificuldades para amamentar não devem ser subestimadas.
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