A vitalidade fetal é um indicador do bem-estar do feto ao longo da gestação. Ela se refere à avaliação da condição do feto, considerando parâmetros, como frequência cardíaca e movimento. Deve-se ressaltar que a avaliação da vitalidade fetal não é um teste específico. Na verdade, ela pode envolver diferentes exames, que são indicados de forma individualizada para as características clínicas de cada gestação.
Nesse sentido, uma avaliação simplificada da vitalidade fetal é feita a cada consulta quando seu médico pergunta sobre os movimentos do bebê, quando ele ausculta os batimentos cardíacos fetais e quando ele busca identificar os movimentos fetais durante o exame físico.
Em algumas situações, principalmente em gestações de alto risco ou quando a avaliação acima mostra alguma alteração, pode ser necessária uma avaliação mais extensa da vitalidade fetal. Isso pode envolver a realização de exames, como a ultrassonografia e a cardiotocografia. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!
O que é o teste da vitalidade fetal?
O teste de vitalidade fetal tem o objetivo de verificar se o feto está ativo e recebendo oxigênio e nutrientes suficientes pela placenta. A ausência de oxigênio faz com que o organismo fetal, especialmente o sistema nervoso, não funcione adequadamente. O teste de vitalidade fetal pode envolver medidas, como:
Cardiotocografia (CTG)
A cardiotocografia é uma das técnicas mais empregadas para a avaliação da vitalidade fetal. Nesse exame, sensores externos são posicionados sobre o abdômen da gestante para registrar a frequência cardíaca do feto e as contrações uterinas. O procedimento é indolor e não invasivo. Isso permite a obtenção de um traçado que indica variações na frequência cardíaca fetal em resposta a movimentos e outros estímulos.
Durante o exame, que é feito sob supervisão médica, o profissional pode observar diferentes parâmetros, como:
- Batimentos cardíacos fetal (BCF). A bradicardia (número baixo de batimentos) é definida como BCF menores do que 110 batimentos por minuto. A taquicardia (número elevado de batimentos) é definida como BCF maiores do que 160 batimentos por minuto;
- Presença de acelerações transitórias. A presença de acelerações é um indicativo de que o feto está saudável e que o sistema nervoso central está respondendo de forma adequada;
- Ausência de desacelerações duradouras. Alguns padrões de desaceleração podem sugerir possíveis alterações no bem-estar fetal, demandando uma investigação mais detalhada.
Esses parâmetros são observados por 20 minutos. Caso haja alguma alteração, o exame é estendido por mais 10 minutos.
Monitoramento de movimento fetal
O registro dos movimentos fetais consiste na solicitação para que a gestante registre os movimentos do bebê por um período determinado. Para isso, é utilizado um diário dos movimentos fetais, em que são registradas a quantidade e a intensidade dos movimentos observados.
A contagem dos movimentos serve como um indicativo da vitalidade fetal, uma vez que uma redução significativa nos movimentos pode sinalizar a necessidade de uma investigação mais detalhada. Entretanto, por se tratar de um método sujeito a maiores falhas, ele é recomendado apenas em situações de menor risco.
Perfil Biofísico (PBF)
O perfil biofísico é uma técnica de ultrassonografia para a avaliação da frequência cardíaca e de outros parâmetros, como os movimentos corporais do feto, o tônus muscular e a quantidade de líquido amniótico. Esse exame é particularmente útil em situações em que há suspeita de sofrimento fetal. Contudo, alguns obstetras indicam o exame rotineiramente, independentemente da existência do risco de sofrimento fetal.
Durante o PBF, cada parâmetro avaliado recebe uma pontuação. Ao final do exame, a gestante recebe um escore total. Uma pontuação elevada indica uma boa vitalidade fetal, enquanto pontuações baixas podem sugerir sofrimento fetal. Nesse caso, a gestante pode ser encaminhada para serviços de maior complexidade ou realizar exames mais específicos, como a amniocentese.
Quando é feito o teste da vitalidade fetal?
A avaliação da vitalidade fetal é feita em cada consulta de pré-natal. Contudo, testes mais específicos para a avaliação da vitalidade fetal são feitos após a identificação de risco ou de sinais de sofrimento fetal.
Contudo, os testes de vitalidade fetal ganham maior relevância a partir da segunda metade das gestações, sobretudo em gestações de alto risco. A partir desse período, a avaliação regular com CTG ou perfil biofísico pode ser feita de forma preventiva para detectar precocemente qualquer sinal de sofrimento fetal.
Além do monitoramento de rotina, o teste de vitalidade fetal pode ser solicitado em situações emergenciais, como:
- Diminuição dos movimentos percebidos pela gestante;
- Batimentos cardíacos fetais alterados ou ausência de batimentos cardíacos no exame físico obstétrico.
Além disso, o acompanhamento da vitalidade fetal auxilia na identificação de fatores de risco, como insuficiência placentária, hipóxia fetal ou outras condições que podem comprometer o desenvolvimento do feto.
Portanto, a realização do teste de vitalidade fetal depende de vários fatores, como a idade gestacional, a história obstétrica da paciente e a presença de condições que possam aumentar o risco de complicações. Sua realização é importante para a redução de complicações e para aumentar as chances de um parto bem-sucedido.
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