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Parto normal: veja todos os benefícios

Com a evolução da gestação, uma das principais dúvidas das mulheres diz respeito à melhor forma de nascimento para a saúde dela e do bebê. Pelas evidências científicas atuais, os maiores benefícios e os menores riscos do parto normal fazem com que ele seja a melhor opção em grande parte das mulheres.

Muito utilizada no Brasil, a cesariana é um procedimento cirúrgico hospitalar, que intrinsecamente apresenta riscos. Ela será essencial quando o nascimento pela via vaginal não é possível, oferece risco à saúde materno-fetal ou pode trazer complicações para a paciente. Nesses casos, ela salva vidas e melhora a qualidade de vida no futuro, mas, nos demais, ela deve ser evitada.

Em qualquer que seja o método, é fundamental que ela ofereça uma experiência positiva e gratificante para a gestante. Por isso, é preciso que ela se torne a protagonista da tomada de decisão. Consequentemente, a informação é essencial para que você, gestante atual ou futura, sinta-se mais segura e tranquila. Então, acompanhe o nosso post!

Parto normal x parto cesariana

O parto normal é todo aquele que ocorre pela vagina, sendo também chamado de “vaginal”. Essa é a única via natural do nosso corpo para o nascimento. Ele se diferencia dos partos cirúrgicos, quando uma intervenção médica cria um canal artificial para a passagem do bebê. Idealmente, deveriam ser a exceção, reservados à impossibilidade ou aos riscos de complicações da via vaginal.

A cesariana é a principal técnica cirúrgica utilizada na obstetrícia. Nela, após receber medicamentos anestésicos potentes, são feitos cortes na pele da pelve e na parede do útero para a retirada da criança. Isso traz consequências para a mulher e para a criança:

  • apesar de ser muito segura, a anestesia pode causar complicações maternas (pressão baixa e dor de cabeça) e alterar o comportamento dos bebês (irritação e menor responsividade à mãe no primeiro mês de vida);
  • o bebê não é exposto a hormônios e outras substâncias que estimulam o seu amadurecimento após o nascimento;
  • no período de recuperação, há uma inflamação intensa que altera as funções corporais, o que pode ter repercussões permanentes;
  • infelizmente, a cesariana se tornou muito mais comum do que seria saudável para a nossa população de gestantes.

Portanto, todo o parto é um processo multidimensional, que envolve aspectos físicos, emocionais, bioquímico, culturais e psíquicos. Todavia os mecanismos de algumas modalidades de parto trazem resultados mais positivos do que os outros em gestações habituais.

Riscos da cesariana x riscos do parto normal

Durante a execução da cesariana, vários eventos imprevistos podem ocorrer, — por mais que o médico seja capacitado e tenha seguido as melhores práticas.

Mesmo que tudo transcorra bem, a recuperação cirúrgica da cesariana exige que a mulher seja observada em ambiente hospitalar. Com isso, fica exposta aos riscos das internações, como as infecções.

Por fim, o próprio processo de recuperação pode desencadear complicações em curto, médio e longo prazos. Confira a seguir!

Riscos para a mãe durante e depois do parto

  • retirada de emergência do útero;
  • infecções pós-parto;
  • dor generalizada ou no local do corte;
  • insatisfação com a experiência do parto;
  • menor contato com o bebê;
  • disfunções psíquicas, como depressão e ansiedade.

Ao longo dos anos, há um risco moderado de desenvolvimento de dor pélvica crônica e de obstrução intestinal.

Riscos para a saúde reprodutiva da mãe

Se você deseja novas gestações, uma cesariana pode ter consequências bastante negativas para a saúde reprodutiva, aumentando o risco de:

  • infertilidade;
  • gravidez ectópica;
  • disfunções placentárias;
  • ruptura do útero.

Riscos para o recém-nascido e para os frutos de futuras gestações

Para os bebês as complicações também podem ocorrer desde o parto até o desenvolvimento:

  • cortes cirúrgicos acidentais;
  • disfunções respiratórias nas primeiras horas de vida;
  • ausência de aleitamento materno;
  • asma e outras atopias.

Além disso, em futuras gestações, haverá uma maior predisposição às mortes intraútero e imediatamente após o parto.

Os benefícios do parto vaginal

O parto vaginal não é vantajoso apenas por reduzir as chances de eventos adversos. Ele também desencadeia vários fenômenos positivos para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida da mulher e da criança.

Fortalecimento do organismo dos filhos

O contato com a flora intestinal vaginal faz com que o bebê desenvolva uma maior proteção contra doenças durante toda a sua vida. Há pesquisas que indicam que isso pode ter impacto também no desenvolvimento cerebral.

