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Pré-eclâmpsia: saiba mais sobre a condição

Por Dra. Cristiane Pacheco

A gestação desencadeia uma série de modificações no organismo da mãe para que ele seja capaz de abrigar e nutrir o feto. Na maioria dos casos, esses processos não desencadeiam nenhuma condição grave. Porém, algumas mulheres podem desenvolver doenças gestacionais preocupantes, como a pré-eclâmpsia.

Por isso, a mulher deve estar sempre atenta ao próprio corpo para entender os processos que são habituais e diferenciá-lo dos sinais de alerta de complicações. Associado a isso, o acompanhamento pré-natal permite a identificação precoce, o tratamento e a prevenção de diversas condições. Quer saber mais? Acompanhe!

A pré-eclâmpsia e o pré-natal

Atualmente, as gestações são divididas em três grupos de acordo com os riscos de desfechos negativos para a gestante e o feto. A frequência e a complexidade do acompanhamento pré-natal serão individualizadas para cada gestante:

  • risco habitual — podem ser realizados com consultas mais espaçadas em consultórios. Geralmente, serão seis a nove;
  • moderado risco — a frequência de consultas será individualizada de acordo com as especificidades de cada gestação;
  • alto risco — as chances de complicações materno-fetais são elevadas. Por isso, precisam ser conduzidas por ginecologistas-obstetras com o suporte de centros especializados.

Lembre-se de que a gravidez é dinâmica, então a classificação de risco pode mudar de acordo com o que o(a) médico(a) encontrar em cada consulta.

A pré-eclâmpsia é uma das principais condições que levam à evolução gestações evoluíram para o alto risco. Ela é específica da gravidez, originando-se devido a alterações de implantação produzidas na placenta. Com isso, há a alteração da dinâmica da circulação, o que pode levar a complicações bem graves.

Pré-eclâmpsia e eclampsia

No entanto, ela pode passar muito tempo sem manifestar nenhum sintoma, sendo percebida pela mulher quando já causou repercussões negativas na gestação. Por isso, o acompanhamento médico é essencial. Por meio dos exames físico e laboratoriais, podem-se identificar sinais ocultos da pré-eclâmpsia, cujos critérios para diagnóstico são:

  • surgimento das manifestações após a 20ª semana de gestação. Antes disso, a placenta ainda não está desenvolvida a ponto de provocar a doença;
  • pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou diastólica maior ou igual a 90 mmHg em pacientes que não apresentavam hipertensão previamente.

Eles devem estar associados à perda de proteínas pela urina nos testes laboratoriais e/ou disfunções maternas e/ou disfunções placentárias.

Disfunções maternas mais frequentes

Elas são causadas pela ação das substâncias placentárias que provocam alterações vasculares:

  • queda recente do número de plaquetas ao hemograma (< 100.000/dL);
  • insuficiência renal;
  • disfunção hepática;
  • edema pulmonar e/ou alterações cerebrais e cerebrais;
  • Disfunções placentárias;
  • restrição do crescimento geral assimétrico;
  • redução do volume de líquido amniótico;
  • alterações na artéria umbilical na ultrassonografia obstétrica com doppler.

Muitas gestantes se equivocam ao associar a pré-eclâmpsia a um estágio inicial e menos grave da eclâmpsia. Com isso, podem a subestimar. Isso está incorreto, pois a pré-eclâmpsia:

  • é uma condição que provoca resultados negativos, independentemente da sua evolução;
  • pode ainda complicar para outras síndromes, além da eclâmpsia, como a síndrome HELLP.

Eclâmpsia

Uma crise de eclâmpsia é precedida por sinais e sintomas bem característicos, conhecidos como iminência de eclâmpsia:

  • pressão arterial elevada;
  • dor de cabeça;
  • dor na região central e lateral ao estômago;
  • escotomas cintilantes.

Caso a gestante apresente três desses sintomas, deve procurar um centro de urgência imediatamente para impedir a progressão para eclâmpsia. Já eclâmpsia se caracteriza por uma crise convulsiva em gestantes já diagnosticadas com a pré-eclâmpsia. Isso pode levar a lesões cerebrais gravíssimas na mulher por edema cerebral.

Por fim, uma complicação ainda mais grave é a síndrome HELLP, em que vários sistemas orgânicos ficam acometidos.

Conduta após o diagnóstico da pré-eclâmpsia

Depois de a pré-eclâmpsia ter sido identificada, a gestação precisa ser conduzida com extremo cuidado.

Classificação de risco e investigação funcional geral

Assim que o diagnóstico de pré-eclâmpsia é feito, o primeiro passo é reclassificar aquela gestação para alto risco. Com isso, a grávida será acompanhada com maior frequência, além de passar por avaliações complementares focadas em sua condição.

A seguir, ela é encaminhada para um hospital obstétrico, pois, devido aos riscos de complicações, é muito arriscado deixá-la ir para a casa.

No, requisitam-se exames para avaliar a funcionalidade dos órgãos mais comumente alterados pela disfunção vascular da doença. Assim, podemos localizar lesões precocemente e ter um primeiro parâmetro para avaliar a evolução da doença. Além disso, serão monitoradas as condições fetais a fim de identificar um possível sofrimento intraútero.

Os resultados desses exames permitirão a avaliação da gravidade da pré-eclâmpsia:

  • leve — ausência de sinais de gravidade;
  • grave — evidência de lesão ou disfunção orgânica significativa.

A conduta será diferente em cada um desses casos.

Pré-eclâmpsia leve

O médico avaliará se a gestante preenche alguns dos critérios de antecipação de parto devido ao alto risco de deterioração da sua saúde ou de sofrimento fetal. A gestante será liberada e poderá fazer o acompanhamento da gestação no pré-natal de alto risco com consultas semanais.

Nos casos leves, não há indicações de medicamentos para uso doméstico. Se ela já estiver com uma gestação com idade superior a 40 semanas, a antecipação do parto estará indicada.

Pré-eclâmpsia grave

Na evidência de gravidade, a conduta dependerá da idade gestacional. Se for igual ou superior a 34 semanas, iniciam-se os procedimentos para a interrupção da gravidez imediatamente.

Antes desse período ela precisará ser preparada para a interrupção com medicamentos que reduzem os riscos para ela e o bebê. A paciente ficará internada até que o período inicial do puerpério, no qual ainda podem ocorrer algumas complicações.

Enquanto isso, ela receberá o sulfato de magnésio para prevenir convulsões e anti-hipertensivos, caso sua pressão arterial esteja em níveis muito altos. Os corticoides são administrados para auxiliar na maturação pulmonar do feto e reduzir complicações neonatais.

Para a prevenção e tratamento de doenças, como a pré-eclâmpsia, o pré-natal é essencial. Mesmo que você esteja atenta, há sinais que somente podem ser precedidos por uma avaliação completa detalhada. As consequências podem ser graves, demandando um acompanhamento precoce e frequente.

Quer saber mais sobre a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia? Então, confira nosso post sobre o assunto!

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