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Placenta prévia: o que é?

Por Dra. Cristiane Pacheco

A placenta é a principal estrutura de conexão do organismo do feto com o corpo da mãe. Nesse local, ocorrem as principais trocas entre eles, fazendo com que o oxigênio e os nutrientes cheguem adequadamente ao bebê.

Ela ainda tem a importante função de ser um filtro contra diversos resíduos e substâncias que podem comprometer o desenvolvimento fetal. Existem condições que podem afetar essa estrutura, como a placenta prévia, trazendo cuidados adicionais para o acompanhamento de uma gravidez.

Quer entender melhor? Acompanhe o nosso post até o final!

O que é a placenta e sua função?

A placenta começa a se formar nas primeiras semanas de gestação. Nos primeiros dias após a formação do feto, suas células começam a se multiplicar e se diferenciar. Com isso, surge uma camada chamada de trofoblasto, que evoluirá para formar a placenta, o saco vitelino e outros anexos embrionários importantes para a evolução da gestação.

Quando o embrião chega ao útero, as células originadas dessa camada começam a se infiltrar no endométrio, a camada de revestimento da cavidade uterina. A partir disso, o processo de formação da placenta se inicia:

  • Na segunda semana após a fertilização, o trofoblasto começa a se diferenciar ainda mais e formar vilosidades, pequenas saliências, no endométrio rico em vasos sanguíneos;
  • Na terceira semana, essas vilosidades se conectam com os vasos sanguíneos do endométrio para fazer essa ponte entre a circulação sanguínea da mãe e com a do bebê.

Assim, surge a placenta, que é essencial para o desenvolvimento adequado da gestação. Geralmente, ela se implanta na parte superior ou lateral do útero e se conecta ao bebê, que está envolto pelo líquido amniótico abrigado dentro do saco embrionário. A placenta se conecta ao bebê pelo cordão umbilical, onde estão vasos que levam sangue para dentro e para fora do feto.

No entanto, pode ocorrer diversos tipos de defeitos de implantação. Um dos mais comuns e preocupantes é a placenta prévia, que ocorre quando essa estrutura se forma total ou parcialmente na superfície do colo uterino.

O que é o colo do útero, onde fica e sua função?

O colo uterino é uma estrutura de transição do útero para a vagina. Ele é uma continuidade da parede uterina, mas apresenta funções específicas. Por meio do canal cervical, ele faz a conexão a parte superior e a inferior do sistema reprodutor feminina.

Através do canal cervical, passa a menstruação da mulher a cada ciclo. Além disso, durante o trabalho de parto, o colo uterino se dilata para a passagem do bebê. Por isso, quando a placenta cobre essa região, ocorrem complicações para o parto e para a gestação como um todo.

O que é placenta prévia?

A placenta prévia pode ser dividida em três formas principais:

  • Marginal, em que a placenta está próxima ao colo uterino, mas não cobre o seu orifício interno;
  • Parcial — há uma obstrução parcial dessa abertura do colo uterino;
  • Total — há uma obstrução completa da abertura do colo uterino, sendo a forma mais complicada da placenta prévia.

Causas de placenta prévia

A ciência médica ainda não identificou completamente os mecanismos de formação de uma placenta prévia. Contudo acredita-se que o principal fator sejam as alterações na fisiologia e na dinâmica uterina. Com isso, não há:

  • uma sinalização adequada para as células do feto de onde elas devem se implantar;
  • uma movimentação uterina inadequada, o que faz com que as fases de desenvolvimento embrionário não estejam adequadamente sincronizadas com a movimentação do feto dentro do útero;
  • falha da vascularização da placenta nas regiões de crescimento normal, o que faz com que o embrião se implante no colo uterino.

Isso ocorre principalmente diante dos seguintes fatores de risco:

  • Anormalidades uterinas;
  • Mulheres com múltiplas gestações anteriores;
  • Presença de cicatrizes uterinas provocadas por cirurgias, incluindo a cesariana. Esse é um dos motivos que o parto cesariano deve ser evitado quando não há uma indicação médica que o justifique;
  • Gemelaridade, a gravidez múltipla;
  • Placenta prévia em uma gravidez anterior;
  • Mulheres acima dos 35 anos;
  • Hábitos como tabagismo e alcoolismo, os quais comprometem a saúde vascular da mulher.

Consequências da placenta prévia

A principal complicação da placenta prévia é a hemorragia gestacional, isto é, o sangramento anormal através do colo do útero. Ele é visualizado na vagina e leva a muita ansiedade nas mulheres, pois é associado popularmente com os abortamentos.

Em geral, o sangramento da placenta prévia ocorre no último semestre de gestação. Por esse motivo, está associado a partos prematuros e complicações mais tardias. No entanto, pode ocorrer precocemente e levar ao abortamento (expulsão ou morte do feto antes da vigésima quarta semana de gestação.

O principal tratamento para a placenta prévia é o repouso absoluto da gestante. Com o tempo, a placenta poderá se deslocar e adotar uma localização mais saudável para a gravidez. Mesmo que isso não ocorra, o repouso ajuda a prevenir as complicações. Além disso, o pré-natal será mais próximo, com consultas mais frequentes e realização de exames adicionais.

Quando o sangramento ocorre, o seu gerenciamento dependerá do volume de sangue, das características da gestação, da saúde materno-fetal. Inevitavelmente, a persistência da placenta prévia demanda a realização de uma cesariana.

As medidas buscarão adiá-la para um momento que seja mais saudável para a mãe e o bebê (depois da 36ª semana). Diante de um sangramento intenso, a transfusão de sangue poderá ser necessária. Porém, quando há hemorragias intensas persistentes, a principal conduta é a cesariana de urgência, independentemente da idade gestacional.

Quer saber mais sobre a placenta prévia? Acompanhe nosso texto especial sobre o tema!

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