Menores problemas para o aleitamento

O trabalho de parto e o contato imediato da mãe com o bebê libera uma substância chamada ocitocina. Ela fortalece o vínculo entre os dois e estimula a liberação de leite pela mãe, aumentando as chances de sucesso do aleitamento materno exclusivo.

Recuperação dos sentidos do nascer

Além disso, o intervencionismo médico excessivo distorce o verdadeiro sentido do parto, que é ser um acontecimento especial na vida das mulheres. Ele não deve ser visto como um procedimento médico, mas é a conclusão de um processo que durou meses e o início de uma interação que potencialmente será importante para toda a vida da recém-nascido, da mãe e da família.

Por tudo isso, os benefícios do parto normal justificam que ele deve ser sempre a sua primeira opção. Sabemos que a dor e a imprevisibilidade podem causar ansiedade, mas as pesquisas mostram que, no geral, a satisfação com ele é maior.

Afinal, a cesariana apresenta vários riscos de complicações. Em um cenário ideal, a intervenção profissional deveria apenas facilitar o nascimento, permitindo que ele seja mais seguro e satisfatório.

Quer saber mais sobre o parto normal e seu planejamento? Então, não deixe de conferir este nosso post complexo sobre o assunto!

Como é feito o acolhimento em qualquer tipo de parto?

O acolhimento médico antes, durante e depois de qualquer tipo de parto é um dos elementos mais importantes de um parto humanizado. Dentro desse paradigma, acolher significa não somente oferecer um excelente cuidado técnico dentro das evidências médico-científicas, mas também ir além, oferecendo abrigo e refúgio às emoções da gestante.

No dicionário, acolher é uma expressão que tem significados muito especiais, como “oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico; abrigar(-se), amparar(-se)”. Na medicina, sobretudo nos cuidados com as gestantes, tudo isso ganha contornos muito ricos e importantes.

Quer entender melhor como é feito o acolhimento em todos os tipos de parto?

O que é acolhimento médico?

Uma das características mais importantes de um acolhimento humanizado é o profissional não expressar nenhum julgamento moral a respeito das suas demandas, escolhas e da sua história. A mulher merece todos os cuidados nesse momento repleto de vulnerabilidades que é o parto.

A medicina trabalha com dados técnico-científicos, os julgamentos morais sobre o que é melhor ou pior pertencem à esfera pessoal. Eles não podem ser testados para que possamos afirmar o que é bom ou ruim.

Então, dentro de sua autonomia, é a mulher quem deve regular a sua bússola moral. Para isso, ela recorre às suas crenças religiosas ou não, à família, à sua cultura, entre outros pontos.

Na medicina humanizada, o refúgio do acolhimento é oferecido independentemente de o médico e a paciente terem princípios completamente distintos nas suas vidas privadas. Cabe ao médico compreendê-los para ofertar o melhor cuidado técnico, mantendo sempre a sua empatia e preservando a relação médico-paciente.

Como é feito o acolhimento em qualquer tipo de parto?

Oferecer proteção à mulher em sua individualidade biopsicossocial

Cada gestação é uma experiência humana e individual. Cada mulher apresenta uma história de vida muito rica, a qual certamente influencia as suas escolhas. Associado a isso, todo organismo é único, fazendo com que um mesmo evento ou tratamento levem a respostas diferentes.

Então, o acolhimento deve ser dado à mulher levando em consideração sua condição de saúde, as suas emoções, seu contexto cultural e social. Tecnicamente, dizemos que isso significa entender cada pessoa em sua individualidade biopsicossocial.

Conforto físico: a importância da analgesia do parto

Uma das definições de acolher é “oferecer proteção ou conforto”. A dor do parto é um dos eventos fisiológicos que está mais presente no imaginário popular. Há um mito de que é sempre uma das piores que se pode sentir, senão a pior.

Com isso, muitas mulheres chegam aos consultórios bastante ansiosas em relação à escolha da técnica, exigindo, por exemplo, que seja feita uma cesariana.

Em um primeiro momento, acolher significa conhecer a gestante, as concepções que ela tem sobre o parto, suas experiências passadas e como sua história de vida influencia seus pensamentos.

Tudo isso, como dissemos, sem julgar ou forçar uma escolha. Também será essencial conhecer as condições físicas da mulher e do feto para decidir se há contraindicações absolutas ou relativas a cada parto.

