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O que é mastite?

Por Dra. Cristiane Pacheco

A amamentação, embora seja um processo natural e importante para a saúde do bebê e da mãe. Nesse sentido, cada experiência de amamentação é única e, felizmente, muitas dificuldades (como a mastite) que aparecem podem ser superadas com orientação profissional e suporte adequado. Com isso, apesar dos contratempos, muitas mulheres relatam bastante satisfação ao final do processo de amamentação, reconhecendo-a como uma jornada recompensadora.

A amamentação é especialmente difícil nas primeiras semanas após o parto, em especial para mães de primeira viagem. Nos primeiros dias ou semanas, muitas mulheres experimentam dor nos mamilos ou desconforto durante a amamentação. Em alguns casos, pode ocorrer o ingurgitamento mamário, condição em que mamas ficam excessivamente cheias de leite, causando desconforto e dificultando a amamentação.

Caso persista e não seja tratado adequadamente, o ingurgitamento pode levar a problemas como mastite. A mastite é uma inflamação dolorosa da mama, geralmente causada por uma infecção bacteriana. Ela pode ocorrer também fora do contexto da amamentação e em lactantes sem ingurgitamento mamário, mas é menos comum.

A mastite pode ser bastante desconfortável para as mães que estão amamentando, mas geralmente pode ser tratada com sucesso por um médico. Por esse motivo, o acompanhamento ginecológico-obstétrico durante o puerpério e a amamentação é tão importante.

Quer saber mais sobre o que é a mastite, seus sintomas, como preveni-la e tratá-la? Acompanhe até o final!

O que é mastite?

A mastite é a inflamação das mamas, um problema comum que afeta principalmente mulheres que estão amamentando, durante o puerpério. No entanto, também pode ocorrer em mulheres que não estão amamentando e até mesmo em homens.

Causas da mastite

A principal causa da mastite é o acúmulo de leite nos ductos mamários, o que facilita a proliferação bacteriana. O ingurgitamento mamário pode ocorrer por diversos fatores, como:

  • Mamadas espaçadas ou irregulares;
  • Pega incorreta do bebê ao seio;
  • Fissuras mamárias, as quais também aumentam o risco de mastite;
  • Compressão dos seios por roupas apertadas.

Em alguns casos, o acúmulo de leite pode levar à proliferação de bactérias nos ductos mamários, causando a mastite infecciosa. As bactérias podem entrar pelas fissuras nos mamilos ou pelos ductos mamários. O uso de bombas tira-leite e conchas também são fatores de risco para mastite, pois esses objetos podem ser facilmente colonizados por bactérias.

Os principais microrganismos envolvidos nesse tipo de infecção são o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis, os quais estão presentes na flora microbiana da pele da maioria das mulheres.

Sintomas da mastite

Os principais sintomas de mastite são:

  • Dor na mama: é o principal sintoma da mastite, usualmente ocorre em apenas uma mama, descrita como uma sensação de queimação que piora com o toque e a amamentação;
  • Sinais inflamatórios: a mama afetada pode ficar inchada, quente ao toque e apresentar vermelhidão;
  • Febre e calafrios: em casos de mastite infecciosa, a mulher pode apresentar febre, calafrios, mal-estar e fadiga;
  • Alterações no leite materno: o leite materno pode apresentar grumos, espessamento ou coloração amarelada ou avermelhada.

A dor da mastite, comprometendo a capacidade de a mulher amamentar. Por esse motivo, precisa ser tratada rapidamente e com bastante atenção para não comprometer a experiência da mulher com a amamentação.

Diagnóstico da mastite

Em geral, o diagnóstico é clínico, isto é, com base nos sinais e sintomas da paciente identificados durante o exame médico. O médico começará avaliando os sintomas relatados pelo paciente, como dor, vermelhidão, inchaço e febre. Um exame físico cuidadoso da mama afetada será realizado para verificar sinais de inflamação, como calor e sensibilidade.

Tratamento da mastite

Se a mastite for causada por uma infecção bacteriana, o tratamento principal é o uso de antibióticos. O médico prescreverá um antibiótico adequado com base na suspeita clínica e nos resultados dos exames. É essencial completar o curso completo de antibióticos conforme prescrito pelo médico, mesmo que os sintomas melhorem antes do término do tratamento.

Caso o tratamento inicial não tenha o efeito desejado, podem ser requisitados outros exames, como:

  • Ultrassonografia para avaliar a presença de complicações, como o abscesso mamário;
  • Cultura de secreção mamilar com antibiograma para identificar se a infecção é causada por bactérias resistentes aos antibióticos usados no tratamento usual.

Por que amamentar é tão importante?

Se a mastite ocorrer durante a amamentação, é fundamental continuar amamentando na mama não afetada para prevenir o ingurgitamento dela. A mama afetada pode ser ordenhada regularmente para esvaziá-la e evitar complicações maiores. Isso também ajuda na recuperação. Para aliviar a dor, você pode aplicar compressas no local conforme indicado pelo médico. O uso de analgésicos deve ser feito sob orientação médica.

Continuar a amamentar, quando possível, é importantíssimo. Afinal, por meio do leite materno, a mãe oferece ao seu filho o alimento ideal para seu desenvolvimento físico, emocional e intelectual:

  • Nutrição completa: o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê nos primeiros seis meses de vida;
  • Fortalecimento do sistema imunológico: o leite materno é rico em anticorpos, células de defesa e outras substâncias que protegem o bebê contra infecções respiratórias, intestinais e até mesmo otite (infecção de ouvido);
  • Desenvolvimento da inteligência: o leite materno contém nutrientes importantes para o neurodesenvolvimento do bebê, como ácidos graxos ômega-3 e colina, que contribuem para a cognição, memória e aprendizado;
  • Formação de um vínculo afetivo único: a amamentação promove o contato pele a pele entre mãe e bebê, fortalecendo o vínculo afetivo entre eles.

Para a mãe, alguns benefícios são:

  • Recuperação pós-parto: a amamentação ajuda na involução do útero, diminuindo o risco de sangramento e acelera a recuperação da mãe;
  • Efeitos contraceptivos: a amamentação reduz o risco de uma nova gestação nos primeiros seis meses de lactação;
  • Redução do risco de ingurgitamento mamário: a maioria das mães que não amamentam continuam produzindo leite. Se esse leite não é liberado, ele se acumula nas mamas, aumentando o risco de ingurgitamento, o qual pode evoluir para a mastite.

Portanto, é importante procurar atendimento médico assim que os sintomas de mastite surgirem para receber um diagnóstico adequado e iniciar o tratamento precocemente. Isso geralmente resulta em uma recuperação mais rápida e completa da mastite.

Assim, você pode voltar a amamentar normalmente. Caso se sinta insegura para esse retorno, converse com seu médico para que ele a acolha e dê orientações para ajudá-la durante as mamadas.

Quer saber mais sobre a amamentação? Toque aqui!

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