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Como tratar a diástase abdominal depois do parto?

Por Dra. Cristiane Pacheco

A diástase abdominal é um defeito da parede abdominal caracterizado pela separação do músculo reto abdominal. O reto abdominal é o músculo relacionado à definição muscular do abdômen, o famoso “tanquinho”. Ele apresenta duas faixas de músculos, uma de cada lado do corpo. Essas duas porções laterais do músculo reto abdominal são unidas por uma faixa de tecido conjuntivo (aponeurose), conhecida pelo nome de linha alba.

O reto abdominal, junto com outros músculos abdominais, forma a parede abdominal. Além disso, ele tem como função a flexão do tronco, permitindo que a parte superior do corpo se mova em direção à pelve. Ele também é essencial para estabilizar a coluna, comprimir os órgãos abdominais durante esforços físicos e garantir uma postura adequada e o suporte interno dos órgãos.

Na diástase abdominal, o músculo e a linha alba ficam mais frouxos, aumentando o espaço entre as porções laterais do músculo reto abdominal. A diástase abdominal é comum em mulheres grávidas, visto que a parede abdominal precisa se distender bastante para acomodar o crescimento da barriga. Quer saber mais sobre como tratar a diástase abdominal após uma gestação? Acompanhe nosso post até o final!

Como tratar a diástase abdominal depois do parto?

O plano terapêutico para a diástase abdominal é individualizado de acordo com as características de cada caso, como a gravidade da separação, os aspectos funcionais e os desejos da paciente. Podemos dividir as intervenções terapêuticas para a diástase abdominal em duas categorias:

  • Medidas conservadoras: são tratamentos, como a fisioterapia e a redução do peso, que não envolvem procedimentos invasivos cirúrgicos. São indicadas geralmente para casos leves e moderados;
  • Medidas cirúrgicas: o procedimento mais utilizado é a plicatura do músculo reto abdominal. Nela, realiza-se uma sutura na aponeurose para aproximar as faixas laterais do músculo reto. As medidas cirúrgicas são reservadas para casos graves e para diástases abdominais que não melhoraram significativamente com o tratamento conservador. 

A seguir, vamos detalhar cada uma das medidas que podem ser utilizadas no tratamento da diástase abdominal

Papel da perda de peso na diástase abdominal

O sobrepeso e a obesidade aumentam a pressão abdominal. Com isso, aumentam-se as chances de agravamento da diástase abdominal. Uma ação que contribui para a perda de peso é a amamentação. Contudo, para algumas mulheres, ela não será suficiente para o retorno ao peso normal. Então, outras medidas de perda de peso, como a dieta, podem ser utilizadas sob supervisão médica. 

Fisioterapia e medidas de reabilitação do core abdominal

A fisioterapia para a diástase abdominal vai utilizar diversas intervenções para melhorar os fatores que levam à diástase abdominal:

  • Fortalecimento do “core”: exercícios para força e hipertrofia abdominal podem ajudar a reduzir o tamanho da diástase abdominal e prevenir seu agravamento. Para que essa medida seja mais eficaz, é fundamental trabalhar tanto os músculos superficiais quanto os músculos abdominais profundos, como o transverso abdominal. Ou seja, não é qualquer abdominal que ajuda a aliviar a diástase, visto que a maioria dos programas de abdominais para motivos estéticos aborda principalmente os músculos superficiais;
  • Correção postural: nossa postura influencia na pressão abdominal, aumentando a distensão do músculo reto abdominal. Assim, o fisioterapeuta vai trabalhar para corrigir desvios posturais, como a inclinação anterior da pelve ou a lordose lombar excessiva;
  • Técnicas de respiração diafragmática: na respiração, ocorre a contração e a distensão do músculo reto abdominal. Alguns padrões de respiração podem fazer com que a barriga se projete mais intensamente para a frente. Na fisioterapia, você aprenderá técnicas de respiração diafragmática que reduzem a pressão intra-abdominal e promovem o fortalecimento dos músculos abdominais;
  • Ergonomia: durante nossas atividades cotidianas, podemos fazer movimentos e posturas que aumentam bastante a pressão abdominal. Na fisioterapia, você aprenderá quais atividades devem ser evitadas e como fazer movimentos que não distendem excessivamente os músculos abdominais;
  • Uso de cintas: a fisioterapia também pode indicar cintas que oferecem um suporte adicional para o abdômen e contrabalançam a pressão abdominal. 

Cirurgia de plicatura do reto abdominal

A plicatura dos músculos retos do abdômen é um procedimento de sutura dos músculos retos do abdômen para restaurar sua anatomia normal. Ela diminui a largura da linha alba e reaproxima as faixas do músculo reto abdominal. 

Ela geralmente é realizada por cirurgiões especializados em parede abdominal, cirurgiões ginecológicos ou cirurgiões plásticos. Quando feita por cirurgiões plásticos, ela pode ser associada à abdominoplastia, incluindo a lipoescultura da região abdominal. 

Ela não apresenta apenas resultados estéticos, sendo também eficaz na reabilitação funcional, como a melhora da postura e da estabilidade do core. Contudo, é um procedimento invasivo que apresenta riscos intrínsecos e pode requerer um período significativo de recuperação.

A diástase abdominal é uma condição comum após as gestações. Ela pode prejudicar tanto a funcionalidade quanto a estética do core abdominal. Por isso, merece atenção, principalmente no período pós-gestacional. O tratamento é individualizado para cada caso de acordo com a gravidade do caso e os desejos da paciente. Assim, pode envolver desde medidas conservadoras, como fisioterapia e perda de peso, até intervenções cirúrgicas, como a plicatura do músculo reto abdominal.

Quer saber mais sobre os cuidados no pós-parto? Toque aqui!

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