Depois disso e durante todo o acompanhamento da gestação, acolher significa explicar para a mulher essas e outras informações sobre a dor em cada tipo de parto e mostrar que há formas de minimizá-las. Confira algumas informações relevantes:

  • Todos os tipos de parto podem desencadear processos dolorosos, não existe algum que seja totalmente sem nenhum dor;
  • Cada mulher experimenta as dores do trabalho de parto vaginal de forma individual. Algumas relatam que a dor não era tão intensa quanto esperavam, enquanto outras experimentam estímulos muito intensos, requisitando a aplicação de analgesia. Também há muitos casos de mães que, apesar de sentirem muita dor, o processo de parto foi muito gratificante e que não mudariam a escolha;
  • Há um mito de que a cesariana é um método completamente indolor. Realmente, com a técnica anestésica correta, não há dor durante a execução das técnicas cirúrgicas. No entanto, o período de recuperação pós-cirúrgica pode trazer dores significativas, que, inclusive, apresentam um pequeno risco de se tornarem crônicas.

Conversar sobre a dor e as formas de minimizá-la é uma maneira de reduzir a ansiedade e o sofrimento psíquico, que podem ser desencadeados pelo processo de escolha por um tipo de parto.

Acolhimento e assistência médica no processo de escolha do tipo de parto

Além disso, o acolhimento também busca dar a gestante as ferramentas necessárias para que ela possa se amparar com autonomia. Veja algumas ferramentas para atingir esse objetivo:

  • O pré-natal: no pré-natal, as conversas, a avaliação clínica e os exames complementares auxiliam a mulher a conhecer melhor as condições dela e do feto. Assim, ela terá mais instrumentos para decidir com mais segurança a respeito do tipo de parto;
  • Plano de parto: é um instrumento que documenta as suas escolhas de como será o nascimento, como o local, a ambientação, a equipe de assistência, o acompanhante, o tipo de parto, as intervenções que devem ser priorizadas, entre outras. A gestante tem direito que seu plano de parto seja seguido. Durante o acolhimento pré-natal, ele poderá ser elaborado com o auxílio do profissional assistente. Para isso, serão oferecidas informações sobre as características, riscos e benefícios de cada opção.

Diante de tudo isso, o primeiro desdobramento do acolhimento é o que conhecemos, na medicina, como princípios da não-maleficência (não adotar medidas que podem fazer mal) e da beneficência (adotar as medidas com maior potencial de trazer benefícios).

Qualquer tipo de parto deve também ser visto para além da sua dimensão técnica, pois também é uma experiência única e individual de uma mulher. É um momento de que ela se lembrará por toda a vida.

Por isso, ela deve escolher como quer passar por ele, sem a indicação de condutas médicas desnecessárias, as quais também podem comprometer a saúde física devido a sequelas para a mãe e o bebê.

Ficou interessada em saber mais sobre o parto humanizado e seus benefícios para a gestante? Então, confira nosso post institucional sobre o tema!

Podemos utilizar analgesia no parto humanizado?

É muito comum que as gestantes confundam os conceitos de parto humanizado com os de parto natural. Nesse último, realmente, busca-se não empregar intervenções médicas (cirúrgicas ou medicamentosas) durante o processo de nascimento, o que restringe o controle da dor (analgesia) por meio de medicamentos.

Já o parto humanizado é uma proposição muito mais abrangente, pois determina um conjunto de princípios e condutas aplicáveis a todas as técnicas obstétricas. Nesse sentido, as cesarianas e os partos normais (sejam naturais ou assistidos por intervenções médicas) devem ser também humanizados.

Esse é um direito da mulher e uma meta de saúde proposta pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Quer entender melhor o assunto? Acompanhe o nosso post!

Analgesia para o parto: o que é e qual sua relação com o parto humanizado?

A analgesia é um termo técnico que usamos para nos referir à redução da sensação de dor pela paciente. Naturalmente, durante o parto, o próprio corpo libera substâncias endógenas que reduzem a sensação de dor. Para algumas mulheres menos predispostas à dor, isso pode ser suficiente para trazer mais conforto ao parto.

Outras gestantes, por sua vez, desejam viver a experiência do parto integralmente, o que inclui também a própria dor. Então, mesmo que a intensidade seja elevada, não desejam nenhuma intervenção medicamentosa para reduzir a dor. Como veremos, algumas medidas naturais podem ser tomadas com esse objetivo.

Também, há mulheres que desejam a analgesia com a administração de medicamentos. Isso pode incluir o uso de:

  • Analgésicos: medicamentos orais ou venosos, que amenizam processos de geração ou transmissão dos estímulos dolorosos;
  • Anestesia: bloqueio direto dos neurônios, que transmitem a sensação de dor até o cérebro, geralmente com anestésicos aplicados em diferentes níveis e camadas do canal espinhal.

