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Prevenção do HPV: saiba mais sobre o assunto

Por Dra. Cristiane Pacheco

O Papilomavírus Humano (HPV) é um grupo de vírus que inclui mais de 200 tipos diferentes, sendo que cerca de 40 deles são transmitidos pelo contato sexual. O HPV é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns em todo o mundo. Existem dois grupos principais de HPV: os de baixo risco, que geralmente causam verrugas genitais, e os HPV oncogênicos, que estão associados a diversos tipos de câncer, incluindo o câncer do colo do útero.

A prevenção do câncer do colo do útero está fortemente ligada à prevenção do HPV e no diagnóstico precoce das lesões. As principais medidas de prevenção incluem: a vacinação, o uso de preservativos, as consultas médicas regulares e o Papanicolaou. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

Vacinas contra HPV

A vacina contra o HPV é uma das ferramentas de prevenção mais importantes, sendo muito eficaz para reduzir o risco de infecções pelos tipos mais preocupantes de HPV. Existem três tipos de vacina contra o HPV no Brasil:

  • Bivalente, a qual protege contra os HPV 16 e 18, que são responsáveis por grande parte dos casos em que a infecção evolui para lesões cancerosas;
  • Tetravalente, a qual imuniza contra os HPV 6, 11, 16 e 18, que oferece uma proteção adicional contra 2 tipos de HPV que causam infecções benignas na região genital e no ânus;
  • Nonavalente, que é eficaz contra infecções pelos tipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58. Essa vacina chegou ao Brasil recentemente, apesar de estar no mercado internacional há muitos anos. Ela também oferece imunidade contra outros tipos oncogênicos de HPV que causam câncer de colo do útero, de vulva, de vagina, de ânus e de faringe.

As vacinas funcionam por meio da estimulação da produção de anticorpos contra o HPV. Quando se ligam no vírus, os anticorpos impedem que eles entrem nas células, além de facilitar a destruição dos vírus por outras células imunológicas.

A vacina pode ser tomada por homens e mulheres de 9 anos de idade até os 45 anos. Para adolescentes entre 9 e 14 anos, o esquema vacinal é feito em duas doses, que devem ter um intervalo mínimo de 6 meses entre si. Acima de 14 anos, recomenda-se a vacinação em 3 doses: a segunda deve ser tomada 2 meses após a primeira, e a terceira é administrada 6 meses após a segunda.

Papel dos preservativos na prevenção do HPV

A principal forma de transmissão do HPV é o contato entre pele a pele, pele com mucosa ou mucosa com mucosa durante as relações sexuais. Assim, o preservativo também é uma importante fonte de proteção contra o HPV, pois reduz a superfície de contato disponível para a transmissão do vírus.

No entanto, como o vírus pode estar presente fora nas áreas ao redor dos órgãos genitais, os preservativos não são um método 100% eficaz contra infecções pelo HPV. Mesmo assim, ainda é uma ferramenta muito importante contra o HPV e outros microrganismos sexualmente transmissíveis.

A importância das consultas ginecológicas regulares

As consultas médicas regulares são fundamentais para identificar lesões causadas pela infecção pelo HPV:

  • As lesões benignas são geralmente macroscópicas, isto é, podem ser vistas ao olho nu. Podem surgir como lesões únicas com aparência de verruga (condilomas) ou múltiplas. Em alguns casos, diversos condilomas podem se agrupar e formar uma lesão com aparência semelhante a uma couve-flor na região genital ou do ânus;
  • As lesões malignas, por sua vez, são geralmente microscópicas. Em outras palavras, não são vistas facilmente ao olho nu. Para identificá-las, o médico pode utilizar instrumentos de ampliação óptica. No entanto, o principal método de rastreio de lesões microscópicas pelo HPV é o exame Papanicolaou (citologia oncótica de colo do útero).

A partir dos 25 anos, a paciente deve fazer o Papanicolaou. Os dois primeiros exames são feitos com um intervalo de um ano. Caso sejam negativos, a frequência passa a ser de 3 anos.

Papanicolaou

A evolução para câncer é lenta e progressiva. Por esse motivo, podemos utilizar testes para identificar lesões em estágios menos avançados. O exame de Papanicolaou é um procedimento ginecológico utilizado para detectar alterações nas células do colo do útero que possam indicar:

  • Displasia de baixo grau — são lesões com alterações celulares mais leves, as quais apresentam baixo risco de evolução para câncer;
  • Displasia de alto grau — caso não sejam tratadas, as lesões de baixo grau podem evoluir para a displasia de alto grau, que é pré-maligna. Elas apresentam uma chance significativa de evolução para um tumor maligno;
  • Carcinoma — representa a lesão cancerosa, que pode estar superficial (in situ) ou invasiva.

Portanto, o objetivo do Papanicolaou é tanto de prevenir a evolução de displasia para carcinoma quanto de identificar tumores malignos o mais precocemente possível

Durante o exame, a paciente é posicionada na mesa de exame ginecológico, e um espéculo é suavemente inserido na vagina para proporcionar uma visão clara do colo do útero. Em seguida, o profissional de saúde utiliza uma espátula e uma escova para coletar células da região do colo do útero. Essa amostra é enviada para análise laboratorial, onde as células são examinadas sob o microscópio para identificar qualquer anomalia.

Portanto, a prevenção do HPV é mais eficaz quando combinamos todas as estratégias acima. Com isso, é possível reduzir significativamente o risco de infecções e do câncer do colo de útero. Não deixe de conversar com seu ginecologista sobre esse tema tão importante para a saúde da mulher.

Quer saber mais sobre o HPV? Toque aqui!

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