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Saco gestacional, bolsa amniótica e placenta: diferenças

Por Dra. Cristiane Pacheco

Quando pensamos em uma gestação, uma das primeiras imagens que surgem na nossa mente é em bebê dentro do útero. No entanto, existem uma série de pontos que são fundamentais para permitir que ele se desenvolva e a gestação avance, como os anexos embrionários. Os anexos embrionários são órgãos temporários que desempenham diversas funções de nutrição e de proteção do feto.

Neste post, vamos falar sobre algumas dessas estruturas extraembrionárias mais conhecidas: o saco gestacional, a bolsa amniótica e a placenta. Explicaremos sua formação e suas funções. Ficou interessada? Acompanhe até o final!

Saco gestacional: um dos primeiros sinais de uma gestação

O saco gestacional é uma estrutura que se forma entre a terceira e a quinta semana de gestação. Inicialmente, com um diâmetro de 2 a 3 milímetros, pode ser visualizado pela ultrassonografia transvaginal e representa um dos sinais mais precoces de uma gravidez. A principal função inicial do saco gestacional é fornecer um espaço para que o embrião cresça, visto que as paredes uterinas exercem pressão sobre as paredes do útero.

À medida que a gravidez avança, o feto se desenvolve dentro da cavidade uterina junto com outras estruturas importantes para seu desenvolvimento, como:

  • o saco vitelino, que auxilia na nutrição do feto nas primeiras semanas de vida (antes da formação da placenta);
  • a bolsa amniótica, sobre a qual falaremos a seguir.

Por volta da 10ª semana de gestação, a bolsa amniótica passa a ocupar todo o saco gestacional e se confunde com ele. Por sua vez, o saco vitelino regride.

Em outras palavras, saco gestacional é um termo mais utilizado durante o primeiro trimestre de gestação. Depois desse período, é mais comum que a gestante ouça o médico falar sobre a bolsa amniótica.

Bolsa amniótica: uma importante estrutura de proteção do feto

A bolsa amniótica — ou simplesmente “bolsa” — é uma estrutura fundamental para o desenvolvimento fetal. É também conhecida como “membranas”, pois é constituída de duas membranas: o âmnio e o córion.

O âmnio é a membrana mais interna com uma espessura entre 0,02 e 0,5 milímetros. Apesar de fino, é bastante resistente. Uma das características mais interessantes do âmnio é a sua flexibilidade e sua capacidade de se estender. Com isso, consegue acompanhar o rápido desenvolvimento do feto ao longo da gestação.

Além disso, o âmnio contém o líquido amniótico (constituído de 98% a 99% de água), que é uma substância clara e transparente nos primeiros meses de gestação. Com o tempo, torna-se mais turvo devido à presença de células e substâncias originadas do próprio âmnio e do feto. Nesse sentido, o conjunto âmnio e líquido amniótico tem funções muito nobres, como:

  • é rico em substâncias que se ligam à água e protege o feto contra o dessecamento;
  • também contém diversas substâncias bacteriostáticas e antimicrobianas, as quais protege o bebê contra infecções;
  • protege o bebê contra impactos mecânicos e a pressão intrauterina. Quando há pouco líquido amniótico, o feto pode sofrer deformidades devido à pressão provocada pelas paredes do útero;
  • permite a movimentação fetal, que é um importante sinal de vitalidade do bebê;
  • contribui para o desenvolvimento pulmonar do bebê e para o funcionamento do sistema urinário.

Já o cório é a membrana externa, sendo geralmente mais espessa e menos elástica do que o âmnio. À medida que a gestação avança, uma parte do cório se junta com o endométrio uterino materno para formar a placenta. A outra parte permanece ao redor do âmnio, constituindo o conjunto de membranas fetais.

Placenta: órgão com múltiplas funções gestacionais

A placenta é um órgão fundamental para o desenvolvimento fetal. A capacidade de uma gestação evoluir depende da formação da placenta no lugar correto e da forma correta. Anomalias na formação e na implantação placentário representam uma causa importante de abortamento, morte fetal e de partos prematuros.

As estruturas que formam placenta começam a surgir a partir da terceira semana de gestação e terminam seu desenvolvimento a partir do quinto mês de gestação. A placenta é constituída de duas estruturas principais:

  • placa basal, que é uma camada placentária formada principalmente pelas células do endométrio (decídua basal) do útero materno;
  • placa coriônica, a qual é formada por células embrionárias.

Entre essas placas, está o espaço interviloso, o qual é preenchido por sangue materno. Esse sangue é “filtrado” e seu plasma contribui para a nutrição do bebê e para a geração do líquido amniótico.

A placenta apresenta funções muito importantes para a manutenção da gestação e para a sobrevivência do feto:

  • secreção de hormônios, como a gonadotrofina coriônica humana e a progesterona;
  • troca de gases entre a mãe e o bebê;
  • fornecimento de nutrientes para o feto;
  • transmissão de anticorpos maternos do tipo IgG, os quais protegem o bebê contra infecções;
  • excreção de produtos tóxicos gerados pelo metabolismo do bebê.

Além disso, a membrana placentária atua como “filtro” seletivo que impede que diversos microrganismos e substâncias tóxicas atinjam o bebê.

Portanto, o complexo sistema de estruturas extraembrionárias compreende não apenas o saco gestacional nas fases iniciais, mas também a bolsa amniótica e a placenta em estágios subsequentes.

A bolsa amniótica, com suas membranas flexíveis e líquido amniótico multifuncional, desempenha um papel crucial na proteção do feto ao longo da gestação. Já a placenta, que se forma mais tardiamente, assegura funções vitais, incluindo a regulação hormonal, troca de gases e fornecimento de nutrientes.

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