Parto natural

Uma das modalidades de parto normal é o parto natural, o qual é, como os outros, uma escolha da mulher. Nele, não são utilizadas intervenções médicas em situações de risco habitual, como medicamentos e procedimentos invasivo. O trabalho é conduzido pelo próprio corpo da mulher nos processos fisiológicos normais da gestação.

No entanto, isso não significa que não são tomadas medidas para aliviar a dor. A gestante poderá circular livremente pela sala, utilizar bolas e outros equipamentos para encontrar uma posição que alivie a dor.

A ambientação relaxante e a confiança na equipe reduzem a ansiedade e, portanto, a sensibilidade à dor. Mesmo assim, um parto natural pode ser desumanizado quando não houver respeito à autonomia e à integridade biopsíquica da gestante.

Também podem ser oferecidos banhos e compressas aquecidas.

Qual a relação entre a anestesia e o parto humanizado?

Sabemos que o trabalho de parto é um momento que pode ser muito doloroso. Então, se for um desejo da mulher e não houver nenhuma contraindicação, a analgesia deve ser aplicada. Isso tem tudo a ver com os princípios do parto humanizado, entenda!

Protagonismo da mulher

O parto não deveria ser visto como um momento do médico como figura principal. O protagonismo deve ser da mulher, que passou por um processo longo que traz muitas expectativas, expõe vulnerabilidades e desencadeia emoções ricas, diversas e intensas.

Portanto, alienar a gestante das decisões do clímax da gestação é uma forma de desumanizar o início da relação entre aqueles dois sujeitos.

Por mais difícil que os partos sejam, muitas mulheres definem o momento com adjetivos muito positivos, como mágico, divino, fantástico e incrível. Por isso, os médicos devem empregar todos os seus esforços para que essa experiência seja única e memorável. Então, a gestante pode escolher:

  • A presença de um acompanhante, o local do parto e sua ambientação. Quando a mulher está se sentindo mais segura, confortável e menos ansiosa, a sensação de dor pode ser menor;
  • Quais intervenções permitidas em situações que não sejam urgentes ou emergentes;
  • As formas e momentos da analgesia;
  • Se deseja um parto natural.

Essas escolhas geralmente são feitas junto com o obstetra que acompanha a gestação depois de você ser informada a respeito das características, dos riscos e dos benefícios de cada opção.

Individualidade biopsicossocial

Antes das decisões sobre a analgesia é feita uma extensa avaliação da sua saúde física:

  • Levantamento de história de alergias a analgésicos e anestésicos utilizados comumente durante o parto;
  • Avaliação do risco anestésico;
  • Planejamento da analgesia e da condução do parto de acordo com suas condições físicas;
  • Monitoramento contínuo dos sinais vitais seus e do feto durante o trabalho de parto;
  • Respeito por suas crenças religiosas e pessoais, por seu contexto familiar e econômico, entre outros pontos.

Do ponto de vista psíquico, a gestante é vista na integralidade do corpo com a mente. Como as emoções influenciarão a lembrança da experiência do parto, há muito respeito e atenção com o que você sente a cada momento.

Por isso, é essencial a qualificação de relacionamentos pessoais entre profissionais e pacientes e a criação de espaços para construção de conhecimento. Por essas razões, a analgesia e outras técnicas são totalmente compatíveis com os princípios do parto humanizado.

Quer entender melhor como é o parto humanizado? Então, confira nosso post sobre o tema!

Parto humanizado: quando pensar nessa possibilidade?

O parto humanizado não é uma técnica nem um método de parto específico. É uma forma de assistência à gestante, na qual ela ganha mais protagonismo, além de todos os cuidados para lidar com esse momento em que pode se sentir tão vulnerável.

O objetivo é devolver ao parto a sua dimensão humana e pessoal, que foi gradualmente perdida com os excessos de intervenção médica.

Em um mundo ideal, o termo parto humanizado sequer deveria existir. Afinal, todas as práticas e princípios indicados por essa forma de assistência, têm como fundamento condutas profissionais baseadas na ética e em dados sólidos.

A necessidade de criar esse novo conceito surgiu por causa de algumas ações inadequadas que se tornaram muito frequentes no dia a dia dos partos. Quer entender melhor? Acompanhe o nosso post!

Quando pensar na possibilidade de optar por um parto humanizado?

Sempre, todo parto deve ser humanizado. Não devemos confundir parto humanizado com parto natural. Nesse último, há sim o objetivo de evitar qualquer ação médica intervencionista, cirúrgica ou medicamentosa.

