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Fungo durante a amamentação: conheça a candidíase mamária

Por Dra. Cristiane Pacheco

Dor nos seios e nos mamilos é um sintoma relativamente frequente em mulheres que estão amamentando. Na maior parte dos casos, é um são benignos que melhora com medidas simples, como melhorar a pega do bebê. Apesar de menos comum em comparação a outras causas de dor mamária, a candidíase mamária merece atenção.

A candidíase é um fungo que faz parte da flora microbiana normal das mulheres, colonizando a pele e a mucosa. Durante a amamentação, contudo, diversos fatores podem aumentar as chances de proliferação excessiva da cândida. O principal deles são as rachaduras e as fissuras nos mamilos, que quebram a barreira natural da pele, permitindo que o fungo infecte tecidos mais profundos.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post até o final!

O que é candidíase mamária?

A candidíase mamária ocorre quando há a proliferação excessiva do fungo Candida albicans na pele da região dos seios. Esse fungo oportunista normalmente faz parte da microbiota natural do corpo humano, coexistindo principalmente no trato gastrointestinal, na boca e na vagina.

A Candida albicans é uma das espécies que mais causam infecções fúngicas, sendo responsável por condições como candidíase oral, genital e, em casos específicos, a candidíase mamária em mulheres lactantes. A capacidade de se adaptar a diferentes ambientes do corpo humano e a sua habilidade de formar hifas, estruturas que permitem a invasão de tecidos, contribuem para a virulência desse fungo.

Causas e fatores de risco

A Candida albicans não faz parte do microbioma habitual da pele dos seios. No entanto, durante a amamentação, o fungo pode colonizar a região devido ao contato com a boca do bebê. Isso geralmente não traz nenhuma repercussão negativa para a saúde das lactantes.

A proliferação dessa espécie fúngica pode se descontrolar em situações, como:

  • Comprometimento da imunidade materna;
  • Alterações hormonais;
  • Maior humidade na região dos seios;
  • Mudanças na microbiota.

Um dos fatores de risco para a condição é o uso de antibióticos durante o período de amamentação. Afinal, eles podem comprometer o equilíbrio da microbiota da pele ao matar bactérias que controlam o crescimento excessivo da Candida.

É preciso tomar bastante cuidado com a infecção por Candida, pois ela pode passar para o bebê, causando a candidíase oral. Isso pode gerar um ciclo de infecção e reinfecção entre a mãe e a criança.

Sintomas da candidíase mamária

Os sintomas da candidíase mamária variam de paciente para paciente. Confira, a seguir, as manifestações mais comuns:

  • Dor nos mamilos: sensação de dor, queimação ou desconforto nos mamilos, que pode surgir durante o ato de amamentar ou fora dele;
  • Sensibilidade: os mamilos podem ficar mais sensíveis ao toque;
  • Vermelhidão: a área ao redor dos mamilos e da aréola pode ficar vermelha e irritada;
  • Inchaço: pode surgir um edema (inchaço) na área afetada;
  • Descamação da Pele: a pele nos mamilos e ao redor da aréola pode descamar;
  • Coceira: algumas mulheres experimentam coceira na região mamária;
  • Dor profunda nos seios: além da dor nos mamilos, algumas mulheres podem sentir dor mais profunda nos seios.

Esses sintomas, entretanto, não são específicos. Em outras palavras, eles podem ser desencadeados por outras condições, como:

  • Dermatite de contato;
  • Ingurgitamento mamário;
  • Infecções bacterianas.

Portanto, se você estiver enfrentando algum desses sintomas, é fundamental procurar orientação médica para um diagnóstico adequado.

Diagnóstico da candidíase nas mamas

O diagnóstico da candidíase mamária é clínico, baseado nos sintomas que você relata ao seu médico e nos sinais identificados durante o exame físico. Geralmente, não é necessário nenhum exame complementar para confirmar a infecção.

Durante a anamnese, seu médico a questionará sobre as algumas características dos sintomas atuais, como:

  • Intensidade;
  • Duração;
  • Frequência;
  • Fatores de melhora e piora;
  • Sintomas associados.

Além disso, é importante conhecer seu histórico médico prévio, hábitos de vida e histórico familiar. Após a entrevista clínica, é feito o exame físico dos seios, que pode demonstrar inchaço, vermelhidão e sensibilidade ao toque. Também podem surgir linfonodos aumentados em algumas pacientes.

Tratamento da candidíase mamária

O tratamento geralmente envolve a aplicação de antifúngicos tópicos na área afetada. Em alguns casos, medicamentos antifúngicos orais podem ser prescritos. Além disso, é importante abordar fatores que possam contribuir para a infecção, como melhorar a higiene e cuidado com os mamilos, ajustar a técnica de amamentação e tratar comorbidades, se presentes.

É importante salientar que o aleitamento materno no próprio peito é permitido caso você esteja com candidíase mamária, preferencialmente no mamilo não afetado. Se a dor durante a amamentação for muito intensa, a ordenha do leite é uma opção interessante. Para evitar o ingurgitamento mamário, a expressão do leite é necessária mesmo que o bebê não esteja amamentando no peito.

Portanto, a dor nos seios e mamilos durante a amamentação, embora frequentemente benigna, pode indicar a presença de candidíase mamária. Esse fungo pode proliferar de forma descontrolada, especialmente em situações como rachaduras nos seios. Isso pode causar sintomas, como dor, sensibilidade, vermelhidão e descamação.

A avaliação clínica do quadro é geralmente suficiente para o diagnóstico. Já o tratamento envolve o uso de antifúngicos tópicos e, em casos mais graves, medicamentos orais.

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