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Qual contraceptivo escolher?

Por Dra. Cristiane Pacheco

Desde que surgiram, os contraceptivos modernos representaram uma grande mudança na sociedade, permitindo um maior planejamento familiar. Atualmente, as mulheres e os homens podem adotar medidas para a prevenção de gestações e escolher o melhor momento para ter seus filhos. No entanto, a escolha da contracepção deve preferencialmente ser feita com o auxílio de um médico.

Afinal, existem inúmeros métodos disponíveis no mercado, mas cada um deles apresenta indicações e contraindicações específicas. Portanto, a escolha depende de uma avaliação da saúde da paciente com uma anamnese completa e um exame físico cuidadoso.

Quer entender melhor esse tema? Acompanhe o nosso post!

Quais são os tipos de contraceptivos que existem?

Antes de falar sobre contracepção, é muito importante entender que a prevenção de gestações indesejadas não é o único objetivo de ter relações sexuais protegidas. Quando não se conhece bem os parceiros e a sua saúde sexual, é muito importante utilizar um método que previna também as doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, a clamídia e a gonorreia.

Atualmente, a camisinha é o único método que oferece essa proteção global contra diversas DSTs e as gestações. Nada impede que a camisinha seja utilizada com outros métodos, reforçando ainda mais a contracepção.

A camisinha é considerada um método contraceptivo de barreira. Em outras palavras, ela impede a gravidez ao criar uma barreira física que impede a progressão dos espermatozoides através do sistema reprodutor feminino.

Outros métodos de barreira são:

  • Diafragma;
  • Esponja contraceptiva.

Existem outros tipos de anticoncepcionais, como:

  • Métodos hormonais — utilizam hormônios para prevenir a gravidez. Eles podem ser administrados de diferentes formas, como os implantes subcutâneos e intrauterinos, os adesivos, as injeções, as pílulas de progesterona e o anel contraceptivo vaginal;
  • DIU intrauterino metálico — é um implante com fragmentos de cobre, que libera íons progressivamente e faz com que as características do muco endometrial/cervical se modifiquem, impedindo a passagem dos espermatozoides ejaculados;
  • Métodos cirúrgicos — são técnicas cirúrgicas que interrompem os canais de trânsito dos gametas sexuais.

Como escolher o melhor contraceptivo?

Na consulta médica de planejamento familiar, o ginecologista vai seguir os seguintes passos:

  • Conhecê-la melhor, criando uma relação de respeito e empatia;
  • Entender se você já tem alguma preferência por algum método e se já teve efeitos colaterais com alguma medicação anteriormente;
  • Explicar que a escolha de um método contraceptivo envolve diversos fatores e que a tomada de decisão é sempre compartilhada com você. Para isso, ele falará sobre as principais opções, seus benefícios e seus riscos;
  • Conversar um pouco sobre seu comportamento no dia a dia. A escolha do método contraceptivo depende, por exemplo, da capacidade de cada paciente de aderir ao tratamento.

Ele vai buscar entender alguns pontos da sua saúde geral que importantes para a escolha da contracepção, como:

  • História pregressa ou familiar de algum distúrbio da coagulação, de tromboembolismos e acidentes vasculares cerebrais;
  • Uso de outras medicações;
  • Comorbidades ginecológicas;
  • Passado reprodutivo e obstétrico.

Comportamento

Esse é um ponto muito importante para a escolha de um método de contracepção. Algumas mulheres têm muita dificuldade em tomar medicações regularmente, — relatam esquecimentos frequentes de doses.

Nesses casos, os métodos com ação prolongada são mais indicados. Esse é o caso de:

  • dispositivos uterinos, que têm ação de 3 a 10 anos, sem necessidade de reaplicação;
  • implantes subcutâneos, que são colocados sob a pele e liberam uma quantidade pequena de hormônios inibidores. Eles podem durar até 5 anos;
  • injeções hormonais, que são aplicadas a cada mês ou trimestre.

O comportamento sexual também influencia a escolha. Caso a mulher não tenha um parceiro fixo no qual confie, a camisinha deve ser sempre utilizada em associação aos outros métodos contraceptivos. Afinal, ela é a única capaz de evitar doenças sexualmente transmissíveis.

Histórico de saúde

Como dissemos, existem determinadas condições médicas que levam à contraindicação de determinados métodos. Por exemplo, em pacientes com risco mais elevado de eventos tromboembólicos, alguns medicamentos hormonais devem ser evitados, pois aumentam o risco de formação de coágulos.

Da mesma forma, podemos aproveitar o efeito de determinado fármaco anticoncepcional para ajudar no tratamento de uma doença concomitante. Por exemplo, tem-se visto um benefício significativo no uso de DIU Mirena em pacientes com endometriose. Então, caso tenha essa condição e não deseje engravidar em curto prazo, essa medicação traria um benefício duplo.

Histórico obstétrico e reprodutivo

Os métodos cirúrgicos, por lei, somente podem ser empregados caso o indivíduo tenha 2 filhos vivos atualmente ou mais de 25 anos. Então, isso serve tanto para o homem (vasectomia) quanto para a mulher (laqueadura).

Portanto, a escolha de um contraceptivo é complexa e deve preferencialmente ser acompanhada por um médico experiente. Dessa forma, garantimos uma avaliação completa da sua saúde e dos seus objetivos reprodutivos. Isso pode prevenir complicações, falhas e efeitos adversos que eventualmente surgem no processo.

Quer saber mais sobre os contraceptivos e quais podem ser utilizados por cada paciente? Confira este texto sobre o tema!

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