  • A humanização do parto, porém, prevê diversas cautelas para:
  • Não alienar a mulher dos processos da gestação e do nascimento;
  • Priorizar práticas baseadas em evidências científicas;
  • Pesar os riscos e benefícios de cada intervenção para a mãe e para o bebê, entre outros pontos.

Nesse sentido, qualquer tipo de parto (vaginal ou cesariano) pode ser humanizado.

Quais são os princípios básicos do parto humanizado?

Entenda os princípios do parto humanizado e sua aplicação prática em alguns contextos.

Protagonismo da mulher

Mais do que um princípio, esse é o grande alicerce do parto humanizado. Precisamos recuperar o sentido humano do nascimento: ele não é um procedimento médico, um ato no qual o profissional é o personagem mais importante. Na verdade, o papel das equipes obstétricas será oferecer assistência no sentido mais original do termo: alguém que cuida, auxilia e facilita um processo.

Nesse sentido, você, gestante, é a grande protagonista. Afinal, foi quem gestou uma criança por vários meses: é o seu corpo e apenas você conhece a experiência de cada gravidez. Por esse motivo, poderá planejar o parto de acordo com as suas expectativas e escolhas, como:

  • Definição do tipo de parto: normal, que pode ocorrer em diferentes formatos, ou cesariana realizada por razões não médicas;
  • Do local de nascimento;
  • De quem vai participar do processo;
  • Uso de anestesia;
  • Ambientação do espaço;
  • Cuidados com o bebê após o nascimento.

Por exemplo, sabemos que o parto normal apresenta muitas vantagens para as mulheres. No entanto, nem sempre a mulher deseja ou pode passar por ele. O papel do médico não será julgar a sua escolha, mas acolhê-la e oferecer todas as informações para que você tome uma decisão consciente.

Individualidade biopsicossocial

Na medicina, gostamos de dizer que o ser humano deve ser visto na sua integralidade biopsicossocial. O que isso significa?

  • Avaliação da saúde física (bio): são levadas em consideração as características anatômicas, os processos fisiológicos, as doenças e outros aspectos do organismo de cada pessoa;
  • Avaliação da saúde mental (psico): são os pontos relacionados às suas emoções, comportamentos e pensamentos. Assim, seu humor, sua relação com a gestação e seus sentimentos serão abordados nas consultas médicas. O objetivo é conhecer expectativas e princípios para auxiliá-la a sentir uma maior sensação de autorrealização e de satisfação com o parto;
  • Social: são os aspectos familiares, culturais, religiosos, econômicos, entre outros. Todas as eventuais restrições que a mulher tiver por alguma dessas razões serão respeitadas.

Portanto, o parto é individualizado para cada gestante em cada contexto. Cada nascimento é único!

Medicina baseada em evidências

Esse é outro grande pilar do parto humanizado, pois suas práticas são amparadas pelas evidências científicas aplicadas a cada caso individualmente. Após a identificação das determinantes biopsicossociais sua e do bebê, o médico utiliza a experiência clínica para avaliar o risco e o benefício de cada procedimento.

Ao final, a partir dos seus valores e preferências, vocês tomam uma decisão compartilhada.

Como é realizado?

O acolhimento da gestante com empatia e respeito é a base das técnicas de humanização do parto.

  • Conhecer e compreender as expectativas da gestante e de sua família;
  • Esclarecer dúvidas relacionadas à gravidez e ao parto;
  • As necessidades de saúde da futura mãe;
  • Orientar sobre a rotina e os procedimentos que serão realizados.

Outros atos muito importantes são:

  • Prevenção de complicação pela realização de exames e condutas necessários no pré-natal;
  • Maior participação, autonomia e poder de decisão sobre seu corpo. Inclusive, o(a) obstetra pode auxiliá-la em um processo de empoderamento caso você apresente essa demanda;
  • Presença de um acompanhante à sua escolha durante o trabalho de parto e nascimento
  • Qualificação de relacionamentos pessoais entre profissionais e pacientes;
  • Criação de espaços para construção de conhecimento;
  • Uso de técnicas medicinais ou não para o alívio da dor;
  • Planejamento prévio do processo de trabalho de parto e nascimento.

Portanto, o parto humanizado deve abranger todos os tipos de partos, independentemente das técnicas e métodos utilizados. O objetivo dele é cuidar da sua saúde de forma integral, considerando os aspectos físicos, psíquicos e sociais.

A partir disso, todo o processo de acompanhamento obstétrico será feito para garantir que o momento do parto seja uma experiência única e positiva.

Você quer entender melhor o que é e como encontrar profissionais que façam o parto humanizado em Manaus? Confira outro texto sobre o tema!